Atlético joga bem e vence o Coritiba

Nada melhor que um Atletiba para recuperar os ânimos. Contestado em quase toda a temporada, o Atlético jogou bem e passou sem dificuldades pelo Coritiba, vencendo por 2×0 o clássico realizado ontem, no estádio Joaquim Américo. Em uma partida pontilhada por confusões, o atacante Dagoberto foi o melhor e Ilan, que marcou dois gols, foi o herói da partida.

A primeira chance real aconteceu aos 4 minutos, quando Fernandinho escorou para fora, um cruzamento de Dagoberto, que assumira a responsabilidade de comandar o Atlético. Ficava claro que o Coritiba jogaria no erro adversário, compactando o meio com Lima e Alexandre Fávaro e tentando os contra-ataques. Na frente, Igor vigiava Marcel, deixando Rogério Correa na sobra.

Aos 11, falhas sucessivas do ataque rubro-negro e da defesa coxa quase desaguaram na abertura do placar pelo Atlético. O primeiro arremate perigoso foi de Willians, que obrigou Diego a fazer boa defesa aos 14 minutos. Mas era uma chance fortuita, tanto que Bonamigo gritava para que sua equipe saísse da defesa. Fernando salvou o Cori aos 16, quando seu quase xará, Fernandinho, apareceu livre na área – o goleiro coxa defendeu com os pés.

Dagoberto seguia liderando o Atlético, inclusive nas reclamações com o árbitro. Aos 27, ele cobrou falta com perigo, obrigando Fernando a fazer boa defesa. Cinco minutos depois, Reginaldo Nascimento cometeu falta dura em Ilan – como já tinha amarelo, o capitão coxa foi expulso. Na cobrança da infração, a bola espirrou na barreira e Ilan (em posição duvidosa), de bicicleta, abriu o placar na Arena.

Bonamigo não recompôs a defesa como se esperava, mas colocou Edu Sales no lugar de Lima, tentando melhorar o rendimento ofensivo. O Atlético, talvez empolgado pelo gol, seguiu no ataque. Aos 17, Fernandinho chutou, a bola bateu em Willians e quase venceu Fernando. Aos 20, Odvan errou, mas o ataque atleticano não soube aproveitar.

O Coritiba tentava atacar no “abafa”, mas faltava tranqüilidade, que também não sobrava na insegura zaga do Atlético. Mas Dagoberto esbanjava categoria no ataque, e aos 24 ele deixou Ilan na cara do gol para marcar o segundo gol rubro-negro.

O jogo acabou ali. Mas os alviverdes ainda exageraram na violência, e Odvan acabou expulso por jogo violento em Jádson. Dagoberto ainda chegou a acertar a trave em falta e Ricardinho até driblou Fernando, mas Willians salvou o Coxa de sair goleado da Baixada. Festa atleticana na véspera do aniversário do Coritiba, vitória rubro-negra no Atletiba 317.Mário ironiza os críticos; Bonamigo reclama do árbitro

Irapitan Costa

Para o técnico Mário Sérgio, 5×0 seria um placar mais justo. Não há exagero no pensamento do treinador atleticano, diante das várias oportunidades desperdiçadas pelos seus atacantes, principalmente Fernandinho e Dagoberto. Mário disse ainda, que “poucos acreditavam, mas mostramos competência”. Com alguma ironia, rebateu às críticas que vinha sofrendo após sucessivas derrotas.

“Tudo é bom quando se ganha”, disparou. “Fizemos exatamente o mesmo trabalho de jogos anteriores. Mesmo trabalho criticado por vocês.” Reafirmando que trabalha com disciplina e não terrorismo, Mário Sérgio destacou a união do grupo e a sintonia entre comissão técnica e dirigentes, tudo complementado com o apoio da torcida.

Mário Sérgio citou ainda que em muitos jogos – como frente a Figueirense e Fortaleza – seu time não foi bem, pois precisa de espaços para conseguir imprimir velocidade. “Essa é a nossa característica. Neste jogo, tivemos segurança e conseguimos um bom volume ofensivo.”

Do outro lado, Paulo Bonamigo reclamou da rigidez com que Evandro Rogério Roman apitou o clássico. “Nos minutos iniciais, foram mostrados muitos cartões amarelos e isso minou a nossa defesa”, disse. Em muitos momentos, Roman não teve o mesmo critério na aplicação das advertências, mas Bonamigo reconhece que inexplicavelmente sua equipe ficou muito atrás. “Ficamos presos ao nosso campo, sem conseguir aplicar os contragolpes.”

Cinco minutos antes do apito final, a torcida do Coritiba extravasou toda a sua decepção sem medir conseqüências. Arremessando objetos incessantemente, um grupo foi além. Corrimões foram arrancados, dando início à depredação e à briga com os policiais. Um torcedor caiu no fosso e a confusão se prolongou por vários minutos após o término da partida. Houve várias prisões e somente após a saída dos torcedores é que os ânimos serenaram.

CAMPEONATO BRASILEIRO:
ATLÉTICO 2X0 CORITIBA