Armstrong tenta escrever seu nome na Volta da França

O americano Lance Armstrong dá amanhã as primeiras pedaladas para entrar em definitivo na história da Tour de France, a mais importante competição de ciclismo do mundo, que completa 100 anos. Armstrong inicia o percurso de 3.427 quilômetros para cruzar em primeiro a linha de chegada na Avenida Champs Elysées, no dia 27, e obter a sua quinta vitória consecutiva, igualando-se ao espanhol Miguel Indurain, campeão entre 1991 e 1995.

A galeria dos atletas que venceram cinco vezes a prova tem ainda o belga Eddy Merckx (1969/70/71/72 e 74), e os franceses Bernard Hinault (1978/79/81/82 e 85) e Jacques Anquetil (1957/61/62/63 e 64). Merckx é considerado o maior ciclista da história. Ele venceu 34 etapas do Tour de France e usou a camisa amarela de líder num total de 96 dias.

“Eu vim à França para ganhar”, afirmou Armstrong, que venceu pela primeira vez em 1999, depois de superar um câncer na próstata. Aos 32 anos, o texano sabe que suas chances vão diminuir nos próximos anos, mas não perde o humor: “eu não estou ficando mais novo a cada ano e existem algumas cartas aí que podem virar o jogo.”

Mas ele está num nível tão alto, como reconhecem até os seus rivais, que dificilmente deve ser batido pelos outros 198 ciclistas, de 22 equipes. É a nona vez que ele participa do Tour de France.

Seus maiores adversários são o italiano Gilberto Simoni, campeão este ano do Giro da Itália; o alemão Jan Ullrich, vencedor em 1997; e o espanhol Joseba Beloki.

O Tour de France é formado por 20 etapas e começa amanhã com uma prova simbólica, um prólogo, com percurso de 6,5 quilômetros, com início na Torre Eiffel. A competição serve apenas para indicar o ciclista que vai usar a camisa amarela, de líder. Normalmente, o provável vencedor é apontado nas provas de montanha, nos Alpes e nos Pirineus, que exige uma resistência fora do comum. A prova será disputada pela 90a. vez pois ficou suspensa durante as duas Guerras Mundiais.

Mas nem foi festa na história da competição. Em 1998, a imagem do esporte ficou seriamente abalada com o escândalo de doping envolvendo vários competidores. A edição deste ano já tem sua primeira polêmica. Hoje, os jornais divulgaram que o diretor da competição, Jean-Marie Leblanc, fez um acordo com o Batasuna, um grupo político ligado à organização terrorista ETA, para que a língua basca seja usada em uma das etapas, na região basca francesa, no dia 23. Os políticos espanhóis ficaram indignados e exigiram que Leblanc desfaça o acordo e condene de forma enérgica qualquer forma de terrorismo.

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