Rio (AG) – Em meio a uma crise – iniciada com a derrota de 3 a 2 para o Oi/Campos na quarta-feira e agravada ontem com a divulgação de que Estefânia foi flagrada no antidoping no jogo de 31 de outubro de 2004, quando o Rio derrotou o Campos e ganhou o Estadual, no meio de um furacão. O caso só veio à tona agora. Ela foi suspensa preventivamente em dezembro e trabalhou 20 dias na colônia de férias do Centro de Capacitação em Educação Física do Exército, na Urca. Por sugestão do clube, doou R$ 3 mil a três instituições. Punida, ficou fora de oito jogos da Superliga, de 15 de dezembro a 29 de janeiro.

continua após a publicidade

A respeito da não-divulgação do doping, o técnico Bernardinho disse que esta não era obrigação do clube. Viu na divulgação uma conspiração contra ele e sua equipe. Em seguida, atacou a imprensa: "Gostaria de poder fazer exame antidoping nos jornais. Seria bacana! Com que moral vamos trabalhar? Cancelei a assinatura do Globo e de outros jornais. "Veja se consegue escrever o que vou dizer: O esporte não é um mundo perfeito, mas é certamente mais perfeito que outras áreas. O esporte é um mundo muito melhor do que temos por aí."

Bernardinho acrescentou: "Não sai no jornal que um jornalista estava fumando maconha, por corporativismo."

Ele estranhou a divulgação do caso agora. Os repórteres explicaram que atletas são notícia, e que, quando se diz que o esporte tira crianças das drogas, é negativo um atleta estar ligado a isso. Os repórteres acrescentaram que o ideal seria divulgar, para que outros não caiam no mesmo erro.

continua após a publicidade

Bernardinho respondeu. "Internamente, temos cobranças. Mas não temos obrigação de divulgar. Quando vocês jornalistas erram, não se retratam. Têm poder demais e não respeitam a nada."

Para o técnico, a notícia veio de São Paulo, para manchar o vôlei e prejudicá-lo: "Chutar cachorro morto não tem graça. No caso do Giba (suspenso de janeiro a março de 2003 por maconha), eu não sabia de porra nenhuma. Parte da imprensa faz restrição a mim. Tento ser transparente, mas só levo na cabeça. Para a imprensa, se não tiver confusão, não interessa."

continua após a publicidade

Segundo ele, a imprensa jamais dera atenção à Estefânia. Ele se disse decepcionado com a natureza humana, que busca o que há de pior. "Por quê (da divulgação)? O que ela fez foi levindade, criancice. Ela pagou financeiramente, e ficou sem jogar. Tudo feito como se deveria. Boas notícias não interessam."