Um atacante argentino que jogou no Vasco da Gama, nos anos 1940, deu origem ao termo gandula. Em 1939, Bernardo Gandula trocou Buenos Aires pelo Rio de Janeiro. O gringo, porém, não se adaptou ao estilo de jogo da equipe cruzmaltina e nunca era escalado.
Para se mostrar útil ao grupo, Gandula passou então a buscar todas as bolas que eram chutadas para fora do campo. Os companheiros se acostumaram logo com a gentileza e, toda a vez que alguém mandava aquela bicuda pra longe, já ia logo gritando: “Pega, Gandula!”, “Devolve, Gandula!”. E lá saía o Gandula correndo atrás da bola. E não apenas para seu time, mas também para os adversários. Um legítimo pioneiro do fair play.
Quando o Maracanã foi inaugurado, em 1950, foi necessária a contratação de garotos para buscar as bolas que caiam no fosso. Função que foi imediatamente associada pela torcida ao nome de Gandula. O termo pegou mesmo depois que ele voltou para a Argentina, onde morreu em fevereiro de 1999, aos 83 anos.
A curiosa história, quase uma lenda, explica porque no Brasil os meninos que apanham as bolas recebem um nome tão diferente. Em Portugal, eles são chamados de “apanha-bolas” ou “boleiros”. Na Inglaterra, simplesmente de “ballkids”, algo como “garotos da bola”.