Atlético mantém sina e perde no Norte

O mando era do Atlético, mas a sina de jogar fora de casa prevaleceu. Cumprindo a perda de mando de campo no Estádio do Café, em Londrina, o Rubro-Negro voltou a jogar mal e perdeu ontem à noite para o Vitória por 2 a 1. Com o resultado, o time comandado pelo técnico Mário Sérgio se manteve na mesma colocação e agora vai lutar apenas para se livrar do rebaixamento. O próximo compromisso será contra o Corinthians, domingo, em São Paulo.

O clube fez tudo para transformar o Estádio do Café em sua própria casa, mas a estatística não quis saber. Se não é Arena, o Atlético se complica e foi isso o que aconteceu na primeira etapa. Até o árbitro não deu trégua, nem a energia elétrica, que faltou na maior parte do tempo nas cabines de transmissão. Logo no início da partida, o atacante Ilan caiu na área e pediu pênalti. O árbitro catarinense nem ligou para as reclamações do artilheiro. Era a resposta atleticana aos baianos, que começaram assustando o goleiro Cléber.

O time de Mário Sérgio passou a tocar mais a bola e só era parado nas faltas. Quem mais sofreu foi Dagoberto. Apanhou tanto que teve que sair para ser atendido pelo departamento médico. Mesmo assim, foi para cima e, após um cruzamento de Fernandinho, Tiago cabeceou e abriu o marcador. O gol parecia mostrar a supremacia do rubro-negro paranaense, mas não foi isso o que aconteceu.

O Vitória foi para cima e chegou ao empate com Dudu Cearense, após cobrança de escanteio. Os erros voltaram a acontecer e o castigo chegou ao apagar das luzes no primeiro tempo. Numa bela cobrança de falta, Adaílton acertou o ângulo do gol de Cléber para virar o placar. “A partida estava equilibrada e agora é erguer a cabeça e voltar com o mesmo nível do início do jogo”, analisou o zagueiro Ígor.

Para tentar algo diferente, Mário Sérgio tirou um volante (Alan Bahia) e apostou num meia (Rodriguinho). Não mudou muito o panorama. A bagunça na meia cancha e as chances perdidas continuaram sendo perdidas no ataque. Do outro lado, as subidas baianas deixavam a zaga atleticana em polvorosa. O treinador atleticano teve que queimar a regra três e colocou o lateral-esquerdo Michel Bastos e o meia Jádson nos lugares de Ivan e Ilan, este último machucado.

Não deu. O panorama continuou sendo o mesmo da primeira etapa. As alterações não surtiram o efeito desejado. Pior do que isso foi ver a torcida londrinense vaiando o campeão brasileiro de 2001. O marketing era para conquistar mais torcedores, mas o tiro saiu pela culatra. Aos 37 minutos da etapa final, os 2.655 espectadores começaram a deixar as arquibancadas do Café, sem esperar mais nada do Furacão. E não aconteceu mais nada mesmo.

Insegurança do time preocupa Mário Sérgio

“Eu não sei não. Deixa o Mário Sérgio explicar isso aí.” Essa foi a resposta do meia Jádson ao ser questionado sobre o que tinha acontecido com o Atlético na partida de ontem contra o Vitória. A derrota voltou a expor os erros do time ao longo do campeonato brasileiro. O técnico Mário Sérgio voltou a repetir a preocupação com o rebaixamento e vai tentar “fazer a cabeça” dos jogadores para buscar os pontos necessários para o Rubro-Negro escapar dessa situação.

“No momento em que você espera menos deles, eles te dão mais e, no momento em que vocês espera mais, eles te dão menos. É uma relação que você tem que aprender a conviver”, analisa o treinador, a pedido do meia, que não quis se comprometer. Mesmo assim, Mário Sérgio mostrou mais disposição ao dar a entrevista coletiva (em comparação com as derrotas anteriores) e acredita no futuro do time. “Muito coisa boa vai sair daí (do time). Mas, nesse momento a situação é difícil”.

CAMPEONATO BRASILEIRO

Súmula
Local:
Café (Londrina)
Arbitragem: Paulo Henrique de Godói Bezerra (SC), assistido por Carlos Berkenbrok (SC) e Edmundo Alves do Nascimento (SC)
Gol: Tiago aos 16, Dudu Cearense aos 36 e Adaílton aos 45 do 1.º tempo
Cartão amarelo: Nenê, Adriano, Maurício, Paulo Rodrigues, Rogério Correia, Alex Silva
Renda: R$ 12.186,00
Público pagante: 1.041
Público total: 2.655

ATLÉTICO
1×2
VITÓRIA

ATLÉTICO

Cléber; Ígor, Tiago e Rogério Correia; Fernandinho, Luciano Santos, Alan Bahia (Rodriguinho), Adriano e Ivan (Michel Bastos); Ilan (Jádson) e Dagoberto. Técnico: Mário Sérgio

VITÓRIA

Juninho; Nenê (Alex Silva), Adaílton e Marcos; Maurício, Alexsandro Baiano, Dudu Cearense, Alessandro Azevedo e Paulo Rodrigues; Goiano (Róbson Luís) e Zé Roberto.
Técnico Lori Sandri

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