O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se manifestou nesta segunda-feira sobre os incidentes do último domingo durante uma partida entre Zamalek e ENPPI, pela primeira divisão do campeonato nacional. Ao menos 22 pessoas foram mortas no confronto entre torcedores e a polícia no Estádio da Defesa Aérea, na zona leste de Cairo, capital do país.

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Blatter enviou uma carta ao presidente da Associação Egípcia de Futebol (EFA, na sigla em inglês), na qual lamentava o ocorrido. “Eu gostaria de expressar minhas mais profundas condolências à comunidade do futebol egípcio pelos eventos trágicos que aconteceram na partida da noite passada em Cairo, entre Zamalek e ENPPI”, escreveu.

O apoio de Blatter não se resumiu ao futebol local, mas também às famílias dos torcedores mortos. “Meus pensamentos estão com as famílias de todos aqueles que perderam suas vidas ontem à noite. É tao triste que um jogo como o futebol, que deveria ser local de diversão e emoções positivas, seja ofuscado desta forma.”

Por fim, o dirigente ofereceu ajuda da Fifa à federação egípcia. “Nós vamos esperar os resultados da investigação desta tragédia e estamos prontos para prover à Associação Egípcia de Futebol qualquer suporte que eles possam precisar para lidar com as consequências deste evento.”

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De acordo com policiais presentes no momento, torcedores do Zamalek que não tinham ingressos tentaram entrar no estádio à força, provocando o confronto. A polícia, então, teria reagido jogando bombas de gás lacrimogêneo e disparando com balas de borracha. Torcedores do Zamalek ainda disseram que foram obrigados a entrar por um pequeno portão, guarnecido com arames farpados, o que teria iniciado o empurra-empurra.

Depois do golpe militar que estabeleceu a ditadura do marechal-de-campo Abdel-Fattah el-Sisi, em 2013, a presença de torcidas nos estádios foi proibida e passou a ser permitida apenas recentemente. Para a partida deste domingo, o Ministério do Interior havia autorizado a presença de 10 mil torcedores, em um estádio capaz de abrigar 30 mil.

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Os eventos de domingo aconteceram apenas três anos depois do mais violento confronto na história do futebol egípcio, em 2012, em Port Said, durante uma partida entre o Al-Masry local e o Al-Ahly, do Cairo. Morreram 74 pessoas naquele confronto, em sua maioria torcedores do Al-Ahly. Dois policiais foram condenados a 15 anos de prisão por negligência; outros sete policiais foram absolvidos, o que levou torcedores a atearem fogo na sede da Associação Egípcia de Futebol.