Raphael Claus pode ter irritado os palmeirenses, mas agradou ao presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF), Ednilson Corona. O dirigente entendeu que o árbitro acertou no lance em que o Palmeiras reclama de irregularidade no empate por 1 a 1 contra o Novorizontino, neste sábado, em Novo Horizonte (SP), e ainda aprovou a estreia do VAR (árbitro de vídeo) em jogos do Campeonato Paulista. O lance fez com FPF e clube trocassem farpas nas redes sociais.

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“A primeira dúvida que eu tive, até por ser um processo novo, fiquei imaginando que esse lance poderia ter não sido checado porque na mesma jogada teve a situação de um possível impedimento. Eu percebi que o Claus, pela comunicação, parecia estar apontando para o local que teria tido essa possível infração. Na sala, eles checaram, passaram por todas as imagens, inclusive pela imagem que aparece na televisão com o comentarista abordando a possível infração. Para eles, porém, não era claro. Então eles buscaram mais imagens e em outras duas imagens eles concluíram de forma clara que a bola não toca no braço, mas sim na barriga, perto da costela. Aí não há infração”, explicou Corona, após a partida disputada em Novo Horizonte.

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O ex-árbitro ainda explicou o motivo de Claus não ter consultado as imagens, como pediram os jogadores do Palmeiras. “Não é essa a real utilização do VAR. A sala já percebeu que a bola não pegou no braço, então não tem motivo de ele parar o jogo e ir rever. Se não houve infração, não teria como o Claus ir lá checar”, explicou.

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O lance que causou tanta polêmica aconteceu ainda no primeiro tempo. Antônio Carlos tentou sair jogando e chutou a bola em cima de Murilo Henrique. Para os palmeirenses, o jogador do Novorizontino dominou a bola com a mão e na sequência da jogada saiu o gol de Cléo Silva. Para Corona, é preciso cautela no momento de avaliar as imagens.

“Não sei quais foram os vídeos divulgados. Mas na sala recebemos o sinal de todas as câmeras. Eu vi depois a imagem no site e ele só tem uma imagem. A sala também viu essa imagem. Por essa câmera eles não fecharam a opinião, foram em busca de mais imagens. Nesse período todo que a gente vem treinando, temos um instrutor que trabalha com a gente que diz assim: ‘Não se apaixone pela primeira imagem’. Talvez, o comentarista da emissora tenha tido só uma imagem, aí ele ficou com a sensação de uma imagem e se apaixonou por ela. É dessa forma que eu concluo o que aconteceu”, comentou.

O presidente da Comissão de Arbitragem da FPF ainda elogiou a atuação de Raphael Claus. “Eu queria te falar também que gostei muito da atuação do Claus em campo. Tivemos dois lances difíceis, de interpretação difícil. Tivemos a oportunidade de rever para legitimar o resultado, isso que é legal no VAR. A gente checou todas as imagens, em duas câmeras que ofertam uma imagem melhor e mostra que toca na barriga. O pênalti também foi um lance difícil, onde o árbitro não tem um bom posicionamento pela dinâmica da jogada. Aí ele pôde parar o jogo, não deixou reiniciar e foi lá verificar. Aí ele concluiu que era uma infração e, de forma correta, dá o pênalti. Acho que foi extremamente satisfatório, mas lembro que precisamos sempre melhorar”.