Reginaldo Nascimento ironiza,
comparando a mudança da pelota com
o número de alterações do calendário.

A Federação Paranaense de Futebol e a Penalty lançaram ontem, oficialmente, a bola que vai rolar nos gramados do Paraná no estadual deste ano: a Penalty Precision. O grande diferencial da Precision é a sua superfície, revestida de pequenas cavidades, os chamados “dimples”, presentes nas bolas utilizadas no golfe. A idéia do gerente de produtos da Penalty, Sérgio Perrela, foi justamente aproveitar a precisão das pequenas bolas desse esporte e aplicá-las no futebol, com o intuito de aumentar a velocidade e tornar a direção dos chutes mais precisa.

No entanto, apesar de todo o investimento no novo projeto, a bola não agradou muito os jogadores das equipes da capital, que começaram a treinar com a nova bola há pouco mais de dez dias. “Ela é mais dura e quando a gente bate forte, ela desvia a trajetória. Como também é mais veloz, na hora dos lançamentos temos que calcular melhor a força. Mas para os goleiros deve ser ainda pior, pois a superfície de aderência é menor”, diz o volante Reginaldo Nascimento, que chegou a brincar. “A bola muda tanto quanto o calendário do futebol. Quando nos acostumamos, muda de novo.”

Para o ala Alex, do Malutrom, a bola é um pouco mais difícil de conduzir. “Ela é mais pesada e um pouco menor. E quica menos. Mas apesar disso, pega mais curva, dependendo da força com que se chuta. O único problema é que começamos a treinar com ela só agora e o campeonato já está aí”, diz o jogador. No Malita, as bolas chegaram apenas na segunda-feira e, segundo Alex, desagradou a maioria dos jogadores.

O goleiro Cléber, do Atlético, confirmou as dificuldades do trabalho com a nova bola para os arqueiros. “Por ela ser pesada, menor e mais seca, fica mais difícil de defender, ainda mais se o chute é muito forte. A aderência também é menor”, afirma o goleiro, conformado apenas com o fato de a maioria dos companheiros também ter se queixado da bola. “Pelo que estão comentando, todos estão tendo uma certa dificuldade de adaptação.” Os elogios sobraram para o volante Roberto Brum, uma das exceções. “A bola é excelente, mais veloz e faz mais curva.” Para o zagueiro Ageu, que fez poucos treinos com a Precision por estar se recuperando de uma contusão, a diferença está mais no peso. “Deu para sentir que é um pouco mais pesada. É o nosso instrumento de trabalho e temos que tratá-la com carinho”, finalizou o beque.

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