Atlético usa mesma arma que o São Caetano

“Se eles são chatos, nós temos que ser chatos também.” A declaração é do atacante Washington e reflete bem o pensamento dos jogadores do Atlético para a partida de hoje.

Considerado um dos piores times do campeonato brasileiro para se enfrentar, por jogar um futebol de resultados e sem pressão de torcida, o São Caetano cresceu muito nos últimos anos e se tornou sinônimo de futebol aguerrido, bem ao estilo das equipes do Sul do Brasil. Por isso, o técnico Levir Culpi deverá armar um time mais defensivo para pegar o Azulão no Estádio Anacleto Campanella, às 20h30.

“O São Caetano é uma equipe chata de jogar porque é uma equipe que marca bastante e que tem jogadores que chegam bem na frente. Deve ser um jogo difícil como vem sendo sempre os jogos”, analisa o zagueiro Marinho. Para ele, atuando na casa do adversário, o time inteiro do Rubro-Negro terá que ter marcação dobrada, principalmente na jogadas aéreas. “Temos que ter atenção no jogador que está perto e não só olhar a bola. Eles têm jogadores que cabeceiam bem e são bons nas cobranças de faltas. Temos que ver bem o tipo de jogadas para que a gente possa neutralizar”, continua.

Segundo o goleiro Diego, o fato de o São Caetano jogar em casa e precisar vencer não altera muito o trabalho que o Atlético terá que fazer para vencer a partida. “Eles costumam jogar meio que parecido em casa quanto fora de casa. É uma tradição que eles têm e uma característica dos jogadores que eles têm”, aponta. No entanto, o atacante Washington acredita que o Azulão vai precisar sair para o ataque e deverá deixar os espaços necessários para o contra-ataque rubro-negro. “É mais um dos jogos chatos que a gente tem no brasileiro. Vamos incomodar os caras, marcar forte e sair rápido para conseguir marcar os gols”, diz.

Além de encarar a partida contra os paulistas como uma decisão, os jogadores estão conscientes de que não poderão repetir os mesmo erros dos últimos jogos fora de casa. Somente para Internacional e Criciúma, o time tomou dez gols, marcando apenas um. “A marcação tem que melhorar um pouquinho. Nós fomos falhos nesses jogos e acabamos tomando tudo isso aí de gols”, analisa Marinho. Já Diego, os primeiros minutos continuam sendo os mais cruciais para o Furacão nos jogos do Brasileirão. “Não podemos repetir os erros iniciais das últimas partidas fora de casa. Nós entramos desatentos e sofremos gols muito cedo. Isso prejudica qualquer equipe”, finaliza.

O técnico Levir Culpi vai levar a escalação do Atlético sob mistério para São Caetano do Sul, mas as primeiras pistas mostram que a equipe para enfrentar o Azulão deverá ter um sistema defensivo muito reforçado. Depois de cumprir suspensão automática, o meia Jádson revelou para amigos que ficará no banco de reservas, quando todos acreditavam na sua volta. O mesmo deverá acontecer com Ilan e as mudanças na equipe deverão ser as entradas de Dagoberto no ataque e de Fabiano na meia-cancha. Tudo para segurar o time do ABC paulista.

No treinamento de ontem, o último antes do embarque para Santo André (onde a delegação do Furacão está concentrada), Levir comandou apenas um trabalho recreativo com todos os jogadores. O meia Fernandinho, que vinha reclamando de dores musculares, treinou normalmente e tem presença garantida. Em seguida, alguns jogadores ensaiaram cobranças de faltas, jogada considerada fundamental contra um adversário que deverá fechar os espaços para o ataque.

Sobre a partida, o treinador pede tranqüilidade para a equipe durante os 90 minutos. “O Atlético vai ter sempre oportunidades para marcar gol porque tem um ataque efetivo e muito contundente”, diz. Segundo ele, se o time conseguir segurar atrás, é bem provável que possa garantir os três pontos. Assim, ele deverá colocar Fabiano na meia-cancha e Dagoberto no ataque, com Morais e Ilan voltando para o banco de reservas.