Atlético vai explorar crise do Corinthians

Protestos da torcida, técnico ameaçado, crise. Um filme que o Atlético conhece bem agora é exibido do lado oposto. Sábado, no Pacaembu, o Rubro-Negro tentará repetir uma especialidade: tirar proveito da má fase do Corinthians na casa do adversário.

Nos últimos cinco confrontos entre os times em São Paulo, em três o Corinthians vivia momento ruim. Em 2000, o Furacão venceu por 3 x 2 e afundou mais os paulistas, que terminariam a Copa João Havelange em penúltimo lugar – só não caíram porque não havia rebaixamento. Em 2003, um gol de falta de Douglas Silva, aos 47 do segundo tempo, botou mais lenha na fogueira corintiana. O time do Parque São Jorge, dirigido pelo interino Juninho Fonseca, somou a segunda derrota seguida e caiu para o 14.º lugar.

Pior foi em 2004. No ano em que seria vice-campeão, o Atlético humilhou o Timão por 5 x 0, também no Pacaembu, e derrubou o adversário para a 17.ª colocação. A Fiel, já revoltada com o time pela eliminação da Copa do Brasil pelo Vitória, dias antes, invadiu o gramado e tentou agredir os jogadores.

Vadão conhece bem a fúria alvinegra. Ele saiu do Atlético, em 2000, para assumir um Corinthians em crise. E reconhece que poderá se aproveitar da situação do adversário – lanterna do Brasileirão e sem vencer há oito rodadas, o Timão vai encarar um protesto da Gaviões da Fiel, com direito a enterro simbólico da diretoria antes do duelo com o Atlético. O técnico Geninho, que pode cair se não ganhar, deve sacar os badalados Silvio Luiz, Ricardinho e Gustavo Nery. ?Vamos nos preparar para o pior, que é o Corinthians jogando com tudo. Mas claro que há o outro lado. Quando a torcida diz que vai cobrar, cobra mesmo?, falou Vadão.

O treinador atleticano teme, apenas, exageros como a tentativa de invasão do gramado e o confronto com a PM na partida em que o Corinthians foi eliminado da Libertadores pelo River Plate, em maio. ?O Pacaembu tem só o alambrado separando a torcida?, disse, lembrando que o adversário volta a utilizar o estádio municipal depois de mandar vários jogos no Morumbi.

Vadão prefere não antecipar o modo de extrair vantagem da fase corintiana. Mas o time deve aplicar uma manjada estratégia para enfrentar adversários em crise. ?Eles virão com tudo, tentando descarregar o momento ruim em nós. Temos que começar o jogo com paciência e tranqüilidade. A torcida vai pegar no pé se o gol não sair rápido e então poderemos aproveitar o desespero deles?, explica o goleiro Cléber.

Furacão tem dois convocados

Se a pequena expectativa sobre a convocação de Dagoberto para a seleção brasileira foi frustrada na terça-feira, ontem dois jogadores rubro-negros tinham razões para comemorar. David Ferreira e Sergio Herrera receberam comunicado da federação colombiana que os chamava para defender a equipe nacional.

Ambos foram relacionados pelo técnico Roberto Rueda para o amistoso com o Chile, dia 16 de agosto, em Santiago. O jogo poderá ser decisivo para o futuro do treinador, já que em 28 de agosto o novo comitê executivo da Federação Colombiana decidirá se ele fica no cargo.

Os dois atleticanos são freqüentadores habituais da seleção ?cafetera?. Ferreira foi chamado para a Copa América de 2001 e 2003 e em jogos das eliminatórias das copas de 2002 e 2006. Herrera esteve na seleção sub-23 em 2003 e na principal em 2004 e 2005. ?Temos a Copa América pela frente e espero corresponder para estar em outras convocações?, disse Ferreira.

Nos últimos dois meses, a Colômbia disputou amistosos contra equipes classificadas na Copa de 2006. Somou uma vitória sobre a Polônia (2 x 1), um empate com o Equador (1 x 1) e uma derrota para a Alemanha (3 x 0).

O Atlético e a Federação Colombiana não informaram a data de apresentação dos jogadores – mas Ferreira e Herrera estarão disponíveis para o confronto de sábado, contra o Corinthians.

Voltar ao topo