Atlético precisa ganhar para continuar na disputa

Quem quer chegar longe precisa encarar os desafios – e superá-los, se possível. E, para o Atlético, a pedra chama-se São Caetano. O campeão brasileiro precisa vencer o vice-campeão hoje, às 16h, no Estádio Plácido Castelo, se quiser ainda buscar a classificação para a segunda fase da Copa dos Campeões. De resto, nada mais interessa ao rubro-negro – uma derrota, ou mesmo um empate praticamente alijam a equipe de qualquer possibilidade.

Fortaleza, Ceará – É uma partida que traz lembranças boas para jogadores, dirigentes e torcida. Afinal, quando se fala em São Caetano remete-se imediatamente para aquelas tardes de domingo no final do ano passado, quando o Atlético venceu duas vezes o time paulista e levou o inédito título brasileiro. Apesar disso, todos garantem que a lembrança não pode ultrapassar um certo grau. “Tudo bem, o título foi maravilhoso, mas o jogo é outro, a competição é diferente e nós precisamos vencer”, resume o zagueiro e capitão atleticano Gustavo.

Não só os paranaenses precisam vencer. O São Caetano também perdeu na partida de estréia (para o Goiás de Evair), e luta para buscar uma das duas vagas do grupo, que ainda tem o Flamengo. Mas os paulistas vivem um dilema – jogar para ganhar do Atlético e desgastar o time ou colocar os reservas em campo e guardar forças para a Libertadores? É um drama, já que o time de Jair Picerni joga na terça-feira contra o América na Cidade do México, a 3.600 metros de altitude.

E isso importa para o Atlético? “Não podemos nem pensar nisso. É problema deles, e nós temos que pensar em vencer”, afirma Gustavo. E para vencer o técnico Carlos de Oliveira Carli (Riva) aposta em uma receita simples: ser o Atlético que todos conhecem. “Não fomos uma equipe agressiva contra o Flamengo. Temos que colocar o nosso potencial e nossas qualidades nesta partida. Se tivermos mais ousadia, verticalizando o jogo, tenho certeza que haverá evolução”, garante o treinador.

Para conseguir essa evolução, Riva não treinou nada – o pouco tempo para trabalhos e o forte calor impediram o Atlético de realizar treinos mais puxados. “Eles precisam se acostumar com o clima”, diz o preparador físico Eudes Pedro. Assim, o técnico rubro-negro partiu para um expediente mais rápido: a conversa no centro do gramado do Estádio Carlos de Alencar Pinto (de propriedade do Ceará), numa temperatura que passava dos 30ºC. “Disse a eles da importância da partida e os lembrei da força do Atlético. Tenho certeza que eles entenderam o recado”, finaliza Riva.

Deserto

Pouca gente deve ir ao Castelão esta tarde. Os torcedores estarão ?concentrados? para a rodada dupla de amanhã, que conta com o clássico Fortaleza x Ceará na preliminar e Flamengo x Goiás como jogo de fundo – a pedido das emissoras de TV, o Flamengo teve sua partida transferida para domingo. Com a concorrência de peso, a expectativa de público para o jogo de hoje é pequena.

Alex Mineiro, a esperança de gol

Fortaleza

– São Caetano e Atlético fazem hoje um jogo decisivo. A esperança atleticana é Alex Mineiro, que vem se notabilizando por marcar gols em partidas decisivas. O início desta matéria poderia servir tanto para a partida desta tarde quanto para aquelas duas do final de dezembro, quando Alex tornou-se o herói das finais – foram oito gols em quatro jogos, sendo que três nas duas partidas contra o São Caetano.

E é inescapável o sentimento pelo qual passa o atacante rubro-negro. “É um momento muito importante da minha vida. Acho que toda vez que eu enfrentar o São Caetano vou ter esse pensamento”, diz. Aqueles gols foram decisivos, principalmente o último (de pênalti) na primeira partida em Curitiba e o gol do título no jogo da volta, em São Caetano. A jogada é inesquecível -Fabiano fez jogada individual pela esquerda e chutou para o gol. Sílvio Luiz rebateu e Alex deu aos atleticanos sua maior glória.

Espionagem

O auxiliar Maurílio Evaristo (Lio) foi o primeiro atleticano a chegar em Fortaleza. Ele assistiu à estréia do São Caetano, quarta, contra o Goiás, e entregou ontem a sua avaliação ao técnico Riva. “É uma equipe muito veloz, que usa muito os lados do campo. Mesmo que os titulares não joguem, eles não mudarão o jeito de jogar”, conta Lio. Além de analisar o adversário, Riva também quer evitar que o jogo seja encarado como uma ?vingança? para os paulistas. (CT)

São Caetano não perdeu o embalo

Fortaleza

(Lancepress!) -Apesar de o time do ABC paulista estar totalmente concentrado na semifinal da Libertadores, contra o América do México, na próxima terça-feira, em São Caetano do Sul ninguém quer saber de deixar o campeonato no nordeste ainda na primeira fase. Para o meia Adãozinho, nenhum título deve ser deixado de lado. “Todos sabem que o jogo contra o América é o mais importante, mas antes temos o Atlético-PR pela frente. Todas as partidas que eu disputo, jogo com motivação. Senão, nem entro em campo”, explicou o jogador, que espera que o time jogue melhor do que no primeiro jogo. O único desfalque será o lateral-direito Russo, que ainda sente o calcanhar e deve ficar de fora.

Reforços para a terceira partida

Fortaleza – Se o Atlético vencer o São Caetano, o técnico Riva deve ganhar dois ?reforços? – Kléberson e Adriano devem ser chamados para o jogo do sábado que vem contra o Goiás. Kléberson segue sendo homenageado pelo título mundial, mas já está avisado da possibilidade. E Adriano deve acertar nos próximos dias a renovação de contrato. Entre jogador e clube o acerto já foi feito, restando apenas o aval do Olympique Marseille (dono do passe) para a permanência do meio-campista.

Será que ele muda?

A pergunta foi a que os jornalistas mais fizeram durante o treino de ontem do Atlético, no Estádio Carlos de Alencar Pinto. E ?ele?, o técnico Riva, ainda não respondeu. Assim como na partida contra o Flamengo, o rubro-negro não foi definido. (CT)

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