Análise

De sensação do Brasil a futebol pífio: Athletico decepciona após faturar R$ 500 milhões

Foto: Albari Rosa/Arquivo

Em setembro do ano passado, o Athletico conquistava sua primeira Copa do Brasil. O título coroava a gestão-modelo do clube paranaense, que na temporada anterior levantou também a inédita taça da Sul-Americana.

O time elogiado pelo bom custo-benefício virou sensação no país sob o comando do técnico Tiago Nunes. Futebol que alavancou vendas de jogadores e premiações e rendeu valor recorde aos cofres rubro-negros: R$ 567 milhões em receita bruta, segundo os balanços oficiais de 2018 e 2019. Só no ano passado, o superávit foi de R$ 63 milhões.

Um ano depois, a ascensão esperada do Rubro-Negro não se concretizou. Dono do pior ataque do Brasileirão e lutando contra o rebaixamento, o Athletico decepciona. Não só os seus torcedores, mas também quem acreditou que o clube daria mais um passo em direção aos maiores do país.

Na Libertadores, o time também deixou escapar a primeira colocação em um grupo frágil, que teve Jorge Wilstermann como líder. Peñarol e Colo-Colo ficaram fora das oitavas de final.

Rivalidade com Boca, River e Flamengo?

Mario Celso Petraglia se incomoda com as críticas da torcida. Pelo Twitter, discutiu com torcedores, desabafou e perdeu a razão ao diminuir a história do clube. Mas nem o cartola pode estar satisfeito ou normalizar o desempenho da equipe. Ele próprio foi quem projetou o CAP em outro patamar.

“A nossa rivalidade é com Flamengo, Corinthians. A nossa rivalidade hoje é com Real Madrid, quer dizer, com River Plate. Com o Boca Juniors. Rivalizar o Coritiba? Com todo o respeito né…”, ironizou Petraglia no ano passado, em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN

Mas não é o que a realidade mostra. No Brasileirão, após 17 rodadas, o Furacão divide a zona do rebaixamento justamente com o rival Coritiba, ambos com 16 pontos.

Athletico faz investimento alto, mas tem retorno baixo

Petraglia também prometeu investir em futebol. O que, de fato, está sendo feito. Mesmo com a dívida da Arena da Baixada, ainda em litígio judicial, o clube nunca gastou tanto dinheiro em contratações como nesta temporada. O problema está na qualidade do investimento, além da falta de um treinador. Quem responde pelo setor é o diretor geral Paulo André.

Só o lateral Abner e o zagueiro Aguilar custaram R$ 10 milhões cada. O atacante Renato Kayzer mais R$ 5 milhões. Carlos Eduardo outros R$ 4,9 milhões. Só nesta conta, são quase R$ 30 milhões em reforços. Sem contar empréstimos e altos salários. O lateral Adriano e o meia Marquinhos Gabriel, que integravam a lista dos mais bem pagos do elenco, nem estão mais no clube.

O problema para o Athletico é que a punição na Fifa proíbe contratações nas próximas duas janelas. Ou seja, até julho de 2021, o Furacão terá que se reerguer com o que tem na Série A. Já nos mata-matas, resta chegar o mais longe na Copa do Brasil. A primeira missão é a mais difícil: eliminar o Flamengo, o melhor time do país. E na Libertadores, tentar a sorte de franco-atirador.

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