Larga o pijama!

Em momento mágico de sua história, Athletico convive com problemas como visitante

Foto: Arquivo.

Um elenco, uma comissão técnica e duas identidades diferentes. Assim pode ser analisada a temporada do Athletico até agora em 2019. O Furacão, com o calendário mais recheado e mais atrativo da sua história, está na crista da onda, mas essa crise de identidade tem atrapalhado o time atleticano dentro de campo. O Rubro-Negro, que mais uma vez abriu mão de disputar o Campeonato Paranaense com seu time principal, teve tempo de sobra para se preparar, mas ainda não se encontrou.

Não que não tenha vivido grandes momentos neste ano. Mas, recentemente, a atuação abaixo da média na derrota por 2×1 para o Goiás, na última quinta-feira, em Goiânia, mostrou um pouco a cara do Athletico neste ano. A apresentação na partida preocupou o técnico Tiago Nunes. O treinador não escondeu que o time foi para a parada da Copa América com o seu pior rendimento desde que o comandante assumiu o clube.

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A crise de identidade do Athletico passa muito pela diferença de atuações dentro e fora da Arena da Baixada. No Caldeirão, diante do seu torcedor e com o gramado sintético em que está acostumado a atuar, o Furacão é imponente. Os adversários passam mal no Joaquim Américo e raramente a equipe perde pontos dentro dos seus domínios. Aconteceu recentemente diante do Corinthians, mas em campo estava uma equipe totalmente reserva e que foi escolhida para atuar por conta da sequência desgastante de jogos.

Mas se dentro da Arena da Baixada o Athletico é praticamente imbatível, fora do Caldeirão o Furacão tem tido muitas dificuldades. Seja no Brasileirão, na Libertadores, na Copa do Brasil ou na Recopa Sul-Americana, o time perdeu sua identidade quando atua como visitante. Nas quatro competições, o Rubro-Negro não conseguiu uma vitória sequer e isso tem incomodado muito o técnico Tiago Nunes.

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Isso é algo que o treinador precisa consertar urgentemente. Depois da parada para a Copa América, o Athletico não terá refresco algum. Será jogo em cima de jogo. Viagens desgastantes, inclusive a Copa Suruga, no Japão. Por isso, ser forte também fora de casa será algo precioso para o Furacão obter sucesso nas competições que disputar, especialmente na Libertadores da América e na Copa do Brasil, onde vai enfrentar Boca Juniors e Flamengo, respectivamente.

Mas essa irregularidade do Athletico na temporada, especialmente fora de casa, pode ser explicada por alguns fatores. O Furacão, com relação ao time que brilhou no ano passado e fechou 2018 com o título da Copa Sul-Americana, peças importantes saíram e não foram repostas à altura. Caso específico do meia Raphael Veiga, que deixou saudades no torcedor e que sente até hoje a falta de um camisa 10.

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O Athletico, na verdade, não se preparou para a maratona de jogos e competições que teria pela frente. Todas as vezes que optou por utilizar jogadores que não são considerados titulares o Furacão teve dificuldades. Não à toa, a diretoria está atenta ao mercado para trazer novas peças, já que também pode perder jogadores importantes na janela de transferências internacionais no meio do ano. O zagueiro Léo Pereira, o volante Bruno Guimarães e o lateral-esquerdo Renan Lodi despertaram interesse de times europeus e podem sair em breve.

Para piorar a situação do time comandado por Tiago Nunes, durante a Libertadores, o zagueiro Thiago Heleno e o volante Camacho, titulares absolutos do Athletico, foram pegos no exame antidoping por ingerir a substância higenamina em um suplemento fornecido por funcionários do clube. Ambos estão suspensos preventivamente e devem ficar mais um período fora da equipe.

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Problemas que atrapalharam a caminhada do Athletico em uma das temporadas mais especiais da sua história. O presidente Mário Celso Petraglia já classificou o atual momento do clube como mágico. Mas somente com mais regularidade e melhores resultados em campo o Furacão vai comprovar de vez seu protagonismo no cenário do futebol brasileiro e sul-americano.