Atlético pôs o Coxa na roda e pode ditar uma nova fase

Não foi só o resultado que o Atlético comemorou no sábado. A vitória sobre o Coritiba, a 100.ª em Atletibas, consolidou a retomada do bom futebol do time no campeonato brasileiro, afasta um pouco o fantasma do rebaixamento das cercanias da Arena e dá tranqüilidade para a seqüência do trabalho. Tudo no ritmo de Fernandinho, Ilan, Dagoberto e cia, que voltaram a jogar o que sabem e puseram os adversários na roda. Agora, o Rubro-Negro entra na semana pensando no Santos, vice-líder da competição, que enfrenta domingo, na Vila Belmiro.

De acordo com o técnico Mário Sérgio, a maior virtude do Furacão foi usar mais e melhor a velocidade. “Nós encontramos dificuldade aqui na Arena quando jogamos contra equipes consideradas inferiores à nossa. Tivemos dificuldades contra o Figueirense, contra o Fortaleza, adversários que jogaram fechados porque nós temos atacantes velozes. Se você não dá espaço à velocidade, as coisas não acontecem. É simples a explicação”, analisa. Este artifício já tinha sido bem usado contra a Ponte Preta e por infelicidade da defesa o time não trouxe os três pontos de Campinas.

O novo desafio é manter a mesma pegada daqui para frente. “Nós precisamos sair da situação em que estamos, nós ainda estamos numa zona perigosa, mas se nós jogássemos esse tipo de futebol que nós estamos jogando há algum tempo e pouca gente reparou, sairemos dessa”, aponta. Segundo ele, a única partida abaixo da crítica foi contra o Juventude. “Tirando essa partida, eu vi o time num crescendo, que me empolgou muito e fez com que eu continuasse e acreditasse no trabalho desses jogadores”, destacou.

A próxima meta é traduzir o bom rendimento em mais vitórias fora de casa. De folga hoje, o elenco atleticano volta a trabalhar amanhã no CT do Caju. Contra o Santos, Mário Sérgio não poderá contar com o volante/zagueiro Alan Bahia, que tomou o terceiro cartão amarelo e cumprirá suspensão automática contra os paulistas. Em compensação, o zagueiro Tiago e o volante Douglas Silva estão liberados e podem retornar ao time. A tendência é de que o treinador escale um deles no lugar de Alan.

Estréias

O meia Fernandinho e o volante Alan Bahia atuaram pela primeira vez num Atletiba pela categoria de profissionais do Atlético, sábado, na Arena.

Petraglia desabafa e acusa imprensa

A vitória de sábado no Atletiba lavou a alma dos torcedores, jogadores e da diretoria do Rubro-Negro. Principalmente destes últimos e mais precisamente do presidente Mário Celso Petraglia. Sem conseguir montar uma equipe competitiva desde que retornou ao poder supremo no clube, o dirigente reapareceu em público para soltar o verbo: garantiu ser inocente e prometeu um time para brigar por títulos em 2004. Em abril do ano passado já havia prometido a conclusão da Arena até o final de seu mandato em dezembro deste ano.

“No ano que vem, nós vamos prometer à torcida um time que, aí sim, vai mostrar novamente ao Brasil quem é o Atlético Paranaense”, anunciou. Empolgado pela vitória sobre o Coritiba, que tem um valor simbólico muito importante para o Furacão, o dirigente acredita que a partir deste momento começa nova vida na Arena e no CT do Caju. “O Atlético não fará absurdos e não irá atrás de pressões de jogadores caros, continuará em sua política”, destacou.

De acordo com ele, o clube está no caminho certo e não mudará nem um pouco no futuro. “O Atlético é um dos clubes que mais revelou jogadores, que mais transações internacionais fez. O Atlético teve o privilégio de ter um pentacampeão (Kléberson) jogando no nosso clube e ele mesmo foi o primeiro brasileiro a ir jogar no Manchester”, desabafou. Esse sucesso seria, segundo Petraglia, a motivação para uma “campanha” contra o clube e contra o próprio dirigente.

O presidente declarou ter recusado o convite de chefiar a delegação da seleção brasileira para ficar no Brasil para rebater as acusações de que ele e o clube estariam envolvidos em corrupção com o INSS. “Como hoje, há uma fusão, quase, entre a pessoa física do Mário Celso Petraglia com a pessoa jurídica do Clube Atlético Paranaense, eu tenho certeza que todos que leram aquela nota, malvada e maldosa, de um dirigente, ou pejorativamente, um cartola, do Atlético, ligaram ao nome de Mário Celso Petraglia”, esbravejou, declarando serem infundadas a ligação dele com o propinoduto do INSS no Rio de Janeiro.

Além disso, partiu para o ataque, chamou os veículos que divulgaram a ligação do clube e do presidente com desvio de verba de “imprensa marron” e garantiu que vai entrar na justiça. Questionado sobre quem seriam esses veículos, Petraglia desconversou e não quis dizer nomes dos jornais. Os colunistas Ancelmo Góis e Hildegard Angel, de O Globo e Jornal do Brasil, respectivamente, fizeram as revelações. “Quem sabe a Polícia Federal, que está envolvida nisto, nos ajude a descobrir quem são essas pessoas para que a gente possa processá-las?”, questionou sobre os informantes dos colunistas.

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