Atlético já em Fortaleza, para recuperar o embalo

O Atlético não foi tão atlético na partida de quarta contra o Flamengo. Pelo que se viu em Teresina, é essa a conclusão que se pode tirar da atuação rubro-negra na derrota da estréia na Copa dos Campeões. O técnico Carlos de Oliveira Carli (Riva) confessou que, na opinião dele, faltaram características fundamentais da equipe – agressividade, velocidade e ousadia. É esse o mote dos trabalhos até o jogo de amanhã, às 16h, contra o São Caetano, no Estádio Plácido Castelo.

Sem suas duas principais peças de articulação (Adriano e Kléberson), o Atlético perdeu a velocidade e partiu para um jogo de cadência, que nunca foi produtivo o suficiente contra o apenas esforçado Flamengo. “Nós prendemos demais a bola. A jogada tinha que fluir com mais rapidez, e nós não fizemos isso em momento algum do jogo”, explicou Riva. A dificuldade advinha da característica de jogo principalmente de Fabrício, que é um meia-armador ?clássico?, de estilo diametralmente oposto de Adriano.

E mesmo que ainda haja uma esperança de renovação de contrato do meio-campista (e um improvável retorno antecipado de Kléberson), Riva não quer ficar pensando em hipóteses. Ele sabe que o grupo que comanda no Nordeste terá que resolver a sua própria situação na competição. “Eu tenho que trabalhar com esses jogadores. Se eu ficar pensando em mexer ou realmente mexendo, não vamos conseguir avançar taticamente”, afirmou.

Sem velocidade, sumiu a ousadia ofensiva. Dagoberto ainda tentou, mas o desgaste da ajuda ao meio-campo o fez cansar. “Tirei o Dagoberto porque ele já não conseguia acompanhar as subidas do lateral do Flamengo, que estava ganhando muito espaço. Por isso coloquei o Adauto”, justificou o treinador atleticano. Além do cansaço do jovem atacante, o jogo de quarta não teve boas presenças de Alex e Kléber, que desperdiçaram várias jogadas.

Assim, o Atlético não conseguiu ser superior ao Flamengo. “Foi um jogo igual, em quen as equipes tiveram suas chances, mas nós não conseguimos aproveitar. O Flamengo teve uma jogada de bola parada e resolveu a partida”, resumiu Riva. Para ele, a soma dos problemas do Rubro-negro foi decisiva para que a equipe abdicasse das jogadas de frente em alguns momentos do jogo. “Faltou uma ousadia a equipe. Poderíamos tentar bem mais do que tentamos, mas faltava aquele algo mais”, analisou.

E para resolver uma certa falta de iniciativa, não adiantam muitos treinos – e nem há tempo para isso. Riva pretende conversar com o elenco para tentar entender o que aconteceu.

Um dia de relaxar na praia

Fortaleza

– É hora de diminuir o ritmo. Depois de uma estafante inter-temporada e de uma partida disputada em um ?caldeirão?, a comissão técnica do Atlético preferiu dar uma folga aos jogadores. Ontem, o único treino (o chamado regenerativo) foi mais relaxante que o normal – realizado na praia de Iracema, à beira-mar. Foi de deixar os acostumados ao frio com o queixo caído.

“Bom seria se sempre fosse assim”, disse o zagueiro Rogério Correa, antes de uma ligeira corrida pela areia. Fortaleza é agraciada com o vento, que diminui sensivelmente a sensação térmica – a temperatura máxima ontem chegou aos 31 graus.Segundo o técnico Riva (que foi preparador físico do Atlético até há pouco tempo), não adianta exigir dos atletas nesse momento. “Os jogadores sentem a volta aos jogos depois de um certo tempo. Por isso, vamos deixá-los mais relaxados por enquanto”, explicou. Os treinos físicos serão quase suprimidos, dando vez a trabalhos técnicos e táticos. “É disso que necessitamos agora, de um incremento tático e técnico, principalmente porque estamos dentro de uma competição curta”, resumiu.

Nada

Apesar de as notícias terem invadido Curitiba (e repercutido no Nordeste), a diretoria do Atlético garantiu ontem que não recebeu nenhuma proposta da Lazio pela contratação de Kléberson. Segundo o jornal italiano “Gazzetta dello Sport”, o clube de Roma estaria disposto a pagar vinte milhões de dólares -cerca de 59 milhões de reais -para levar o atleticano pentacampeão. (CT)

O rubro-negro da chegada era o outro. Mas valeu

Fortaleza – O Aeroporto Internacional Pinto Martins estava lotado. Pessoas se acotovelavam na área de desembarque, a imprensa aguardava ansiosa pela chegada deles. Até que eles chegaram -não o esperado Flamengo, mas o Atlético, que desembarcou no Ceará cerca de uma hora antes dos cariocas. Houve frenesi, mas até que se descobrisse quem eram aqueles jogadores. A força do Flamengo no Nordeste impressiona.

Mas o respeito ao campeão brasileiro já é percebido. O coordenador da empresa que promove a Copa dos Campeões esteve pessoalmente no aeroporto para receber a delegação atleticana, enquanto jornalistas perguntavam se Kléberson, o pentacampeão, poderia vir ao Ceará. Depois do ótimo rendimento na Copa do Mundo, o “Xaropinho” é o jogador mais conhecido do grupo do Atlético, deixando de ser uma referência regional para transformar-se em um ídolo nacional.

Sem ele, torcedores aproveitaram e pediram autógrafos aos jogadores, principalmente Kléber, Alex Mineiro e Flávio. Mas é óbvio que todo o interesse estava para os outros rubro-negros. Até um típico trio de forró marcou presença no aeroporto para aguardar o Flamengo, secundado por vários humoristas locais.

Enquanto isso, os jogadores do Atlético seguiam tranqüilos para o suntuoso Holiday Inn, na praia de Iracema -onde há, inclusive, uma estátua alusiva à ?Rainha do Mar? e nome de um dos principais romances de José de Alencar (um nome venerado no Ceará). A viagem entre Teresina e Fortaleza durou menos de uma hora, e foi tranqüila – os jogadores aproveitavam para comentar detalhes da derrota de quarta.

Afago

Ainda em Teresina a delegação atleticana foi saudada pelo governador Hugo Napoleão (PFL), que esteve no estádio Alberto Silva acompanhando as duas partidas (além de Atlético x Flamengo, Palmeiras 4×0 Bahia). Napoleão assistiu à partida ao lado do companheiro de partido e prefeito de Ressurreição Alfredo Nunes – que, antes de ser eleito, fora vice-presidente da CBF. “Esse torneio é muito importante, principalmente porque a presença dos paranaenses nos orgulha muito”, disse o governador, em conversa informal com os jornalistas de Curitiba. (CT)

Voltar ao topo