Atlético salva a lavoura de 2003

O Atlético parte em busca do tempo perdido e de uma missão considerada impossível daqui para frente no campeonato brasileiro: vencer cinco vezes nas próximas seis rodadas e ficar com a última vaga na Copa Sul-Americana no ano que vem. É difícil? É, mas após vencer duas vezes seguidas na competição, sair do sufoco do rebaixamento e voltar a sorrir, o discurso de fuga do rebaixamento mudou para a esperança de melhorar o calendário em 2004.

Pelos cálculos do professor Tristão Garcia, feitos especialmente para a Tribuna do Paraná, para ir ao torneio sul-americano uma equipe precisa ter 67 pontos, mas com 65 tem boas chances de chegar lá. Como o Rubro-Negro tem 50 pontos e seis jogos para disputar, a meta agora é ir atrás de cinco vitórias e voltar a uma competição internacional. Quem aponta o objetivo é o próprio técnico Mário Sérgio. Após passar mais de dois meses falando em sair do rebaixamento, agora ele foi o primeiro a anunciar as novas pretensões.

“Agora nós vamos atrás (da Sul-Americana), vamos com muita fé. O time está subindo de produção, os jogadores estão entendendo que a gente precisa se sacrificar”, revelou o treinador. Durante a semana, o elenco ficou concentrado no CT do Caju e trabalhou duro, principalmente fisicamente. “Eles (os jogadores) estão se doando. A torcida tem o orgulho desses jogadores, que estão dentro de campo mostrando um brio fora do comum”, diz.

Dívida

Mesmo com a campanha irregular no Brasileirão, o presidente Mário Celso Petraglia reconheceu a fidelidade da torcida atleticana ao time na competição. Até aqui, o Rubro-Negro tem a melhor média de público pagante dos times de Curitiba (pouco mais de 10 mil por jogo). “Entendo que este ano a torcida deu muito mais do que recebeu. Essa verdade tem que ser dita e é um reconhecimento à visão (administração) nossa. É uma torcida que sabe que está se trabalhando para que no futuro bem próximo o Atlético seja maior ainda”, destacou.

Vitória da cabeça de Mário e pé de Jadson

Que alívio! Foi sofrido, a torcida roeu as unhas, mas o meia Jádson entrou em campo para colocar a bola no ângulo do goleiro Sílvio Luís e decretar a permanência do Atlético na primeira divisão do campeonato brasileiro. Com a vitória de sábado sobre o São Caetano por 1 a 0, o Rubro-Negro passa a respirar mais tranqüilo e vai atrás de uma vaga na Copa Sul-Americana. Além disso, pela primeira vez, conseguiu duas vitórias seguidas na competição. O próximo compromisso será o Goiás, quinta-feira, no Serra Dourada.

Ninguém dava a tarefa como fácil. O próprio técnico Mário Sérgio elevou a partida como prioridade máxima. A partida começou movimentada, o domínio era atleticano e a torcida jogava junta. Quem ditava o ritmo era Dagoberto, constantemente caçado pela defesa do Azulão. Para pará-lo, só nas faltas. Com a condescendência do árbitro, nenhum defensor de azul foi expulso. Pelo contrário, o atacante ainda foi penalizado com uma advertência após reclamar de apanhar tanto! Mesmo assim, ainda foi ele o mais perigoso do ataque rubro-negro.

O comandante rubro-negro mudou o jogo no segundo tempo. Tirou o ala-direito Alessandro e colocou o meia Jádson, deslocando Fernandinho para o lado direito. Mas foi o time de Tite quem começou levando perigo. O zagueiro Rogério Correia salvou a pátria após um chute de Marcinho. Na seqüência, Warley fez a festa na defesa, mas a zaga se recuperou e afastou a bola.

A arquibancada sentiu a pressão e pediu mais “raça, raça”. Os jogadores ouviram e resolveram recuperar o domínio de jogo. Até Mário Sérgio resolveu mexer na equipe e dar um novo gás ao time. Tirou os dois alas e colocou Rodriguinho e Michel Bastos invertidos pelos lados para frear as jogadas do Azulão. A tática funcionou, mas foi de uma jogada de Luciano Santos que saiu a jogada do gol. O volante sofreu falta próximo da área, um prato cheio para Jádson.

O meia cobrou com perfeição no ângulo do arqueiro adversário e tirou o time do sufoco. Na comemoração, correu até o pombal e vibrou com Mário Sérgio.

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