Assunção diz que dinheiro gerou impasse com Palmeiras

Após pouco mais de dois anos e meio vestindo a camisa do Palmeiras, o volante Marcos Assunção deu seu adeus oficial ao clube nesta segunda-feira. Em entrevista coletiva, o jogador de 36 anos se mostrou muito emocionado, chegou a chorar, e explicou a longa novela que se tornou sua renovação contratual. Ele admitiu que o impasse foi mesmo em relação ao salário, mas negou que seu pedido fosse “absurdo”.

“Não era uma pedida alta, absurda. Mas questão foi sim dinheiro, toda a negociação envolve dinheiro, não podemos falar mentira. Foi o dinheiro, é normal, eu queria me valorizar, tenho 36 anos e acho que fui útil para o Palmeiras mesmo com o rebaixamento. De alguma forma, em 2012 ajudei o Palmeiras a conseguir algumas coisas”, declarou, em entrevista à TV Bandeirantes.

Se a questão foi salarial, Assunção poderia ter resolvido meses antes. Ele revelou que foi procurado pela diretoria logo após a conquista da Copa do Brasil, em julho, para renovar o contrato e ganhar um aumento, mas preferiu na época priorizar sua recuperação física, já que estava com uma lesão no joelho, e tirar o Palmeiras da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

“Queriam me dar aumento, um novo contrato, mas minha prioridade era outra, tratar o joelho que estava ruim, tirar o time do rebaixamento, o que infelizmente não aconteceu. A renovação eu poderia resolver em alguns meses. O que estão me oferecendo hoje é menos do que ofereceram lá atrás. Poderia, desde agosto, estar ganhando mais do que agora. Priorizei minha lesão, me recuperar para voltar logo e ajudar a equipe”, comentou.

Chamado de “mercenário” por alguns torcedores, ele rechaçou o apelido e revelou uma dívida do clube. “Me chamaram de mercenário, disseram que eu queria ganhar muito, mas jamais pedi os valores que estão sendo falados. O Palmeiras tem uma dívida comigo desde junho e nunca falei disso, estou revelando o problema pela primeira vez.”

O volante ainda explicou que não esperou a troca da diretoria palmeirense para negociar, já que o clube tem eleições marcadas para janeiro, porque não teria tempo para readquirir a forma física para a próxima temporada. “Eu tenho 36 anos, os caras estão treinando, fazendo pré-temporada já. Não dá para esperar. Preciso treinar, estar com os companheiros para entrar no ritmo. Não sou mais garoto para ficar uma semana sem treinar e voltar bem.”

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