Bonamigo arma um time criativo

O time está pronto, resta saber se ele vai render. Com cinco desfalques certos para a partida de domingo, contra o Fortaleza, no Couto Pereira, o técnico Paulo Bonamigo iniciou ontem a formação da equipe para a última partida do primeiro turno. E, como era natural, há novidades: jogadores reaparecem no time titular, outros mudam de posição e mais alguns voltam ao time. E pode sobrar para um daqueles considerados ?intocáveis?.

Sem Lira, Danilo, Edu Sales, Marcel e Edinho Baiano (o último lesionado, os outros suspensos), Bonamigo pensa com os jogadores que tem. E, assim, ele deve montar uma formação que privilegia a criação de jogadas pelo meio. Disso deriva a escolha por Souza, que começou o coletivo de ontem, no Alto da Glória, como titular do ataque. “Ele pode jogar como segundo atacante, porque tem qualidade para isso. E seria até um erro tirá-lo neste momento. Ele vive uma fase muito boa”, considera o treinador.

No pensamento de Bonamigo, não será necessário jogar com um velocista (Marlon), já que não há a referência de Marcel – em seu lugar, vai jogar Marco Brito. E este é um jogador de toque, que muda a característica do ataque. “Nós teremos mais trocas de passes, e o Souza pode ser útil”, explica o técnico. Ele também comporia no meio, fortalecendo o setor. “Precisamos ter o controle do jogo, por isso temos que compactar a equipe”, justifica Bonamigo.

Na posição ocupada por Souza nas duas últimas partidas, e que habitualmente é de Lima, o titular será Jackson, que foi liberado pelo departamento médico e volta após três semanas se recuperando de uma luxação no ombro. Mas, ontem, o meio-campista ainda demonstrava certo receio para jogar, tanto que pouco mexeu o braço direito em quase uma hora de coletivo. “Ele é quem vai me dizer se está bem ou não”, admite o treinador. “Se ele me perguntar, vou dizer que estou pronto”, garante o meia.

Com isso, Lima deve acabar sendo preterido, mas Bonamigo não quer falar de ?sacrificados?. “Isso não existe. Aqui há um grupo, e todos são importantes. Se não começa jogando, pode ser fundamental vindo do banco”, afirma. O meia-atacante participou de boa parte do coletivo como titular, mas saiu exatamente para a entrada de Jackson, após Bonamigo se irritar com a falta de criação no meio e com o excesso de lançamentos de Maurinho e Adriano.

Maurinho, por sinal, torna-se uma das peças do quebra-cabeça de Bonamigo. Ceará não treinou ontem, ainda recuperando-se de uma torção no tornozelo. “Preciso saber quem está bem e pode jogar, mas vou aguardar o Ceará”, avisa Bonamigo. O teste definitivo é o treino de hoje – se não sentir nada, joga; sentindo, abre vaga para Maurinho ou mesmo Lima, com a possibilidade de adaptação de Jackson na direita.

Na defesa, a volta de Adriano é certa, e o plano do técnico é não mexer muito no que deu certo em Criciúma. “O Odvan esteve muito bem jogando na sobra, e não quero alterar isso. É mais interessante colocar alguém pelo lado direito”, confessa. “Eu joguei na direita, na esquerda e como líbero. Não tenho problemas, jogo onde o Bonamigo achar melhor”, garanta o zagueiro.

Dessa forma, a surpresa é a entrada de Fabrício, que não joga desde 16 de abril, na partida contra o Cruzeiro. Ele fraturou o pulso, e ficou dois meses com o local imobilizado. Mesmo assim, Bonamigo confia no jogador, que foi titular na conquista do título estadual. E nem se preocupa com uma possível falta de ritmo. “Ele sempre esteve bem, foi um dos destaques do Paranaense”, alega.

Coritiba quer ver torcida “participativa” no domingo

Não basta torcer, tem que participar. A associação é meio capenga, mas resume o que o técnico Paulo Bonamigo e o elenco do Coritiba esperam de quem comparecer ao Couto Pereira no domingo, às 16h, na partida contra o Fortaleza. Para melhorar a irregular campanha dentro de casa, os alviverdes querem o apoio – e principalmente a paciência – dos torcedores.

Quem vai ao estádio talvez nem saiba, mas os jogadores do Cori têm dificuldades quando jogam no Alto da Glória. O gramado não está em boas condições, e a forma de jogo que a equipe tem é prejudicada. “Nós jogamos em velocidade, e assim a bola quica muito”, confessa o meia Tcheco. O problema é tão sério que a diretoria já programa a troca de todo o gramado – mas como não há tempo de fazer isso durante o Brasileiro, essa mudança deve ficar para o final do ano.

Além disso, há a pressão. A partida contra o Vitória foi exemplar: nos primeiros dez minutos, a torcida empurrou, seguindo o ritmo da equipe. Com as dificuldades, vieram as vaias, e jogadores como Marcel e Roberto Brum foram ?marcados? enquanto estiveram em campo. “Nós precisamos ter o apoio de quem vai ao Couto Pereira. Essa força que vem das arquibancadas é fundamental”, garante Bonamigo.

Ainda mais em jogos como o de domingo. Assim como o Vitória, o Fortaleza virá prioritariamente marcando, impedindo as jogadas ofensivas do Cori. Será mais um jogo de paciência. “O torcedor tem pouca paciência, principalmente quando são jogos considerados mais fáceis. Quando as coisas não acontecem do jeito que a gente quer, a bola começa a ?queimar? e tudo fica mais difícil”, afirma o volante Reginaldo Nascimento.

Parceria com Figger é assinada

Agora está no papel. O Coritiba assinou um contrato de parceria com o empresário uruguaio Juan Figger, que já tem acertos semelhantes com vários clubes, inclusive o Atlético-PR. A intenção alviverde é ?internacionalizar? o clube, conseguindo projeção através de excursões, aparições e mesmo negociações para o exterior. E esta hipótese é inevitável.

É muito provável que surja alguma venda nas próximas semanas. “O clube quer evitar ao máximo, mas se tiver que negociar, a idéia é manter o jogador até o final do ano”, informa um integrante da direção coxa. As notícias que envolvem a possível saída de Adriano não são confirmadas, mas os rumores aumentam a cada dia – ainda mais com as constantes ?surpresas? que o clube tem, com novas dívidas.

Mas, garantem os dirigentes do Coxa, esse é um ponto ?acessório? no acerto. O mais importante seria a possibilidade de colocar o Coritiba no mercado internacional de uma forma que o clube ainda não viu – nem mesmo nas vitoriosas excursões dos anos 70, ou na Taça Libertadores de 86. É esperar para ver.

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