Atlético resolve falar com a torcida

O Atlético resolveu dar uma satisfação à imprensa e à torcida. Após uma semana conturbada, a direção do clube marcou uma entrevista coletiva para hoje, na Arena da Baixada, com o presidente Mário Celso Petraglia. A intenção é aparar as arestas criadas com a maioria dos jornalistas que cobrem o clube e que não estão conseguindo encontrar um canal de comunicação com o campeão brasileiro. O dirigente deverá esclarecer quem será o treinador do time no Brasileirão, se jogadores serão vendidos ou dispensados e se haverá contratações.

Desde o início do ano, o clube não se acertou nem dentro de campo nem fora dele. As indefinições do comando do clube (que se prolongou devido a idas e vindas das eleições) ainda ecoam nos alicerces do Estádio Joaquim Américo. Ninguém foi incumbido de ser o diretor de futebol efetivamente. O diretor superintendente – Alberto Maculan, foi colocado interinamente nessa função mas confessou (em contato telefônico com a redação da Tribuna) que sua área é mais administrativa.

Com a falta de um profissional em campo para lidar com imprensa e jogadores e com as constantes ausências de Petraglia, os jornalistas ficaram sem um canal de informação apropriado. Com isso, os rumores de negociações, dispensas e contratações foram fomentados até por setores do próprio clube. A situação acabou se deteriorando na semana passada com reuniões secretas e cobranças dos jogadores com repórteres setoristas. Com a entrevista de hoje, espera-se que tudo isso seja resolvido.

Tranqüilo

Ao contrário de alguns colegas (Flávio Luís, Wellington Paulo e Fabrício), o zagueiro Rogério Correia encarou com naturalidade a sua inclusão numa lista de dispensas divulgada esta semana pela imprensa. “O que vêm comentando sobre mim vem do jogo contra o Goiás. Todos os jogadores têm o direito de errar e eu errei”, diz, reconhecendo a fraca campanha na Copa dos Campeões.

Segundo ele, o que mais gerou polêmica foi uma declaração que ele garante que não deu a um repórter de Goiânia. “Fui mal interpretado, disseram que eu não queria continuar, mas eu tenho contrato até 2004 e quero cumpri-lo até o final”, promete. A reportagem apurou que a intenção de Rogério não continuar seria a causa da possível dispensa, mas uma conversa com a diretoria já teria esclarecido toda a situação. No caso dos outros três, a provável dispensa seria por deficiência técnica mesmo.

Na sexta-feira, o volante Flávio Luís, o zagueiro Wellington Paulo e o meia Fabrício tentaram extrair da reportagem da Tribuna e de outros jornais a fonte de uma lista de prováveis dispensados na qual estavam presentes os nomes dos citados jogadores. Como é praxe no jornalismo, a fonte foi resguardada. A lista, até o momento, é mera especulação, mas nasceu dentro do próprio clube devido ao desempenho dos atletas ao longo do ano.

Kléberson prefere o futebol dos espanhóis

O meia Kléberson ainda não sabe para onde vai mas já tem uma preferência: a Espanha. Além de ser um país com cultura mais próxima da dos brasileiros, o fechamento do mercado italiano para os estrangeiros está fazendo os brazucas olharem com mais carinho para a terra dos europeus de “sangue quente”. Propostas já foram feitas por Barcelona e Villarreal e nos próximos dias o empresário Juan Figer deverá trazer ao Atlético o resultado das conversações. Oficialmente, metade do passe do pentacampeão é do Rubro-Negro e a outra parte do PSTC. Já de volta ao batente no CT do Caju, para se manter em forma enquanto aguarda as propostas para uma transferência, ele conversou com a reportagem da Tribuna.

Paraná-Online

– Mudou muito a sua vida após a conquista do título mundial com a seleção?

Kléberson

– Olha, espero que não. Espero que continue a ser a mesma pessoa, é claro que o assédio é um pouco maior, e eu vou ter que aprender a conviver com isso aí.

Paraná-Online

– Você não pode mais sair nem para comprar pão, não é?

Kléberson

– Realmente, é complicado agora. Mas é bom receber esse carinho da torcida e de algumas pessoas e receber elogios do torcedor do estado do Paraná e do próprio Atlético. Isso é muito bom e é o reconhecimento do trabalho da gente.

Paraná-Online

– O que a diretoria passou para você sobre uma provável negociação?

Kléberson

– Há uma possibilidade, mas não tem nada definido ainda e o importante é que estou com a cabeça aqui no Atlético e vou trabalhar normalmente para procurar entrar em forma junto com o grupo e ficar preparado para enfrentar o Brasileiro.

Paraná-Online

– Está mais para a Espanha ou para a Itália?

Kléberson

– É difícil falar. Ninguém passou nada para mim de certo sobre qual o país. Acho que é importante está tranquilo, continuar trabalhando agora que é um momento muito importante na minha carreira e seria uma ótima coisa para mim, mas eu tenho que continuar trabalhando aqui.

Paraná-Online

– O que você acha mais interessante, Espanha ou Itália?

Kléberson

– O pessoal comenta muito da Espanha, onde eu acho que a adaptação é muito mais fácil pela comida e por muitos brasileiros que já vivem lá. Mas, a Itália também é um bom país. O Cafu me disse que a Itália também é um bom país para se viver, mas independente disso eu continuar trabalhando. (RS)

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