Atlético já vê um complô

O Atlético saiu do Estádio do Maracanã, sábado, metendo a boca no árbitro Rodrigo Martins Cintra. O atacante Dagoberto chegou a acusar o comandante da partida de o ter empurrado, de tê-lo deixado apanhar à vontade e ainda foi ameaçado de expulsão, o que acabou acontecendo no final da partida, num lance duvidoso de pênalti. Além dele, o presidente Mário Celso Petraglia insinuou um suposto esquema para favorecer os grandes clubes no restante do campeonato brasileiro. Tudo após o Furacão ter desperdiçado a oportunidade de vencer mais uma fora e perder para o Flamengo por 2 a 1.

“Este ano tem que dar Cruzeiro. Apesar de o Cruzeiro estar se ajudando e todo mundo o ajudando, tem aí o risco de alguns grandes caírem para a segunda divisão”, disparou o dirigente. De acordo com ele, os clubes que não fazem parte da panelinha do eixo Rio-São Paulo precisam pôr as barbas de molho. “Nesse final, prepare seu coração porque vêm coisas que o Sobrenatural de Almeida não vai explicar”, complementou.

As declarações de Petraglia vão ao encontro do que também falou o atacante Dagoberto. O jogador sofreu dois pênaltis anotados pelo árbitro e, no terceiro, acabou levando o segundo cartão amarelo e sendo expulso porque teria simulado a falta. “Não digo que foi pênalti, acho que eu procuro sempre jogar futebol e não bater. Você ser expulso por tentar jogar futebol é complicado”, desabafou.

O pior não foi isso. Já no primeiro cartão, tomado pelo atacante por ter questionado o árbitro sobre uma falta, Rodrigo Cintra chegou a trombar em Dagoberto. “Ele veio e me deu uma trombada, além de tudo também falou que iria me expulsar. Você jogando futebol chega a se expor, mas sempre tentando ajudar a sua equipe”, revelou.

Já o volante Douglas Silva se conformou com mais uma expulsão em sua carreira. Perdoado por atos de indisciplina (segundo a diretoria), o jogador retornou na partida contra o Flamengo e novamente levou cartão vermelho. No entanto, a falta foi considerada do jogo e um recurso para impedir mais um gol do adversário. “Eu evitei o gol e até o pênalti. Infelizmente eu já tinha o cartão amarelo e o juiz não tinha outra coisa a fazer”, apontou. Mesmo assim, foi mais um lance polêmico porque, anteriormente, Edílson havia puxado a camisa do volante, não anotada pela arbitragem.

Alex erra e Flamengo amplia

Na estréia no novo uniforme número 2, o Atlético acabou levando azar e perdendo a oportunidade de conseguir a segunda vitória fora de casa no Brasileirão, sábado. Com o Flamengo em crise e com a pequena torcida pegando no pé de alguns jogadores, o time de Mário Sérgio não soube tirar proveito da situação e voltou do Rio de Janeiro sem nada. Com a derrota por 2 a 1, o Furacão continua próximo da zona de rebaixamento e ainda precisando de, pelo menos, 11 pontos em 13 jogos para respirar tranqüilo.

O primeiro gol carioca saiu dos pés do lateral-direito Rafael, que recebeu um lançamento do meia Ígor e chutou de primeira para encobrir o goleiro Diego. A bola raspou em Tiago e enganou o arqueiro. Mesmo perdendo, o time da Baixada pouco ameaçou o gol de Júlio César. “Nós temos que finalizar mais”, apontou o zagueiro Tiago, no intervalo. O mesmo pensamento teve o goleiro Diego. “Faltou mais atenção”, disse.

Na segunda etapa, o treinador atleticano trocou os laterais por meias e pôs o time para cima. A reação começou com um pênalti em cima de Dagoberto. Alex Mineiro cobrou e deixou tudo igual. Logo após, Douglas Silva foi expulso e após uma blitz flamenguista, Dagoberto sofreu mais uma vez uma falta dentro de área. Desta vez, Alex cobrou a penalidade na trave. Na seqüência, o Flamengo perdeu Fabinho, mas conseguiu desempatar. A bola bateu na mão de Fabrício dentro da área e a arbitragem apontou para a cal. O capetinha Edílson cobrou e anotou.

As duas equipes ainda perderam um jogador cada, com Dagoberto e Rafael levando o vermelho, e a partida ficou nisso mesmo. O próximo compromisso do Atlético pelo campeonato brasileiro será o Fluminense, às 16h de sábado, na Arena. Para esta partida, o técnico Mário Sérgio não poderá contar com a presença de Dagoberto e Douglas Silva, expulsos. Em compensação, o treinador terá as voltas do volante Luciano Santos e do atacante Ilan, após cumprirem suspensão automática.

Trabalho

Após regressar ontem pela manhã do Rio de Janeiro, a delegação do Atlético ganhou folga e só se reapresenta hoje, às 15h, no CT do Caju. À noite, a delegação volta a viajar, desta vez para Dallas, nos Estados Unidos, onde o Furacão irá enfrentar o Monterrey, do México. Esta partida está programada para quarta-feira, no Estádio Cotton Bowl.

CAMPEONATO BRASILEIRO
2.º Turno – 33.ª Rodada
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Arbitragem: Rodrigo Martins Cintra (SP), auxiliado por Márcio Luís Augusto (SP) e Nílson de Sousa Monção (SP)
Gol: Rafael aos 15 do 1.º tempo; Alex Mineiro aos 20 e Edílson aos 32 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Ígor (FLA), Alex Mineiro
Expulsão: Douglas Silva, Fabinho, Dagoberto, Rafael
Renda: R$ 29.802,00
Público pagante: 2.841
Público total: 3.815

FLAMENGO
2 X 1
ATLÉTICO

FLAMENGO
Júlio César, Rafael, Fernando, Fabiano Eller, Ânderson (Júlio César), Fabinho, Jônatas, Fábio Baiano, Ígor (Íbson), Zé Carlos (Vinícius), Edílson, Técnico: Oswaldo de Oliveira.

ATLÉTICO
Diego, Ígor, Rogério Correia, Tiago, Alessandro (Fabrício), Alan Bahia (Fernandinho), Douglas Silva, Adriano, Ivan (Jádson), Alex Mineiro, Dagoberto, Técnico: Mário Sérgio.

Clube faz parceria com banco para futuros craques

O presidente Mário Celso Petraglia anunciou no sábado a concretização de uma parceria para administrar a carreira de jogadores e seus dividendos. Esta foi uma das pautas agendadas pelo dirigente em sua recente passagem pela Itália, onde também foi tratar de assuntos particulares. Um banco será formado para abrir espaço para jovens talentos, que farão estágio em clubes europeus e terão a oportunidade de seguir carreira internacional, com assessoria financeira.

“Depois que os jogadores estourarem, eles querem administrar -não a carreira técnica – mas sim os recursos desses jogadores. Hoje, principalmente depois da Lei Pelé, está havendo uma inversão, ou seja, os valores e o grande capital da transferência dos jogadores que ficavam circulando entre os clubes, hoje, está se canalizando para os próprios jogadores, representantes e empresários”, explicou, em entrevista à Rádio Clube. De acordo com ele, esse fundo seria administrado por um grande banco internacional, que também atua no Brasil.

Para o dirigente, dessa forma, os atletas poderiam atuar tranqüilos, ao mesmo tempo em que teriam garantias de que o dinheiro amealhado jogando futebol não seria desperdiçado ou mal-investido. “Tem jogadores fazendo grandes fortunas e este fundo quer administrar a carreira deles e depois, lá na frente, administrar e ajudá-los a saber o que fazer com esses valores que ganhou durante a sua carreira profissional”, apontou.

De acordo com Petraglia, o investimento na formação de atletas de alto rendimento é alto e este fundo vai ajudar o Furacão a continuar mantendo o nível do trabalho e, se possível melhorar, do que hoje é feito no CT do Caju. “Fechamos o negócio com esse banco para criar canais de colocação destes talentos”, finalizou.

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