A atitude do Atlético de entrar em campo para a partida contra o América-MG, no último sábado (6), com uma manifestação política, pode trazer sérios problemas para o clube. A começar pelo fato de o Furacão não ter a liberação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a atitude.

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De acordo com o regulamento da entidade, qualquer ação no gramado precisa da liberação com 48 horas antes da realização do jogo. Porém, o Rubro-Negro só fez o pedido na noite de sexta-feira (5), menos de 24 horas de a bola rolar. Sem qualquer resposta da CBF, o Atlético adotou a postura e fez com que os jogadores entrassem em campo com uma camisa amarela com a frase “Vamos todos juntos por amor ao Brasil”. O único que recusou foi o zagueiro Paulo André, que entrou com uma jaqueta do clube.

Além disso, o Superior Tribuna de Justiça Desportiva (STJD) está estudando a possibilidade de punir o Atlético pela atitude. A punição vai desde uma multa financeira, passando pela perde de pontos no Campeonato Brasileiro e até mesmo a exclusão da competição, o que é pouco provável neste caso.

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“A pena máxima seria a exclusão do torneio, mas neste caso seria medida muito extrema, que não caberia”, afirmou Felipe Bevilacqua, procurador do STJD.

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Isto porque o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) não tem qualquer punição a respeito de manifestações políticas. No entanto, a Fifa proíbe qualquer tipo de apoio nestes casos. Na Copa do Mundo da Rússia, os suíços Xhaka, Shaqiri e Lichsteiner foram multados em R$ 38 mil reais os dois primeiros e R$ 19 mil o terceiro, ao comemorar um gol com gestos que remetiam à bandeira da Albânia, provocando os adversários da Sérvia, por conta de uma briga política.

Até por isso, o STJD deve consultar a Fifa para saber que medida tomar com o Furacão. O prazo máximo para o julgamento é de 30 dias, ma a tendência é que entre em pauta já na próxima semana.

Entenda o caso

O Atlético entrou em campo para o duelo com o América-MG, que terminou em goleada por 4×0 para o time paranaense, com dez dos 11 jogadores do time titular com a camisa amarela, com os dizeres “Vamos todos juntos por amor ao Brasil”. Embora o clube tenha alegado que era apenas uma conscientização para as eleições que aconteceriam em todo o país no domingo (7), o slogan é o mesmo utilizado por apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PSL).

“Não estava escrito o nome do candidato, mas a mensagem política foi clara. Não adianta alegar que não”, acrescentou Bevilacqua.

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Dias antes da partida, o presidente do Conselho Deliberativo do Furacão, Mario Celso Petraglia, havia declarado em seu perfil no Facebook apoio a Bolsonaro, o que agravou ainda mais a situação. Já o zagueiro Paulo André, que se manifestou contra o candidato, se recusou a vestir a camisa.

Além disso, o árbitro do jogo, Raphael Claus, relatou na súmula que “a equipe do Atlético Paranaense, adentrou ao campo de jogo para o hino nacional, com uma camisa de cor amarela por cima da camisa de jogo com os seguintes dizeres ‘# vamos todos juntos por amor ao Brasil’”.

Esta pode ser a segunda vez que o Rubro-Negro pode sofrer punição por atos “diferentes” em uma partida do Campeonato Brasileiro. Neste ano, o goleiro Santos, durante o jogo, mexeu no celular e a ação fazia parte de uma campanha de conscientização no trânsito. O Furacão foi multado e o camisa 1 pegou uma partida de suspensão.

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