Atlético completa mil jogos na Baixada domingo

Poucas equipes têm tanta identificação com o seu estádio quanto o Atlético. Palco de conquistas históricas, de jogos memoráveis e símbolo da transformação do Rubro-Negro em exemplo de modernidade, o Joaquim Américo passou por várias reformulações até se tornar Arena. O que não mudou foi a paixão de sua torcida pela eterna Baixada, que amanhã volta a sediar mais uma partida para entrar na história. Quando o árbitro apitar o início do confronto contra o Paysandu, o Furacão completará seu 1000.º jogo (entre oficiais e amistosos) onde mais se sente à vontade.

Pode parecer muito, mas poderia ter sido muitas partidas mais. Ao longo dos anos, a velha Baixada foi preterida em vários momentos em razão de sua capacidade. O Atlético mandou jogos no Couto Pereira durante momentos importantes nos anos 70s e 80s para poder levar mais gente a campo e utilizou o Pinheirão entre 1986 e 1994 e entre 1997 e 1999, enquanto o Joaquim Américo passava por uma das inúmeras reformas. No entanto, após a inauguração da Arena, em 1999, acabaram-se as dúvidas e o Caldeirão virou, de uma vez por todas, a casa do Rubro-Negro.

Foram, justamente no novo Joaquim Américo, algumas das maiores conquistas dos 80 anos de história e uso do estádio. A partir de 1999, o Furacão conquistou a seletiva para a Copa Libertadores de 2000, o campeonato brasileiro de 2001 e o inédito tricampeonato estadual em 2000/2001/2002.

No entanto, as grandes conquistas não aconteceram somente nos últimos anos. Desde a primeira partida, contra o Universal (6/4/1924), o Atlético já mostrou a que veio, aplicando 4 a 2 em um dos rivais da cidade. De lá para cá, a Baixada se tornou um verdadeiro amuleto para o Rubro-Negro. Encarar o estádio, sua torcida e time não é tarefa das mais fáceis para os visitantes.

De acordo com os números de Osmar Rebolo Jr., pesquisador e estudante de jornalismo na Eseei, os adversários não tiveram vida fácil jogando no Caldeirão. Em casa, o Furacão nunca perdeu mais de sete vezes num mesmo ano, como aconteceu em 2002. Além disso, várias vezes o time passou a temporada inteira sem perder uma única partida no seu campo. Foi assim no inigualável bicampeonato paranaense invicto de 1929/1930 e na conquista estadual invicta de 1936.

Outros números importantes levantados por Rebolo Jr. mostram que no ano da conquista da estrela dourada, o Atlético conseguiu marcar 88 gols na temporada de 2001, venceu 25 vezes, empatou seis e perdeu apenas três vezes, somente no Caldeirão. Mesmo assim, o time não ficou imune às vacas magras. Em 1933 e 1967, o Rubro-Negro não conseguiu uma vitória sequer em casa. Menos mal que disputou apenas nove jogos e logo superou as dificuldades, reabilitando-se nos anos seguintes.

Só depende de Washington o time do Atlético de amanhã

O técnico Levir Culpi deixou para hoje a definição do Atlético, que enfrenta o Paysandu na 26.ª rodada do campeonato brasileiro, às 16 horas de amanhã, na Arena. O treinador quer esperar a recuperação completa do atacante Washington para moldar o time, já que cinco jogadores titulares desfalcarão a equipe contra o Papão. Sem muitos zagueiros, a tendência é de que o treinador adote o sistema 4-4-2, no lugar do 3-5-2.

Nos trabalhos de ontem, tanto o ala-esquerdo Ivan, quanto o atacante Washington participaram dos treinamentos, mas sem forçar o ritmo. Enquanto Ivan mostrou estar recuperado de uma pancada na coxa esquerda na partida contra o Figueirense, o atacante voltou a reclamar de dores no pé direito, fruto ainda da partida contra o São Paulo. Assim, o ala tem presença garantida contra os paraenses, mas o atacante ainda depende de uma nova avaliação do departamento médico.

“Temos que esperar para ver se poderemos contar com o Washington. No mais, as mexidas serão por necessidade, mas eu não quero antecipar nada da equipe e amanhã (hoje) vamos ver como estarão todos os jogadores”, pondera o treinador. Segundo ele, o time precisa tomar o máximo de cuidado porque o Paysandu vem se recuperando na competição. “Eles venceram o Corinthians de virada, estão motivados pela presença do Adílson Batista e temos que estar atentos, principalmente porque não estaremos com alguns jogadores que vêm atuando”, destaca. Se Washington não puder atuar, Dennys e Edivaldo disputam a posição.

Em compensação, Levir terá a volta do meia Jádson, que retorna após cumprir suspensão automática. “Esse é um jogo perigoso porque eles não vão querer perder assim. A luta deles para se livrar do rebaixamento será maior e toda atenção é pouca”, diz. O goleiro Diego concorda. “Não é porque eles estão lá embaixo que vamos relaxar. Temos que continuar mobilizados e concentrados na disposição de buscar a liderança do campeonato brasileiro”, aponta. O provável time rubro-negro para pegar os paraenses deverá ter Diego; Raulen, Ígor, Rogério Correia e Ivan; Alan Bahia, Pingo, William e Jádson; Dagoberto e Washington

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