O Arapongas, atual campeão do interior e um dos representantes paranaenses na Copa do Brasil de 2013, anunciou ontem que irá fechar as portas ao final deste semestre. O clube alega acumular prejuízo de R$ 1 milhão, reclama não ter apoio da cidade para ajudar na amortização das contas e de também sofrer com o “custo FPF”, que drena as rendas dos jogos e não ajuda o Arapongas a obter arrecadação com as placas de publicidade à beira do gramado. “A receita de patrocínio de placas de campo, que viria da Federação Paranaense, este ano, como vocês sabem, não foram comercializados (sic) e é uma verba importante que deixamos de receber. Somados a tudo isso, o prejuízo estimado é de quase um milhão de reais ao fim do torneio (Campeonato Paranaense) caso os horizontes não mudem”, escreveu o presidente e gestor do clube, Adir Leme, em carta aberta à torcida.

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O Arapongas, ao lado do Cianorte, transformou-se numa das gratas surpresas do Interior na história recente do futebol paranaense. No campo, o clube galgou todas as divisões do campeonato, até se consolidar como uma das forças da região Norte, ao lado do Londrina. “E o que isso refletiu para o clube, se tratando de apoio privado e público? Infelizmente quase nada! Ou pior, tivemos um retrocesso de cerca de quase 50% na arrecadação de patrocínio e apoio. Querem saber onde foram os lucros do ano passado referente às vendas de dois jogadores? Investimos mais de 100% do valor arrecadado para podermos disputar o Brasileiro da Série D, no qual praticamente não tivemos grande apoio”, relatou o dirigente, alegando que todo o investimento feito no Arapongas não se refletiu em reconhecimento e apoio financeiro.

No atual campeonato, o Arapongas disputou quatro jogos no Estádio dos Pássaros, até a rodada de ontem. O clube tem uma média de público de 1.876 (sem computar o duelo, contra o Atlético) e arrecadação total de R$ 131.360,00. Porém, descontados todos os tributos, além de gastos para promover as partidas e as taxas da Federação Paranaense de Futebol, o Arapongas viu entrar em seus cofres R$ 45.912,60. Ao mesmo tempo, só com a taxa de 5%, o “custo FPF” arrecadou limpo R$ 13.136,00. “Infelizmente no momento que o Arapongas EC cresceu, a paixão aumentou, a saúde econômica do Clube não caminhou junto”, alega Adir Leme, mostrando que fazer futebol no Interior do Paraná está cada vez mais difícil.

Na prática

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Desde que algum outro abnegado decida assumir o comando do Arapongas, o clube pode seguir atuando nas disputas estaduais e nacionais. A saída de Adir Leme, no entanto, lembra o que ocorreu recentemente com o Iraty, quando Sérgio Malucelli decidiu deixar a presidência do Azulão e investir no Londrina. No ano passado, a equipe, que em 2014 comemora o centenário, foi rebaixada e anunciou a paralisação das atividades indefinidamente.