Atlético empata e torcida não perdoa

O Atlético perdeu, no sábado, a chance de colocar mais pilha na lanterna do Goiás e dar um salto na classificação do campeonato brasileiro. Jogando um futebol para lá de burocrático, o Rubro-Negro apenas empatou com a pior equipe da competição e nem a Arena ajudou o time a manter o bom rendimento que vinha mostrando dentro de casa. Agora, o time do técnico Osvaldo Alvarez terá que recuperar os pontos perdidos no Joaquim Américo fora de casa se quiser manter o objetivo de chegar entre os oito ainda no final do primeiro turno.

A expectativa de vitória era tanta que mais de oito mil pessoas se dispuseram a ir até a Arena, apesar do frio de rachar que assolou a cidade na tarde de sábado. A torcida até que ajudou e passou todo o incentivo possível para o time deslanchar e fazer uma boa apresentação diante do sofrível Goiás. Não deu. Os jogadores entraram em campo sem muita disposição e o vento frio que soprava no Água Verde acabou transformando os aplausos em vaias.

Chegando esporadicamente à meta defendida por Rodrigo Calaça, o Atlético foi ditando o ritmo na primeira etapa, mas perigo que é bom quase não levou ao gol adversário. Os melhores lances saíram das cabeças de Rodriguinho e Ígor, mas quando o arqueiro adversário não estava atento e não defendia, os atleticanos não tiveram pontaria e colocaram a bola para fora. Do outro lado, o artilheiro Dimba teve apenas uma chance, mas sua meia bicicleta parou nas mãos de Diego.

Como não poderia deixar de ser, a torcida não gostou nada da apatia e vaiou os jogadores na ida para os vestiários. “A gente não pode se apavorar se não vai levar o gol no contra-ataque. Temos que ter tranqüilidade”, previa o zagueiro Capone. Já seu colega de zaga, Ígor, também alertava para os defeitos do time. “É só a gente não errar muito”, analisava.

Os dois alertaram, mas parece que ninguém ouviu. As duas equipes voltaram ao gramado e o clima ambiente contagiou tanto Atlético quanto Goiás. Enquanto os goianos tentavam segurar o empate, o rubro-negro arriscava pouco. Ilan tentou de fora da área e Dagoberto cabeceou perto. Muito pouco para quem jogava em casa e precisava confirmar a boa fase. A pouca inspiração atleticana acabou animando os goianos, que partiram para cima. Gil Baiano chutou duas bolas perigosas e a defesa teve que se virar e tirar uma bola até em cima da linha.

Apesar de jogar mal, a sorte ainda sorriu para o Furacão. O zagueiro Fabão foi expulso e o Atlético teve dez minutos para buscar o gol com um jogador a mais do que o adversário. Não adiantou muito. O técnico Vadão fez apenas uma alteração e a entrada de Ricardinho pouco acrescentou ao ataque, enquanto o time de Cuca apenas se defendeu para garantir o empate.

Vários desfalques contra o São Paulo

O Atlético começa a semana novamente tentando corrigir os erros cometidos no empate contra o Goiás e cheios de problemas para buscar a primeira vitória fora de casa. Sem poder contar com o lateral-direito Alessandro e o atacante Dagoberto, o técnico Osvaldo Alvarez ainda não poderá contar com os meias Kléberson (em negociação com o futebol inglês) e Adriano (sem contrato) para encarar o São Paulo, quinta-feira, no Morumbi. Hoje, o elenco volta ao batente no CT do Caju e a expectativa fica por conta de uma mudança no time para enfrentar os paulistas.

Para a lateral-direita, a opção é David, que tem substituído a Alessandro quando este não pode estar em campo. Já no ataque, o favorito é Ricardinho, mas Vadão ainda conta com Paulo Santos e Lê. Além dessas mudanças obrigatórias, o treinador atleticano ainda pode rever a situação do setor de criação. Para essas posições, o Rubro-Negro tem Fabrício, Fabinho e até o recém-contratado Nélio pode ganhar a oportunidade de estrear pela equipe. Essas definições deverão ser testadas nos treinamentos da semana.

Apesar de ter que recuperar fora de casa os pontos perdidos na Arena, Vadão acredita que o time vai manter a ambição para buscar a primeira vitória longe de casa. “Nós temos que entender que uma vez ou outra a equipe pode tropeçar. Mas, isso é insuficiente para que a gente perca a confiança nos próximos jogos”, aposta. Para ele, o que faltou no sábado foi inspiração. “Nós não tivemos mesma inspiração de outras oportunidades, não repetimos uma grande atuação depois de todos os outros jogos na Baixada a gente ter jogado bem”, arriscou.

Homenagem

Antes da partida de sábado, entre Atlético x Goiás, foi prestado um minuto de silêncio em homenagem ao conselheiro Rubens Camargo Ribas, que faleceu na noite de sexta-feira. Além de atleticano atuante, ele era desembargador do estado do Paraná.

Kléberson pode ter uma definição hoje

O pentacampeão Kléberson, do Atlético, viverá uma segunda-feira de expectativas, e não é para menos. Com o futuro em jogo, o meia espera uma definição sobre sua transferência para o futebol inglês ou se vai ter que jogar na quinta-feira contra o São Paulo pelo campeonato brasileiro. A ansiedade cresce na medida em que as negociações com o Manchester United parecem não ter prosperado e o interesse do Leeds United se renovado com a possibilidade de contar com um campeão mundial em Eland Road.

Como é de praxe no Rubro-Negro nenhuma informação conclusiva é passada à imprensa, a não ser a notícia de que o presidente Mário Celso Petraglia está na Inglaterra negociando com duas equipes. Provavelmente Manchester United e Leeds United, segundo as especulações que pipocam na imprensa inglesa. Como os Diabos Vermelhos estão mais preocupados em contratar o meia Ronaldinho Gaúcho, as conversas entre Petraglia e os dirigentes do Manchester ficaram em compasso de espera.

Por outro lado, enquanto o sonho de Kléberson defender o poderoso Manchester (ex-equipe de David Beckham) se esfria, volta o interesse do Leeds United em contar com o meia da seleção brasileira. Em reportagem do sítio Planetfootball.com, o diretor do clube inglês, Peter Reid, admitiu que ainda tem interesse em contar com Kléberson e que já tem o dinheiro necessário para adquirir o jogador e reforçar sua equipe.

Enquanto isso, o lateral-esquerdo Jean embarcou no sábado para a Holanda onde iria se encontrar com o presidente do clube e se apresentar ao seu novo clube, não divulgado, mas que pode ser Feyenoord ou Ajax.

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