A velha máxima do futebol de não tomar gol nos primeiros 15 minutos de jogo será o principal pedido do técnico Levir Culpi aos jogadores do Atlético para a partida de hoje. Para não ser surpreendido no começo e evitar que seu time se desestabilize, como aconteceu contra o Internacional, ele quer máxima atenção desde o apito inicial. O treinador rubro-negro conhece bem o Criciúma, onde já foi campeão, e projeta um jogo de muita luta e bola aérea, “parecido” com a partida contra o Paraná Clube. O encontro da 18.ª rodada do Campeonato Brasileiro está programado para as 16 horas, no Estádio Heriberto Hülse.
“O Criciúma é um time altamente competitivo, o campo é pequeno, vai bola na área, é bola aérea e, eu tenho a impressão que vai ser parecido com o jogo do Paraná Clube em termos de bola disputada, bola aérea. Não tem muito jogo, é mais bola espirrada e ação física”, analisa Levir. Segundo ele, é dessa forma que o time está sendo armado para enfrentar os catarinenses.
Tudo isso para evitar nova derrota, como aconteceu em Porto Alegre. “O Internacional fez gol com um minuto e mudou completamente o panorama tático do jogo. Se você for para lá bem na parte psicológica, na parte emocional do jogo, for muito competitivo e não der muita chance para o Criciúma inicialmente, o jogo vai se tornar mais favorável para o Atlético”, projeta. Para o treinador, quem tomar o primeiro gol pode se desestabilizar.
Para enfrentar o Criciúma, o treinador atleticano não poderá contar com o zagueiro Fabiano. O jogador sentiu uma contratura na coxa esquerda durante a partida contra o Fluminense e não se recuperou em tempo. Para o seu lugar, a tendência é a volta de Ígor ao time. O restante da equipe deverá ser o mesmo que atuou contra os cariocas. A confirmação oficial só sai momentos antes da partida.
Reforços
A diretoria do Atlético não confirma, mas pode acertar nas próximas horas com dois reforços para o Campeonato Brasileiro. O primeiro deles deverá ser o zagueiro Ronald Raldes, que estava no Rosario Central e foi titular da seleção boliviana na Copa América. O outro é o volante Amaral, ex-Palmeiras e seleção brasileira, que estava no futebol do Catar.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Heriberto Hülse (Criciúma)
Horário: 16 horas
Árbitro: Álvaro Azeredo Quelhas (Fifa-MG)
Assistentes: Marcos Antônio Gomes (MG) e Hélberth Costa Andrade (MG)
Criciúma x Atlético
Criciúma
Fabiano; Alex, Gilmar Lima, Luciano e Luciano Almeida; Cléber Gaúcho, Geninho, Fernandinho e Athos; Reinaldo e Vágner Carioca. Técnico: Vágner Benazzi.
Atlético
Diego; Marinho, Rogério Correia e Ígor; Pingo, Alan Bahia, Fernandinho, Jádson e Ivan (Marcão); Dagoberto e Washington. Técnico: Levir Culpi.
Amaral e zagueiro boliviano podem chegar
A diretoria do Atlético não confirma, mas pode acertar nas próximas horas com dois reforços para o Campeonato Brasileiro. O primeiro deles deverá ser o zagueiro Ronald Raldes, que estava no Rosario Central e foi titular da seleção boliviana na Copa América. O outro é o volante Amaral, ex-Palmeiras e seleção brasileira, que estava no futebol do Catar. Os dois seriam parte do esforço rubro-negro para buscar o bicampeonato no nacional deste ano.
Mais próximo de acertar está Raldes, que defendeu o clube argentino no torneio Clausura (espécie de segundo turno do campeonato argentino e que vale título) e na Copa Libertadores deste ano. Nascido em Santa Cruz de la Sierra e aos 23 anos, o zagueiro esteve na Copa América defendendo a seleção de seu país. Ontem, ele visitou o CT do Caju, durante o treinamento do Rubro-Negro antes da viagem para Criciúma. É considerado o melhor zagueiro da Bolívia no momento.
Já o volante Amaral tem 28 anos e está há dois meses parado esperando uma negociação. No começo de junho, esteve perto de um acerto com o Santos. Como não deu certo, foi oferecido ao Atlético e poderá ser mais um para vir à Baixada. Seu último clube foi o Al-Ittihad, do Catar. Antes, ele passou por Palmeiras, Corinthians, Besiktas, Fiorentina, Grêmio, entre outros.
Por enquanto, o Atlético desmente qualquer interesse nos atletas. O presidente do conselho deliberativo, Mário Celso Petraglia, disse, através da assessoria de imprensa que, oficialmente, não há nenhuma negociação em curso.
Manifesto pede a volta da bateria à Baixada
Cahuê Miranda
Os participantes do fórum do site Furacao.com, que tem mais de mil usuários cadastrados, redigiram um manifesto conjunto pedindo a volta dos instrumentos de percussão à Arena da Baixada. O texto do manifesto vêm sendo elaborado desde o dia 14 de julho, recebendo colaborações de vários membros do fórum.
Desde o jogo do Atlético contra o Cruzeiro, no dia 30 de maio, a entrada da bateria é permitida somente no andar superior do estádio. A medida desagrada a torcida organizada Os Fanáticos, que nos últimos jogos têm preferido permanecer no lugar que ocupa tradicionalmente no andar inferior, mesmo sem os instrumentos.
A diretoria do Atlético alega que a proibição ocorre porque os torcedores que tocam os instrumentos assistem aos jogos em pé, o que atrapalharia a visão dos proprietários dos camarotes que ficam no local. No texto do manifesto, que não recebeu contestações de nenhum integrante do fórum, os torcedores deixam claro que não concordam com a posição dos dirigentes.
Leia a íntegra do texto, que será entregue à diretoria do clube:
“MANIFESTO PRÓ-RETORNO DA BATERIA À BAIXADA
Os integrantes do Fórum Furacao.com, o maior espaço de discussões e debates da torcida atleticana na Internet, vêm através deste documento, manifestar o seu desejo de retorno da permissão de uso dos instrumentos de percussão da “Torcida Organizada Os Fanáticos”, nos jogos realizados com mando de campo do Clube Atlético Paranaense, particularmente no que se refere ao anel inferior da Arena da Baixada.
Assim como por muito tempo os tambores elevaram a moral e aumentaram a determinação dos antigos guerreiros em batalha, a Bateria marca o ritmo da nossa alegria e da nossa paixão.
Nada mais desejamos além de nos juntarmos aos esforços de todos os Atleticanos, sejam eles jogadores, comissão técnica, diretores, simpatizantes ou torcedores, para que com a garra de todos, seja possível demonstrar ao nosso modo o orgulho e principalmente o compromisso de quem é apaixonado pelo nosso querido Furacão.
O apoio incondicional de nossa torcida, nossos gritos de guerra, a batida de nossa bateria e o entoar dos cantos sempre foram nosso diferencial. Sempre fomos temidos e admirados por adversários por este motivo. A Bateria é fundamental neste quesito. Não podemos abrir mão desta ferramenta, que complementa a raça que orgulhamos ter.
Entendemos que todo conflito só tem a trazer prejuízos ao Clube. Em primeiro lugar, o time fica privado de ter uma torcida vibrando e apoiando-o durante a partida. Ademais, o Clube perde um de seus grandes atrativos, já que a torcida vibrante certamente foi um dos motivos para a adesão de muitos torcedores nos últimos anos.
Partindo do pressuposto de que todos temos como objetivo final o bem do Atlético, vimos através desta realizar uma tentativa de composição do litígio.
A única reivindicação que apresentamos é pela revisão da proibição do acesso da bateria e dos luminosos ao anel inferior do Estádio, pois estes instrumentos têm a função única e exclusiva de incentivar o time do Atlético e criar uma festa bonita, tornando inclusive o espetáculo mais atrativo.
Cumpre anotar que, em toda a história do estádio Joaquim Américo, jamais foi registrada qualquer ocorrência indesejada envolvendo os instrumentos luminosos ou de bateria. Pelo contrário, a história do Atlético e de sua vibrante torcida sempre foi positivamente marcada pela utilização destes acessórios. Sem eles, as cores rubro-negras não teriam tanto realce e os coros entoados pela torcida não teriam a coesão e a potência necessárias para incentivar o time dentro de campo.
Os instrumentos de percussão estão liberados para uso no andar superior da Arena, na curva Buenos Aires. No entanto, é consensual entre nós, torcedores, que a localização da Bateria naquela área do Estádio não produz o mesmo efeito quando de sua localização no andar inferior, região ocupada pela Torcida Os Fanáticos tradicionalmente.
Recentemente, foi divulgado em alguns veículos de imprensa que a renovação de contrato dos camarotes no setor em que a Fanáticos fica tradicionalmente instalada estava sendo prejudicada pelo “barulho” que a Bateria faz. Não há posicionamento oficial do Clube sobre isso, mas acreditamos que este argumento não se sustenta, uma vez que é comprovado, cientificamente, que a vibração da torcida é, efetivamente, um componente ativo da partida realizada, beneficiando o time com mando de campo*
Há que se ressaltar, obviamente, que quem adquire um camarote na Arena certamente o faz em função da vibração e alegria do estádio; de outra forma, poderia assistir às partidas em pay-per-view, uma vez que poder aquisitivo para tal não seria a questão.
Esperamos com isso, estar dando um passo em direção ao entendimento, visando sempre o melhor para o Clube Atlético Paranaense. Pois foi unido à sua torcida que o Clube alcançou todas as glórias que compõem a sua história.
*Nevill, A. M., Balmer, N. J., Williams, A. M. (2002), The influence of crowd noise and experience upon refereeing decisions in football. Psychology of Sport and Exercise. Oct 2002, 3(4):261-272.
Obs: O presente Manifesto foi escrito conjuntamente por integrantes do Fórum Furacao.com, de forma livre, aberta e democrática a todos os interessados. O Fórum, que conta com mais de mil usuários cadastrados, é seguramente o espaço democrático de debates sobre o Clube Atlético Paranaense mais amplo e movimentado da Internet. Através do Fórum, pessoas de todo o mundo expressam suas opiniões e discutem livremente assuntos relacionados ao Furacão.”