No ferro e na ferradura

Bola parada vira pesadelo e solução pro Atlético no Brasileirão

Apesar de sofrer muitos gols em bola parada, Atlético também aproveita esta arma. Foram seis dos últimos 14 gols, sendo dois com Felipe Gedoz. Foto: Marcelo Andrade

Em queda no Campeonato Brasileiro, o Atlético vê a defesa, no momento, como o seu grande ponto fraco. Se o setor havia melhorado após a chegada do técnico Fabiano Soares, que queria acabar com a “sangria de gols”, agora vem falhando praticamente em todos os jogos.

Desde que o treinador estreou no banco de reservas, o Furacão entrou em campo 12 vezes pelo Brasileirão e sofreu dez gols, sendo sete apenas nas últimas cinco partidas, quando foi vazado todas as vezes. Mas, mais do que os números, o que é mais preocupante é como estes gols saíram: na bola parada.

Desses sete gols, quatro foram originados em bolas alçadas na área após falta ou escanteio. Situações que se repetem jogo após jogo. O primeiro foi na derrota por 2×0 para o Flamengo, quando, após escanteio, Guerrero cabeceou, Weverton espalmou e Diego pegou a sobra.

Na rodada seguinte, no clássico Atletiba, na Arena da Baixada, o Coritiba saiu na frente com Werley, que aproveitou cobrança de falta de Rafael Longuine na área e subiu quase sem marcação para mandar para as redes. Depois, o erro foi contra o Fluminense.

Apesar de o Rubro-Negro ter vencido por 3×1, na Arena, o time carioca abriu o placar no final do primeiro tempo, quando Gustavo Scarpa bateu escanteio e Henrique Dourado subiu mais que todo mundo na segunda trave.

Por fim, a última falha aconteceu na derrota por 2×0 para o Atlético-MG, novamente em casa, no último domingo. O primeiro gol da equipe mineira saiu quando Valdívia cobrou o escanteio e, desta vez, a defesa até conseguiu afastar, só que deixou Robinho completamente sozinho na área. O atacante teve, inclusive, tempo de dominar a bola antes de finalizar.

“Mais uma vez não fomos competitivos nas boladas paradas e sofremos o gol. Depois, tentamos, mas paramos no goleiro deles e tivemos um erro pontual”, admitiu Fabiano Soares, logo após a partida.

Os números do Atlético em relação à bola parada ainda pioram se considerar o gol de Lucca cobrando pênalti na derrota por 2×0 para a Ponte Preta, também na Baixada. Com este, cinco dos últimos dez gols sofridos pela equipe foram neste sentido.

Ataque dependente

Por outro lado, a bola parada também vem sendo um diferencial para o Furacão. Dos último 14 gols marcados pelo time, seis foram assim. Primeiro com Guilherme aproveitando sobra após cobrança de falta na goleada por 5×0 sobre o Avaí. Em seguida, Thiago Heleno aproveitou escanteio cobrado por Guilherme para fazer o gol da vitória por 1×0 sobre o Palmeiras.

No jogo seguinte, na goleada por 4×1 em cima do Bahia, mais dois gols, com novamente a dobradinha Guilherme levantando para Thiago Heleno, agora em cobrança de falta, e Nikão cobrando pênalti. Já o meia Felipe Gedoz fez de pênalti no empate em 1×1 com o Coritiba e de falta na vitória por 3×1 sobre o Fluminense.

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“Hoje em dia o futebol está muito robotizado. A maioria dos gols saem de bolas paradas. As equipes que estão mais concentradas e treinem mais esta jogada, talvez levem vantagem. Todo mundo está muito compacto e está cada vez mais difícil entrar nas linhas do adversário. E não sofrer o gol primeiro e sim fazer no adversário, é preciso estar concentrado. Mas estamos jogando contra adversários de qualidade”, afirmou o lateral-direito Jonathan.

No entanto, o que preocupa mais é perceber que as falhas estão acontecendo e não conseguir corrigí-las, uma vez que 50% dos últimos gols sofridos foram em lances muito semelhantes.