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Atlético mostra melhora defensiva contra o Cruzeiro, mas pouco atacou

Furacão foi pressionado a maior parte do tempo pelo Cruzeiro, mas não sofreu tanto e ganhou a maioria das jogadas lá atrás. Faltou um algo mais na frente. Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Não deu para o Atlético. Precisando vencer o duelo por pelo menos um gol de diferença, para levar para os pênaltis, o Furacão acabou empatando com o Cruzeiro por 1×1, na noite de segunda-feira (16), no Mineirão, e acabou eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil. Porém, mais do que a vitória em si, faltou futebol ao Furacão.

A expectativa em cima do trabalho do técnico Tiago Nunes era enorme, principalmente diante da péssima imagem deixada pelo Rubro-Negro sob o comando de Fernando Diniz. E o novo treinador teve tempo para trabalhar. Foram quase três semanas para ajustar falhas e fazer mudanças na equipe. Algumas ficaram nítidas, a começar pela escalação.

De fato, o 3-4-3 foi abandonado e trocado por um 4-3-3 sem improvisações, com alterações nas peças. Jonathan, Renan Lodi e Raphael Veiga entraram como titulares, enquanto Matheus Rossetto voltou ao meio-campo, composto por três volantes. Trocas que reforçaram o sistema defensivo.

A Raposa teve mais posse de bola e permaneceu em seu campo ofensivo, mas sem levar tanto perigo. Bolas alçadas na área já não assustavam o Rubro-Negro, que se portou bem lá atrás. Nem mesmo os contra-ataques eram problemas e o Atlético facilmente desarmava. Tanto que as melhores chances dos donos da casa foram em chutes de fora da área, exigindo de Santos pelo menos três grandes defesas, em tentativas de Rafael Sóbis, Edilson e Raniel. Só não conseguiu pegar o chute de Arrascaeta, já aos 41 do segundo tempo.

O problema maior era lá na frente. Apesar de precisar ganhar o jogo, o Furacão não partia para cima e a bola pouco chegava à meta de Fábio. Parecia esperar o contra-ataque e pouco pressionou. O resultado disso foi um domínio absoluto do Cruzeiro na maior parte do tempo. Ainda assim, quando resolveu atacar, conseguiu o empate com Bergson, nos acréscimos.

A primeira impressão deixada por esse Rubro-Negro de Tiago Nunes foi de corrigir as coisas lá atrás. Nos últimos dez jogos com Diniz foram 14 gols sofridos, contando só o Brasileirão. Com a dificuldade de reverter a desvantagem da primeira partida com o Cruzeiro, a ideia era se garantir lá atrás e em uma bola arrancar o 1×0 e decidir nas penalidades. Em partes, deu resultado. Se não conseguiu a classificação, ao menos o Atlético mostrou pequenas melhoras.

“Com Tiago Nunes temos um time mais conservador e equilibrado defensivamente. Agora é encontrar um equilíbrio ofensivo também”, resumiu o zagueiro Paulo André.