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O zagueiro na época do Internacional: à espera de uma chance.

Existe no Atlético um jogador que compõe o elenco há mais de seis meses e até o momento permanece como um grande desconhecido para a torcida. Trata-se do zagueiro Rafael Santos, 23 anos. O jogador chegou no início de junho vindo do Internacional (RS), numa negociação que envolveu o zagueiro Marcão.

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Rafael não estava sendo aproveitado no grupo principal do Colorado e, por isso, chegou fora de forma, ainda na época do técnico Oswaldo Alvarez (Vadão). Colocado no grupo B, o atleta se condicionou melhor e, no decorrer do ano, jogou alguns amistosos e jogos-treinos. Entretanto, não conseguiu ganhar a confiança dos treinadores. Passou em branco na era Antônio Lopes e também com Ney Franco. Ou seja, em meio ano de Furacão, o jogador não conseguiu fazer a sua estréia.

Rafael pode passear calmamente por Curitiba que ninguém o reconhecerá, pois, devido à política adotada pelo Rubro-Negro em 2007 – de apresentar o jogador somente depois de ter atuado -, a fisionomia do zagueiro só é conhecida através das figurinhas dos atletas convocados para os jogos expostas à imprensa pela assessoria do clube. Pessoalmente, nenhum setorista do Atlético sequer conversou com o jogador.

Caso semelhante ao dele aconteceu com Taílson, que só não passou despercebido neste ano porque ganhou a chance de iniciar a partida contra o São Paulo, na última rodada do campeonato, e assim foi apresentado à mídia.

Incógnita

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Rafael foi convocado pela primeira vez para integrar o grupo e concentrar com o grupo pelo técnico Antônio Lopes, em 29 de junho. Depois entrou no ostracismo e só retornou com Ney Franco, nas três últimas partidas do ano, contra Sport, Flamengo e São Paulo. Entretanto, ele não jogou um minuto sequer. O não-aproveitamento do atleta também se deve ao grande número de zagueiros de que o clube dispõe.

Rafael é um jogador jovem e que despontou na Ponte Preta(SP). Foi adquirido pelo Internacional(RS), mas não teve chances. Aportou no Atlético e espera a oportunidade de mostrar seu futebol em 2008, mas a sua permanência no Rubro-Negro ainda é uma incógnita.

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Se a concorrência para jogar na zaga do Furacão já era grande para Rafael, na semana passada ela aumentou. A diretoria anunciou a contratação de Leandro, mais um zagueiro que quer mostrar serviço em 2008. Assim o Atlético conta com nove zagueiros e, devido ao inchaço, devem haver dispensas. Estão à disposição de Ney Franco: Rhodolfo, Antônio Carlos, Danilo, Rogério Correa, Alex Fraga, Gustavo, João Leonardo, Rafael Santos e Leonardo.

Lateral ?canguru? jogou só meio tempo e partiu

Outro caso inusitado no Atlético em 2007 coube ao lateral-esquerdo Alessandro Viana, 25 anos. Diante da necessidade de contratar um especialista para a posição, o Rubro-Negro buscou o jogador na Austrália, onde ele defendia o Melbourne Victory. Alessandro chegou no início de agosto, treinou no CT do Caju sob o comando de Antônio Lopes e fez sua estréia no 2.º tempo da partida contra o Flamengo, na penúltima apresentação do 1.º turno. Depois, não foi mais aproveitado e acabou emprestado ao Guanabara (RJ), antes do término do Brasileirão. Com isso, o Furacão se viu obrigado a procurar outro lateral-esquerdo e contratou Piauí.

Na próxima temporada (2008), Alessandro já acertou com o Vitória (BA).

Atlético melhorou com Ney, mas era tarde

Valquir Aureliano e Allan Costa Pinto
Jancarlos na despedida com vitória sobre o São Paulo, e faixa contra a diretoria no empate com o Figueirense: Furacão viveu altos e baixos no Nacional

A falta de um bom planejamento no Atlético ficou demonstrado durante o Brasileirão deste ano. Foram três técnicos durante a temporada e diversas alterações de esquemas táticos e principalmente de jogadores para tentar dar um rumo à equipe. Foram tantas reviravoltas que deixaram o torcedor apreensivo. Nas duas primeiras rodadas, o Atlético foi líder da competição. Depois caiu de produção e despencou na tabela. Terminou o 1º turno à beira da zona de rebaixamento. Mas a situação piorou. Nas rodadas seguintes conseguiu a façanha de fazer parte do grupo da degola. Até chegar nesse ponto, a briga envolvendo diretoria e torcida nitidamente influenciava o rendimento dos jogadores na Arena. O time não conseguia jogar bem e invariavelmente saía vaiado. Sem pontuar bem em casa, o Atlético sofria no campeonato.

Com a corda no pescoço, a diretoria abaixou o preço dos ingressos e chamou a torcida para incentivar o Furacão. A partir desse momento, e com a saída de Antônio Lopes e a contratação de Ney Franco, novos ares tomaram conta da Baixada.

O Atlético iniciou sua recuperação e terminou a competição alcançando a última vaga para a Copa Sul-Americana.

A campanha na Arena sob o comando de Franco foi praticamente impecável. Foram nove jogos com oito vitórias e um empate. A superação em campo foi a marca atleticana no 2.º turno. A manutenção do técnico e de grande parte do elenco dão a base para que 2008 seja melhor para o Furacão.

Após semifinal em 2006, Sul-Americana de 2007 só durou dois jogos pro Atlético

Se em 2006 o Furacão conseguiu alcançar a semifinal da competição internacional, neste ano fez fiasco. Foi desclassificado na 1.ª fase – na etapa regional – ao perder as duas partidas para o Vasco. No primeiro confronto, em 15 de agosto, o Atlético deveria aproveitar o apoio da torcida e fazer o resultado para jogar a partida decisiva, em São Januário, com uma certa vantagem. Entretanto, o time comandando por Antônio Lopes não jogou absolutamente nada e foi goleado pelo adversário carioca, por 4 a 2. A partida foi tumultuada: o Furacão estava no auge da crise e a galera não perdoou, vaiando sem parar a diretoria. Um torcedor, mais tarde identificado como Marcelo Lopes, fundador da Ultras, pulou o fosso que separa as arquibancadas do campo e correu em direção ao camarote da cúpula atleticana para reclamar com Mário Celso Petraglia.

Com o resultado, o Rubro-Negro praticamente deu adeus ao torneio, pois precisaria de um milagre no campo do Vasco. Em 12 de setembro, aconteceu apenas a confirmação da eliminação precoce do Furacão da Sul-Americana.

Mais uma derrota para o time cruzmaltino, desta vez por 2 a 0.