Ataque do Atlético foi o pior em 23 anos

Uma das primeiras missões da nova diretoria do Atlético, que será conhecida nas eleições da próxima quinta-feira, é acertar a mão na contratação de atacantes. O Rubro-Negro tem cinco jogadores para a posição, com contrato vigente pelo menos até o ano que vem: Guerrón, Nieto, “Morro” García, Edigar Junio e Pablo. Porém, na temporada 2011, nenhum deles resgatou uma das tradições do clube, que sempre foi ter goleadores no time.

Recentemente, o Rubro-Negro teve baixo aproveitamento dos homens de frente e os gols acabaram vindo de quem não tinha obrigação de marcá-los. Até o volante Alan Bahia, vice-artilheiro do time em 2008, com 13 gols, conseguiu ser melhor que a maioria dos atacantes. Mas a pior fase do ataque foi mesmo nesta temporada, onde o Furacão terminou o Campeonato Brasileiro com a média de um gol por rodada (38 em 38 rodadas). São números que deixam o ataque atleticano como o 6.º pior de todos os tempos.

Desde 1988 o Furacão não era tão ineficaz em Campeonato Brasileiro. Naquele ano, a média foi de 0,78 gol por jogo. De lá para cá, o time melhorou a pontaria e conseguiu fabricar alguns artilheiros, como Renaldo, Paulo Rink, Oséas, Alex Mineiro e Kléber Pereira. Mas o maior destaque neste período foi Washington, que com 34 gols em 2004 cravou a marca histórica em uma só edição do campeonato e, sozinho, quase fez tantos gols quanto o ataque deste ano.

Aliás, os 38 gols marcados no Brasileirão 2011 estabeleceram também a pior marca da era dos pontos corridos. E não foi por falta de atacantes no elenco. Neste ano, o Furacão teve 11 homens de frente no grupo, sendo que no Brasileiro sete fizeram parte do elenco. O melhor desempenho foi de Guerrón, com 6 gols. Ao todo, os atacantes balançaram as redes 15 vezes – menos da metade dos gols conseguidos pelo time na competição.

O equatoriano, ainda que com poucos gols, conseguiu resgatar o posto de goleador para os homens que atuam no setor ofensivo. Desde 2007, o Atlético não terminava o Brasileirão com um atacante como artilheiro. Antes, só Alex Mineiro havia conseguido a façanha. Ele marcou 9 gols na edição do nacional de quatro anos atrás.

Ao mesmo tempo, com apenas 6 gols, Guerrón confirma o tamanho que foi a ineficiência do ataque atleticano este ano. Tanto é, que o zagueiro Dedé, do Vasco, que não é especialista em arremate a gol, também marcou 6 gols no Brasileiro.

Já na temporada toda, incluindo Estadual, Copa do Brasil e Brasileirão, o goleador do Atlético mais uma vez foi Paulo Baier, com 18 gols, que, frise-se, não é atacante.