O jogo tinha tudo para ser difícil, mas o que o Atlético não esperava era que o Francisco Beltrão encarasse frente a frente o tricampeão estadual. Mantendo o mesmo ritmo das duas primeiras rodadas iniciais, o Galo do Sudoeste impôs o seu futebol e fez valer a condição de segundo colocado na competição. Não deu espaço para o Rubro-Negro e dominou a maior parte do jogo. Ainda mais porque o técnico Heriberto da Cunha escalou três volantes, prejudicando a criação de seu time na meia-cancha.
Apesar de até ter começado melhor e quase abrir o marcador através de uma cabeceada do zagueiro Ígor, o Atlético se acomodou em campo e permitiu as investidas do Beltrão. Após ganhar o meio-de-campo, as jogadas de ataque do Galo se tornaram mais freqüentes e o gol era questão de tempo. E, após um bom arremate de fora de área, o volante Wilson abriu o placar. O gol acordou o Furacão, que partiu para cima e só não empatou porque o árbitro não marcou pênalti em cima de Adriano.
Na segunda etapa, o técnico rubro-negro ousou mais e colocou William para dar mais velocidade e criatividade no ataque. No entanto, a mexida não foi páreo para o ímpeto do Beltrão. O time do sudoeste voltou com tudo e, numa bola levantada na área de Cléber, Luisinho Capanema cabeceou para ampliar o placar. A torcida que lotou o Anilado não perdoou o Atlético, gritou: “timinho, timinho”.
Daí em diante, o tricampeão foi para cima e tentou sufocar o adversário. Mas, o tiroteio atleticano parava na ótima tarde do goleiro Cássio. O arqueiro defendeu bolas de todo o jeito e se consagrou como o melhor jogador em campo. O Beltrão ainda teve um pênalti a seu favor, mas o árbitro preferiu compensar a não marcação de falta semelhante para o Furacão na primeira etapa. Para piorar, o lateral-direito Alessandro (por ofender o árbitro) e o atacante Ilan (por dar uma cotovelada no adversário) perderam a cabeça e foram expulsos.
Goleiro com sotaque gaúcho no Rubro-Negro
O Atlético anunciou ontem a sua primeira grande contratação para a temporada de 2003. Trata-se do goleiro Diego, a principal revelação da camisa 1 no campeonato brasileiro do ano passado, defendendo o Juventude. Sua chegada ao CT do Caju está prevista para amanhã. Junto com ele devem vir também o meia Marcelo e o atacante Michel, para compor o grupo para o campeonato paranaense.
A vinda do arqueiro era um dos principais pedidos do técnico Heriberto da Cunha para fechar o time para o Paranaense. O treinador não via em Cléber e em Tiago a segurança necessária para suprir a ausência de Flávio, dispensado no ano passado. Diego tem 23 anos e foi considerado o melhor goleiro do brasileirão 2002. Com três anos de titular do time gaúcho, o jogador deverá passar a confiança que Heriberto espera para sua equipe.
O Rubro-Negro adquiriu 50% dos direitos federativos do atleta e os valores não foram revelados. As negociações vinham há várias semanas e quase não aconteceram devido ao interesse do Palmeiras e do Corinthians. Os outros dois a chegarem também são jovens promessas do Juventude. O meia Marcelo tem 22 anos, 1,76 metros e 68 quilos. Já o atacante Michel também tem 22 anos, 1,79 metros e 68 quilos.
Além desses, a direção atleticana deverá intensificar a busca por mais jogadores. Mesmo com os retornos de Dagoberto e Kléberson, o treinador deve insistir na necessidade de trazer mais um zagueiro, um meia e um atacante. Todos eles com bastante experiência no futebol brasileiro. Um dos pretendidos por Heriberto era o meia Jorge Vágner, do Cruzeiro, mas este está próximo de acertar seu ingresso no Corinthians. (RS)
Perdão
Durou apenas dois dias o afastamento do meia Rodrigo do elenco principal do Atlético. Na sexta-feira à noite, o jogador pediu desculpas aos jogadores, comissão técnica e diretoria. “O Rodrigo teve a atitude de pedir desculpa aos companheiros e depois conversou comigo e mostrou arrependimento pela atitude tomada no jogo frente ao Malutrom”, explicou o técnico Heriberto da Cunha. Hoje, ele volta a treinar com o grupo e já fica à disposição para a partida contra o Rio Branco, quarta-feira, na Arena.
Heriberto quer começar do zero e com reforços
O técnico Heriberto da Cunha, do Atlético, culpou a falta de equilíbrio de sua equipe como fator preponderante para a derrota para o Francisco Beltrão. Segundo ele, o clube tem que repensar seu planejamento e começar tudo de novo, inclusive com mais contratações. O próximo adversário será o Rio Branco e o treinador terá uma série de problemas para montar a equipe, mas poderá contar com a volta de jogadores importantes.
“Eu disse para os atletas após o jogo que nós temos que fazer uma análise individual. Nós temos que melhorar fisicamente, tecnicamente e taticamente para conseguir os nossos objetivos”, apontou. Para ele, o que passou é para ser esquecido. “Não podemos ficar lamentando. Essa equipe tem que começar do zero e ir crescendo dentro da competição”, disparou.
No entanto, o treinador voltou a ressaltar a necessidade da diretoria trazer mais reforços para o campeonato paranaense. “Nós já falamos da necessidade de alguns jogadores para reforçar a equipe”, repetiu. “Quando há este tipo de renovação, há também oscilações. Você tem que trabalhar isso e amadurecer a equipe dentro da competição”, explicou. Para ele, o time é muito imaturo e fica muito carente das boas atuações do meia Adriano. “Quando o Adriano tem dificuldades, a equipe passa a ter dificuldades”.
Para a partida de quarta-feira contra o Rio Branco, Heriberto não poderá contar com o atacante Ilan e o lateral-direito Alessandro. Os dois foram expulsos e cumprirão suspensão automática. Em contrapartida, ele terá as voltas do volante Douglas Silva e do meia Rodrigo (após cumprirem uma partida de suspensão), do meia Kléberson (que não foi negociado), do atacante Dagoberto e do lateral-esquerdo Jean (após uns dias de folga) e, talvez, do zagueiro Rogério Correia e do volante Cocito (em recuperação médica).
Punições
A comissão técnica deverá conversar com a diretoria para ver se punirá o lateral-direito Alessandro e o atacante Ilan pelas expulsões na partida de ontem contra o Francisco Beltrão. “Isso vai ser resolvido tudo lá dentro do clube para que não haja nenhum tipo de fofoca de que o clube agiu com um e não agiu com outro”. Como no caso do meia Rodrigo, a punição foi branda, nenhum deles deve sofrer sanções muito severas.
Rodrigo
Apesar de perdoado pelo clube, Rodrigo poderá pegar até quatro partidas de gancho no TJD, se for enquadrado no artigo 314 (assumir atitude contrária à disciplina ou à moral desportiva, em relação a componente de sua representação, representação adversária ou de espectador) do CBDF.
Internet
Para acompanhar o jogo do Atlético, o torcedor rubro-negro só teve uma opção: ouvir a Rádio Celinauta, de Pato Branco, no computador.
Façanha
Foi a primeira vez que o Francisco Beltrão ganhou uma partida de um time da capital.