Ataque funciona no último coletivo e titulares vencem

Rio – O coletivo que antecedeu a viagem para Lima foi marcado pela preocupação do técnico Carlos Alberto Parreira, com a posição correta dos jogadores no momento em que o time adversário tiver a seu favor cobranças de escanteios ou de faltas laterais, próximas à area.

Para um treino de 45 minutos, que terminou com a vitória dos titulares por 3 a 0, Parreira dispensou 14 minutos seguidos para orientar a defesa nessas situações.

O único que sobrava era Ronaldo. Ele ficava no meio-de-campo, batendo papo com os reservas Belletti e Leandro Silva ou ?esquentando? o goleiro Júlio César com chutes despretensiosos de longa distância.

Enquanto isso, no lado oposto, todos os outros 18 jogadores participavam diretamente do “ensaio tático”, definição dada pelo coordenador Zagallo.

“O importante é que cada um saiba onde deve estar na hora de um ?córner?, de uma falta em que a bola é alçada sobre a área; até para conseguir o rebote e a gente ter a oportunidade de um contra-ataque”, disse o treinador.

Com a bola rolando, sem paralisações, Ronaldo fez 1 a 0, numa cabeçada certeira, em ótimo lance de Cafu pela direita. Em seguida, o zagueiro Lúcio, também de cabeça, ampliou. Emerson, sem marcação, fechou o placar do treino, disputado na Granja Comary, em Teresópolis, sob chuva e frio. “Os treinos de quinta-feira e de hoje chegaram a estar ameaçados por causa do tempo”, prosseguiu o técnico.

A poucos minutos do fim da atividade, houve uma inversão no ensaio tático e os jogadores titulares é que passaram a cobrar escanteios e faltas. Kaká e Zé Roberto eram os mais encarregados de fazer as cobranças. Os dois zagueiros, Lúcio e Roque Júnior, se misturavam aos demais dentro da área para tentar o cabeceio, enquanto os laterais Júnior e Cafu e o meia Emerson permaneciam atrás, a fim de evitar surpresas.

Parreira fez três alterações depois de Emerson marcar o terceiro gol.

Kaká cedeu a vez a Alex, Rivaldo saiu para dar lugar a Luís Fabiano e Emerson foi substituído por Renato. Se o Brasil não estiver bem contra o Peru, o treinador vai repetir pelo menos uma dessas mudanças. É assim que ele trabalha. Sem a obrigação de trocar alguém por problema médico, Parreira só mudará o time, durante o jogo, promovendo aqueles que treinaram entre os titulares na semana de preparação, mesmo que por pouco tempo.

Na entrevista coletiva, concedida após o coletivo, o técnico disse que entre Renato e Juninho Pernambucano apenas um será inscrito no jogo para figurar entre os reservas. Ao todo, quatro atletas dos 22 convocados não assinam a súmula, ou seja, não têm nenhuma participação na partida.

Depois do treino, a seleção embarcou para Lima.

Kaká e Rivaldo de olho no Milan

Rio

– Kaká e Rivaldo divergem sobre o quanto uma boa atuação de ambos pela seleção brasileira contra o Peru, poderá influenciar o técnico do Milan, Carlo Ancelotti, que reluta em escalá-los entre os titulares da equipe italiana. “Minha situação é difícil. Mas quem sabe se eu e o Kaká tivermos uma atuação de destaque, o homem (Ancelotti) não resolve escalar a gente”, indagou Rivado para, em seguida, reafirmar sua disposição de fazer o melhor pela seleção.

Rivaldo contou que somente atuou ao lado de Kaká defendendo o time de reservas do Milan, em alguns treinos. Mesmo assim, disse que não terá problemas em jogar ao lado do meia, com quem divide o quarto nas concentrações. “Quem estiver melhor colocado toca a bola para o outro”, disse, negando que esteja se sentindo incomodado por estar há cinco meses sem marcar um gol (o último foi no confronto entre Milan e Roma, dia 31 de maio). “Não estou jogando, por isso não posso me sentir atingido.” (MC e SB)

Parreira prevê um jogo ofensivo

Rio de Janeiro

– O jogo de amanhã deverá ter estádio lotado e é nisso que Carlos Alberto Parreira, técnico do Brasil, aposta para conseguir vencer. Acreditando que com o apoio da torcida e a necessidade de pontuar os peruanos se lançarão ao ataque, Parreira disse apostar num jogo repleto de gols.

“O Peru é uma equipe que joga e deixa jogar. Além disso, não poderá deixar de atacar, já que, jogando em casa, as equipes precisam pontuar nessas eliminatórias. Os torcedores também vão puxar o time para frente. Por isso, acredito que teremos muitos gols”, comentou Parreira.

No ataque, Parreira aposta na dupla do penta, Rivaldo e Ronaldo.

“Mesmo sem jogar o Rivaldo vem treinando forte e não se descuidou em nenhum momento. Já o Ronaldo está com a cabeça tranqüila e com certeza terá uma grande atuação” disse Parreira.

Parreira prefere jogar fora

Rio –

O técnico Carlos Alberto Parreira vem dando pistas de que prefere ver o Brasil atuando fora de casa, nas eliminatórias do Mundial de 2006. E a razão é simples. Ele está convicto de que os adversários, diante da própria torcida, são obrigados a se lançar à frente, o que torna o jogo mais vistoso e interessante para o público. De acordo com o treinador vai ser assim amanhã, em Lima, pela terceira rodada da competição.

“O Peru não deixará de lado suas características ofensivas e buscará o ataque, cedendo espaços. Vai ser um jogo franco, com muitos gols, com certeza.” Para levar vantagem na contagem final dos gols, ele aposta na eficiência de Ronaldo e Rivaldo e na juventude de Kaká. “O Rivaldo cresce em estímulo quando serve a seleção, o Ronaldo já prometeu um gol e o Kaká está com uma disposição, uma vontade incrível.” Apesar da insistência de um repórter, ávido em saber o motivo da opção pelo ex-jogador do São Paulo e não por Alex, na vaga de Ronaldinho Gaúcho, Parreira limitou-se a dizer que escalou Kaká porque assim achou melhor. “Só isso.” O técnico disse que o Brasil não pode se preocupar com a forma de atuar do adversário. Apenas tomar cuidado com alguns aspectos. “O Pizarro está muito bem, o Mendoza merece ser vigiado, é bom na finalização”, disse, referindo-se aos dois atacantes do Peru, negando a possibilidade de marcação especial a algum deles.

No entanto, observou o técnico, o Brasil tem de fazer prevalecer seu maior prestígio e qualidade. “Deve impor sua maneira de jogar.” Ele foi claro ao falar do modo mais eficaz de deter o ímpeto dos peruanos. “Basta fechar bem os espaços e marcar com dureza”, comentou, ressaltando que o vigor, no caso, não poderia ser confundido com jogadas desleais.

Ao lamentar mais uma vez a ausência de Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos, ambos contundidos, fez elogios aos substitutos, Kaká e Júnior.

A convicção de que a partida em Lima será marcada pela quantidade de gols se deve também ao estilo de trabalho do treinador do Peru, o brasileiro Paulo Autuori. “Ele é um técnico que busca a todo custo a vitória e como daqui do nosso lado temos o mesmo costume, é só esperar para ver.”

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