O Atlético terá a difícil missão de enfrentar o Londrina nas oitavas-de-final do Campeonato Paranaense. A partida está programada para quarta-feira, no Norte do Estado, e a vantagem do empate é do Tubarão. Mesmo tendo feito a lição de casa e vencido o Roma por 1 a 0 (ontem, na Arena), os outros resultados não favoreceram a equipe, que apenas manteve a quinta posição na classificação geral da primeira fase.
No reencontro da torcida com o técnico Osvaldo Alvarez, ontem o Rubro-Negro foi só pressão e não massacrou o Roma porque a pontaria dos atacantes atleticanos não funcionou. A torcida saiu irritada com Ilan, principalmente, e Dagoberto. Os dois abusaram de perder gols, mas a vitória acabou satisfazendo os mais de dez mil torcedores presentes.
O jogo até que começou equilibrado, com chances para as duas equipes. O Roma, surpreendentemente, se arriscava no ataque com as boas jogadas de Sousa, que a toda hora deixava seus companheiros na cara do gol. Mas a volúpia do time de Apucarana não era páreo para os jogadores rubro-negros, que logo dominaram a partida.
Com mais categoria e tranqüilidade, o time de Vadão foi para cima e bombardeou a meta defendida por Douglas, o maior destaque do time do interior e do jogo. Apesar da vontade de tirar a barriga da miséria, o time do Atlético cansou de perder oportunidades. Foram tantas que a torcida não acreditou no que estava vendo.
O panorama não se alterou no segundo tempo. As chances perdidas continuaram se sucedendo. O time do Roma já não oferecia muita resistência e, depois de perder o zagueiro Haroldo, expulso, recuou e tratou apenas de se defender. O goleiro Douglas continuou salvando a equipe de Apucarana o quanto pôde. Após muita insistência e de um bate-rebate na área, a bola sobrou para Dagoberto completar para o gol. Seria a redenção se as bolas continuassem a entrar, mas foi só.
No restante do jogo, a torcida não perdoou o atacante Ilan. Cada vez que ele tocava na bola, recebia uma vaia, mas Vadão resolveu mantê-lo em campo para poupá-lo de ser massacrado caso fosse substituído.
Um dia dedicado aos treinos dos atacantes
O técnico Osvaldo Alvarez, do Atlético, já definiu qual será a prioridade para os treinos de hoje à tarde e amanhã de manhã. Com o pouco tempo para trabalhar antes de enfrentar o Londrina pela oitava-de-final do Campeonato Paranaense, o treinador rubro-negro quer acertar o mais rápido possível a pontaria de seus atacantes.
“Obviamente vamos treinar um fundamento que, hoje (ontem), não foi aceitável”, desabafou Vadão. Segundo ele, os chutes, as finalizações e os cruzamentos serão mais treinados para que os erros cometidos na partida de ontem não se repitam. “Dagoberto, Ilan e Adriano tinham todas as condições para ter feito mais gols, mas infelizmente pegaram mal na bola e não tiveram êxito nas conclusões”, ponderou.
Com a torcida, liderança
Mais da metade dos aficionados por futebol do estado do Paraná torcem para o Atlético. Este é resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha entre os dias 9 e 11 de dezembro de 2002. Segundo os dados do levantamento, o Rubro-Negro atingiu 52,63% da preferência dos aficionados por futebol na capital (contra 36,89 do 2.º e 10,52 do 3.º) e 53,84% da torcida do interior paranaense (contra 30,76 do 2.º e 15,38 do 3.º colocado).
Segundo Mauro Francisco Paulino, diretor do Datafolha, foram entrevistados 14.559 pessoas em 365 municípios do Brasil. “A margem de erro decorrente desse processo de amostragem é de dois pontos percentuais”, afirma. De acordo com ele, o processo de pesquisa envolve o sorteio de homens e mulheres acima de 16 anos, que representem as regiões do país. “Os municípios são agrupados de acordo com a localização e o nível sócio-econômico”, explica.
Torcida
Se os números do Datafolha mostram a superioridade atleticana no estado, na Arena a situação só mudou a partir da diminuição do preço do ingresso. Após três partidas a R$ 15 a arquibancada, a média de pagantes ficou em apenas 1.959 torcedores. Já no primeiro jogo com ingresso a R$ 10, 6.335 atleticanos pagaram para assistir Atlético x Roma, elevando a média da Arena no estadual para 3.053. Mais do que isso, o clube atraiu 3.860 crianças com amplo potencial de confirmarem no futuro o amor pelas cores rubro-negras.