Árbitros de “mãos abanando”

Os árbitros e assistentes que trabalharam este fim de semana pelos jogos da série A do campeonato brasileiro voltaram para casa sem receber as taxas de arbitragem. Como o Estatuto de Defesa do Torcedor determina que o pagamento seja feito pelo organizador da competição, no caso, isso ficaria a cargo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os clubes, mandantes de campo, decidiram não tomar nenhuma iniciativa.

“Estou preocupado. Se a situação não for resolvida logo temo que árbitros peçam para não figurar nos sorteios, por falta de dinheiro”, disse o diretor-jurídico da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) e “bandeirinha” carioca Francisco Victor, após rápida passagem pela sede da CBF. “Com certeza, ninguém gosta de trabalhar de graça”, prosseguiu, descartando, porém, a possibilidade de um movimento grevista de seus colegas.

Victor reuniu-se com o diretor da Comissão de Arbitragem da CBF, Armando Marques, que ficou irritado com as perguntas a respeito do assunto. “Isso não é problema meu. É da tesouraria, que fica em outro andar do prédio”, rebateu.

Pelo regulamento do campeonato brasileiro da série A, os clubes que detêm o mando de campo são obrigados a pagar as taxas logo após os jogos: duas diárias, no total de R$ 300,00, a cota pelo trabalho, que varia de R$ 750 a R$ 2.500, além de cobrir a despesa com passagens aéreas. Por causa da determinação do Estatuto do Torcedor, a CBF estuda uma forma de cobrança.

A entidade não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Mas pode baixar uma norma que determine a retenção de um percentual do borderô de cada jogo, a fim de destiná-lo à arbitragem.

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