Cessar-fogo

Pela vaga na Libertadores, diretoria do Atlético e torcida organizada selam trégua

Torcida, faixa, bandeira, painel de LED. É a mistura do material da organizada com a estrutura contratada pelo Atlético. Tudo pela Libertadores. Foto: Daniel Castellano
Torcida, faixa, bandeira, painel de LED. É a mistura do material da organizada com a estrutura contratada pelo Atlético. Tudo pela Libertadores. Foto: Daniel Castellano

Uma tarde de reencontro entre Atlético e torcida. Selada após conversas reservadas e anunciada de surpresa, o “cessar-fogo” entre a diretoria e a torcida organizada Os Fanáticos escancarou a estratégia para garantir três vitórias na Arena da Baixada e encaminhar a classificação para a Copa Libertadores. Deu certo de primeira, com a vitória por 1×0 sobre o Cruzeiro, neste sábado.

Não é uma trégua definitiva, mas uma espécie de recuo estratégico das duas partes. Para o Atlético, é importante ter apoio irrestrito neste momento de luta pela vaga que “caiu do céu”, como gosta de falar o técnico Paulo Autuori. Para a torcida, era fundamental ter o material liberado, até como demonstração de força. Como numa negociação normal, os dois lados cederam e foi mais fácil fechar acordo.

O acerto envolveu a liberação dos materiais (inclusive a bateria) da organizada, a retirada das cadeiras do setor Buenos Aires inferior, comercialização de ingressos e a autorização de mais associações do mesmo setor. Para a diretoria, a garantia de que haveria festa nas arquibancadas e, principalmente, que parariam os gritos e xingamentos contra o presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia.

Tudo isso aconteceu, somado ainda à fumaça colorida, DJ e até um grupo de animação, como os que aparecem nos jogos de vôlei – que já teve o acerto estendido para os jogos contra Sport Recife e Flamengo. Bem antes do jogo ainda houve o “Aquece Caldeirão”, um evento com distribuição de brindes e brincadeiras para as crianças na entrada da Arena. Funcionou, o Atlétco venceu e até Paulo Autuori gostou. “Quero agradecer à torcida pelo belíssimo espetáculo, com jogadores e torcida como protagonistas”, afirmou o técnico depois do jogo.

E todo o esquema será repetido contra os rubro-negros de Pernambuco e do Rio – jogo que pode valer a vaga na Libertadores para o Atlético ou o título brasileiro para o Flamengo. “O Atlético tem uma cultura de inovação, desafio. Por que não tentar?”, afirmou o presidente Luiz Sallim Emed.

Para a organizada, tudo bem, mas o acordo terá que ser renovado a cada partida. “Ressaltamos que a conversa se mostrou bastante produtiva, mas lembramos que neste momento cedemos por acreditarmos que podemos fazer a diferença e ajudar o clube a conquistar a vaga na Libertadores (…) Nosso posicionamento referente à bateria e demais materiais serão tratados jogo a jogo, dependendo da continuidade das conversas “, afirmou em nota a torcida Os Fanáticos. O que mostra que a paz, por enquanto, é apenas momentânea.