Arena da Baixada corre o risco de nova interdição

Chuniti Kawamura
Na súmula de Atlético x São Paulo,
o árbitro Wagner Tardelli cita
objetos arremessados ao gramado.

São Paulo – O São Paulo abriu guerra de vez contra as arbitragens do futebol brasileiro. O clube entrará com representação na CBF contra o boicote que, segundo o superintendente de futebol, Marco Aurélio Cunha, virou vítima após escolher um estrangeiro para a final da Libertadores. ?É represália, com certeza.?

Através do advogado José Carlos Ferreira Alves, também pedirá punição severa ao Atlético-PR. Cobrará interdição da Arena da Baixada, onde foram ofendidos e agredidos verbalmente na derrota de sábado. ?Bando de assassinos?, foram acusados os são-paulinos pelo presidente do conselho deliberativo do clube paranaense, Mário Celso Petraglia. Dirigentes do Morumbi filmaram a ação dos rivais, indignados com falta de Alex – foi expulso – em Fabrício.

Habitualmente calmo nas declarações, Marco Aurélio perdeu a compostura ontem. Não se continha com mais uma expulsão de seu jogador na primeira etapa e, conseqüentemente, derrota e volta à zona de rebaixamento. ?Nosso time tem problemas como os outros e pode jogar mal. Mas o que não pode existir é roubo, assalto, perseguição?, declarou, irritado. ?Estamos tentando combater este lado negro do futebol. Chega de aceitar essas arbitragens.?

Na visão do dirigente, o clube poderia estar brigando pelas primeiras colocações. ?De dez jogos após a Libertadores (na verdade foram 11, com uma vitória, 3 empates e 7 derrotas), fomos prejudicados em oito?, disse. ?Poderíamos ter entre 14 e 18 pontos a mais?, lamentou.

?Contra o São Paulo é tolerância zero. Se meu jogador encosta é expulso, o do rival dá um empurrão e leva amarelo. Falta critério?, disse Marco Aurélio. ?Das oito expulsões que tivemos (cinco no primeiro tempo), só a do Roger foi justa, na minha opinião.? Chegou a falar de faltas duras de corintianos não expulsos – citou Marcelo Mattos e Mascherano – para salientar esta possível falta de critério.

Seria ideal, então, que indicassem quem gostaria que não apitasse seus jogos? ?Ficaria difícil sobrar alguém?, ironizou. A bronca é tão grande que, em sua opinião, numa eleição entre os árbitros para saber o melhor deles, haveria empate. ?Cada um votaria nele mesmo.?

Amanhã, Carlos Eugênio Simon apita o duelo contra o Fluminense, no Morumbi. Calma? ?Um bom árbitro, mas o presidente do Fluminense, Roberto Horcades, é médico particular do Ricardo Teixeira. Espero que isso não influencie.?

Apesar das declarações, Cunha está tranqüilo sobre possível suspensão. Para ele, a verdade não dói. Afirmou, ainda, dormir tranqüilo se for punido.

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