Atlético faz experiência no paranaense

O Atlético irá usar o campeonato paranaense como um laboratório para o Brasileirão deste ano. Apesar de o técnico Heriberto da Cunha estar alertando a diretoria para a necessidade de contratações, o clube só irá trazer reforços para a disputa do nacional, se trouxer. Com um elenco inchado, o treinador ainda terá a missão de cortar, pelo menos, nove atletas para iniciar a última semana de preparação para o estadual e trabalhar com o que tem.

De acordo com o presidente do clube, Mário Celso Petraglia, a fase de avaliação foi concluída no jogo-treino de sábado e, a partir de hoje, o elenco estará praticamente fechado para a busca do tetra. “Agora, nós vamos definir o grupo e, se o Atlético tiver condições, trará reforços. Se não tiver, vamos com o que temos”, aponta. Segundo ele, a contenção de despesas se deve ao novo cenário do futebol brasileiro.

“Vamos colocar essa meninada para jogar para ver o que acontece. Se não dermos oportunidade, nós não saberemos nunca que um Dagoberto joga o que joga hoje”, destaca. Para o dirigente, além das dificuldades econômicas enfrentadas pelo clube, há uma escassez muito grande de bons nomes no mercado. “Não tem jogadores craques ou ótimos ou muito bons dando sopa no mercado a preços que o Atlético possa pagar. Para jogar hoje no Atlético, tem que ser muito bom”, explica. Ele, inclusive, chegou a citar o meia Robert, do Santos. O jogador interessava ao Rubro-Negro, mas que tinha um salário de R$ 120 mil, inviável para o padrão do clube.

O dirigente destaca a nova safra de jogadores que podem substituir à altura aqueles atletas que saíram. “Vimos o Cléber (goleiro) com belas defesas, o Jadílson (atacante), um menino, fazendo belíssimas jogadas e marcando gols”, analisa. Para Petraglia, essa oxigenação é necessária devido à valorização que alguns jogadores alcançam jogando pelo Rubro-Negro. “O Atlético se renova porque no momento há a necessidade. Jogadores se valorizaram com o título do brasileiro, tiveram propostas e o clube não teve condições de cobri-las e é isso, a vida continua”, finaliza.

Quem não está muito satisfeito com o laboratório proposto pela diretoria é Heriberto. “Então é laboratório para mim também”, resigna-se. O profissional está vendo uma debandada de bons jogadores e está limitado a trabalhar com quem ficou, com ex-juniores e alguns atletas que voltaram de empréstimo. Sem contratações, ele terá a missão de descobrir talentos no grupo e lapidá-los para as competições que terá pela frente.

Goleada deixa torcida animada

O técnico Heriberto da Cunha já começa a ver evolução no Atlético após duas semanas de trabalho no CT do Caju. Segundo ele, o posicionamento do time está bem melhor, mas a equipe ainda tem muito o que evoluir. No sábado, o Rubro-Negro venceu o Iraty por 5 a 1 num jogo-treino e já deixou a torcida mais animada com o futebol apresentado. Agora, nos últimos dias de preparação, o treinador espera aprimorar tecnicamente os jogadores para que o grupo alcance, pelo menos, 70% do nível desejado na estréia do campeonato paranaense.

“Vamos trabalhar alternado, um período físico e um período com bola. Vamos intensificar mais o trabalho com bola para que essa equipe possa pegar um conjunto melhor”, informa o técnico. Segundo ele, também é preciso aprimorar a parte física para que o time atue mais tempo em velocidade. “A equipe ainda está muito longe daquilo que a gente queria, mas é só um início de temporada e, agora, é trabalhar.” Na partida de sábado, o Furacão começou devagar, mas logo assumiu o controle da partida e pôs o Iraty na roda. Logo aos 12 minutos, o atacante Jadílson fez fila e só foi parado na falta e dentro da área. Ilan cobrou e converteu. Mesmo jogando mal, o Azulão teve a oportunidade de empatar. O árbitro viu pênalti numa bola que bateu na mão de Adriano, mas o atacante Luciano (ex-Paraná Clube) cobrou mal e o goleiro Cléber acabou fazendo a defesa.

Mais consistente, o Atlético ganhou força e foi para cima. Num bom cruzamento de Alessandro, Ilan cabeceou e ampliou. Na segunda etapa, o técnico atleticano fez várias alterações e deu oportunidade para todos os reservas jogarem. Apesar disso, o ritmo não caiu e mais gols foram saindo.

O terceiro aconteceu após uma boa jogada de William, que colocou a bola no canto do time adversário. Logo após, Selmir deixou a sua marca e, para finalizar, Jadílson também mostrou por que vem sendo um dos titulares. O Iraty ainda marcou o de honra através de Marcelo e perdeu outra cobrança de pênalti, desta vez com Alex. O Atlético jogou com Cléber (Tiago); Alessandro (David), Ígor (Rodrigo Gomes), Rogério Correia (Altair) e Ivan (Rogério Souza); Pires (Wellington), Alan (Fabrício), Rodrigo (Jádson) e Adriano (William); Ilan (Selmir) e Jadílson. (RS)

William quer “vingar” no Atlético em 2003

O meia William começa a sonhar alto e projetar para 2003 o seu ano de afirmação no Atlético. Em dois jogos-treinos, ele entrou no decorrer da partida e mudou, para melhor, o desempenho da equipe. Uma consistência que pode fazer dele o eventual substituto de Kléberson no meio-de-campo rubro-negro ou, pelo menos, esquentar a briga com Rodrigo e Fabrício por um lugar ao sol. Sem uma situação definida dentro do clube (a diretoria ainda vai resolver se mantém o jogador no elenco ou o reempresta ao Figueirense, onde fez duas excelentes temporadas), o meia disse à Tribuna que está pronto para brilhar também no Furacão.

Tribuna – Como está o início de trabalho do Atlético para esta temporada?

William – Estamos buscando um objetivo maior, tecnicamente falando, está faltando muito ainda, mas todos estão fazendo o melhor para superar os obstáculos. Sabemos que as dificuldades são grandes, temos que treinar bastante até o início do campeonato, afinal cada um quer ocupar o seu espaço, e nada melhor do que esses amistosos para definir o melhor da equipe para o campeonato.

Paraná-Online

– Você gostou de suas apresentações nesses jogos-treinos?

William

– É, foram movimentações boas, gostei bastante da maneira como a equipe joga, que é rápida. Minha característica também é essa e estou procurando dar o máximo, mas ainda temos que acertar muita coisa e aos pouquinhos nós vamos conseguir isso.

Paraná-Online

– Esse vai ser o seu ano no Atlético?

William

– Espero que sim. Vou lutar com todas as forças para conseguir o meu objetivo, que é jogar aqui no clube.

Paraná-Online

– O que está faltando para isso?

William

– Acho que a oportunidade, que estava faltando, está sendo dada e, agora, é só correr atrás.

Voltar ao topo