Atlético vai de Heriberto da Cunha

Para quem sondou Ricardo Gomes, Levir Culpi, Édson Gaúcho e até elogiava o ex-coxa Ivo Wortmann, o Atlético volta no tempo e aposta em Heriberto da Cunha. Desconhecido da maior parte dos torcedores, ele chegará à Arena como um autêntico ‘famoso quem?’. Após passagens pelo Internacional de Limeira, CSA e Sport, o ex-jogador do Furacão retorna a Curitiba com a difícil missão de apagar a má imagem deixada pelo clube em 2002. Sua apresentação está programada para quinta-feira no CT do Caju.

Com um rombo de R$ 6 milhões no caixa neste ano e com o orçamento de 2003 ainda indefinido, a direção atleticana retoma a mesma filosofia empregada na contratação de Osvaldo Alvarez, o Vadão. Com um time em ascensão e cheio de jogadores promissores, os dirigentes tentaram e encontraram no criador do ‘carrossel caipira’ o nome ideal para fazer a transposição do Atlético de time regional para sensação nacional e internacional. Da Arena, Vadão acabou indo para o Parque São Jorge, onde treinou o Corinthians.

No entanto, quando os dirigentes tentaram manter essa filosofia e trazer outros treinadores pouco conhecidos não deu certo. As ‘experiências’ com Artur Neto, Flávio Lopes (apesar de este ter conquistado um campeonato estadual), Riva Carli e Gílson Nunes foram tiros pela culatra. Erros tampados com a vinda de profissionais mais tarimbados entre um e outro para salvar o time de apuros na tabela. Agora, consagrado por ter sido campeão brasileiro, a torcida irá cobrar contratações condizentes com o status alcançado pelo clube.

Quem irá responder a essa questão é o próprio Heriberto. Como jogador, ele atuou no São Paulo, Cruzeiro, Portuguesa, Santos e no próprio Atlético, em 1990. Após ter encerrado a carreira de atleta, começou a se dedicar na nova profissão tendo como primeiros mestres Nelsinho Baptista e Dario Pereyra. Foi auxiliar técnico no Corinthians e Atlético Mineiro até começar a carreira no Internacional de Limeira em 2001. Neste ano, treinou o CSA no Nordestão e Campeonato Alagoano e depois foi para o Sport, onde permaneceu até sábado. Na Série B, terminou a primeira fase na segunda colocação e depois foi eliminado nas semifinais pelo Jundiaí.

Técnico quer repetir a trajetória de Vadão

O novo técnico do Atlético, Heriberto da Cunha, quer fazer história no clube e repetir o mesmo sucesso que Vadão alcançou em sua passagem pela Arena. Pouco conhecido dos torcedores do Furacão, ele garante que, com muito trabalho, mostrará que também tem condições de comandar um time de Série A. Com contrato de um ano, o treinador terá a missão de remontar o Rubro-Negro para a temporada de 2003. Em entrevista à Tribuna, ontem, Heriberto garantiu que vem para Curitiba para montar um novo time e lutar para ser campeão.

Paraná-Online

– Como é que foi esse acerto?

Heriberto

– Nós já vínhamos conversando e, ontem (sábado), acabamos de fechar tudo. Houve um interesse após a saída do Espinosa (Valdyr, ex-treinador do Atlético), mas naquela época eu não podia deixar o Sport no meio do campeonato. O contrato é de um ano e nós só vamos sentar aí em Curitiba para conversar sobre pequenos detalhes.

Paraná-Online

– A direção te passou o que pretende para o ano que vem?

Heriberto

– Não. A gente vai conversar tudo aí na quinta-feira, na apresentação. Essa conversa será sobre o projeto, o planejamento e o trabalho a ser desenvolvido.

Paraná-Online

– Você não é muito conhecido da torcida, que estava esperando um nome mais conhecido. O que você pode dizer para os torcedores sobre a sua contratação?

Heriberto

– Quando eu cheguei no Sport, a torcida estava esperando Leão, Antônio Lopes, grandes nomes e acabei trabalhando. O trabalho é que vai dizer. Às vezes, chega um grande nome, como aí já esteve vários, e não obtém resultado. Tudo é trabalho.

Paraná-Online

– Te preocupa o fato de alguns jogadores estarem saindo e a base ser formada por jogadores vindos dos juniores?

Heriberto

– Vou ver o elenco todo. Dois ou três jogadores estão sendo negociados, mas mesmo assim tem jogadores de qualidade no Atlético. O clube sempre teve uma equipe que, quando sai um jogador, já tem outro pronto para o lugar. A gente vai olhar o elenco todo e, se houver necessidade, a gente vai conversar.

Paraná-Online

– Você tem uma preferência por esquema tático ou não gosta de falar em números?

Heriberto

– O esquema varia muito de acordo com os jogadores que você tem na mão. É preciso procurar enquadrar um esquema de trabalho que os jogadores consigam assimilar. (RS)

A carreira de Heriberto

Ficha Técnica

Nome: Heriberto Longuinho da Cunha

Idade: 42 anos

Naturalidade: Santa Rita do Sapucaí (MG)

Clubes como técnico: Internacional de Limeira (2001), CSA (2002), Sport (2002) e Atlético (2003)

Como auxiliar técnico: São Paulo, Guarani, Atlético Mineiro e Corinthians

Principais clubes como jogador: São Paulo, Portuguesa, Cruzeiro, Santos e Atlético-Pr

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