Caldeirão argentino

Torcida do Boca Juniors fez a Bombonera balançar contra o Athletico

Torcedor no alambrado do tradicional estádio. Foto: Jonathan Campos.

Buenos Aires – A Bombonera pulsou na noite de ontem. O místico estádio veio abaixo, literalmente balançou. O clima de Libertadores podia ser sentido do começo ao fim. Inclusive antes mesmo de o jogo começar. A atmosfera de um mata-mata foi contagiando Buenos Aires pouco a pouco.

Horas antes, as redondezas do estádio, no bairro La Boca, já estavam pintadas de azul e amarelo, mas com um viés político. Diversas faixas dos três candidatos à presidência do clube, que terá eleições na primeira semana de dezembro, estavam espalhadas pelas ruas. Por volta de 18h45, menos de três horas para o duelo começar, os primeiros torcedores chegavam.

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Os atleticanos, em menor número, iam se enturmando. Formavam pequenos grupos em volta da entrada. Aos poucos, foram se encontrando para fazer números. Todos garantiram que não foram hostilizados pelos donos da casa ao longo do dia, mas para evitar qualquer problema, acabaram se reunindo.

Dentro da Bombonera, o clima era bem diferente. Com mais de uma hora para o jogo, as provocações vinham de um lado para o outro. A organizada do Boca Juniors pressionava, mas os cerca de 700 atleticanos não se intimidavam e respondiam como podiam, até serem calados pela maioria.

Pequeno torcedor do Boca na Bombonera. Foto: Jonathan Campos.
Pequeno torcedor do Boca na Bombonera. Foto: Jonathan Campos.

Quando o duelo, enfim, começou, foi aí que a Bombonera veio abaixo. Desde o primeiro minuto os gritos eram intensos, com torcedores pulando, incentivando. O volume demorou para baixar. E quando o Boca estava pior em campo, o tom da arquibancada subia, como se fosse um empurrão ao time.

Ao mesmo tempo em que a Bombonera fervia, era possível encontrar momentos que pareciam estar em outra realidade. Atrás do gol em que o Furacão atacou no primeiro tempo, três crianças se divertiam jogando futebol com uma latinha amassada, como se nem estivesse preocupadas com o que acontecia no gramado. No intervalo, os torcedores fizeram festa ao avistar Maurício ‘Chico’ Serna, ex-jogador do clube, em um dos camarotes. Os gritos mudaram de lado e todos queriam tirar uma foto do colombiano, que defendeu a equipe argentina entre 1997 e 2002, sendo campeão da Libertadores em 2000 e 2001.

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A festa, porém, tomou conta do estádio após o gol de Ábila. Com direito a uma avalanche na torcida organizada e o estádio tremendo. Do outro lado, os atleticanos apenas viam a partida em silêncio. Em campo, o time não ajudou em nada a alimentar aquela esperança e confiança tão reforçada desde a semana passada. Apático, o Rubro-Negro pouco atacou, cometeu muitos erros, como se fosse ele quem jogasse pelo empate. A falta de vontade foi reflexo dos torcedores, enquanto o Boca agitou seus hinchas.

No momento em que o árbitro deu o apito final, mais uma vez a Bombonera explodiu. E a última imagem que o Furacão viu na Libertadores de 2019 foi bem distante do que esperavam quando foram a campo.

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