Após relatório da CGU, BB suspende patrocínio da CBV

O Banco do Brasil suspendeu nesta quinta-feira o pagamento do patrocínio à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), após relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontar irregularidades na administração dos recursos. A auditoria foi instaurada após vários indícios de irregularidades serem levantados em reportagens veiculadas pela ESPN Brasil.

“Há alguns meses estamos pressionando a CBV para fazer um aditivo ao contrato de patrocínio para adotar várias das medidas preconizadas pela Controladoria-Geral da União. Como as providências não foram adotadas, decidimos suspender o pagamento”, disse a assessoria de imprensa do Banco do Brasil, principal patrocinador da entidade.

“Parte das medidas apontadas pela CGU foram previamente identificadas pelo BB e constam de aditivo contratual que foi negociado com a CBV, porém sem resposta final por parte da confederação. O Banco do Brasil reitera que não irá compactuar com qualquer prática ilegal, ou que seja prejudicial ao esporte e à comunidade do vôlei, e entende ser necessário que a CBV adote novas práticas de gestão que tragam mais disciplina e transparência à aplicação dos recursos”, diz comunicado emitido pelo banco.

No relatório também divulgado nesta quinta-feira, a CGU apurou que empresas como a S4G e SMP, de propriedade de dirigentes e ex-dirigentes da CBV, receberam comissões por prestação de serviços inexistentes. No total, foram detectadas irregularidades de R$ 30 milhões em contratos da entidade.

A CBV publicou uma nota na qual afirma que está tomando diversas providências para cumprir integralmente as medidas sugeridas pela CGU.

“Mesmo antes do relatório final, a nova gestão tomou providências visando implantar uma governança responsável e, acima de tudo, ética. Entre as medidas sugeridas pela CGU no relatório final, já havia contratado auditoria para analisar os exercícios anteriores, cancelando contratos que possuíam vícios éticos, abrindo as contas e disponibilizando documentos para as entidades de fiscalização, sem restrição nenhuma. Desde abril de 2014 publica mensalmente balancetes em seu sítio eletrônico, tem um modelo de governança desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, já reestruturou o quadro administrativo, criou medidas de aprimoramento na seleção de fornecedores e implantou uma auditoria interna permanente”, diz a nota da CBV.

O contrato de patrocínio do Banco do Brasil à CBV é o mais antigo em vigência a uma confederação esportiva nacional – o primeiro foi assinado em 1991, um ano antes da conquista do ouro na Olimpíada de Barcelona. O atual compromisso expira em 30 de abril de 2017. Os valores são sigilosos.

Após as denúncias, Ary Graça renunciou, em março deste ano, ao cargo de presidente da CBV. Ele ocupava o cargo desde 1995, mas estava licenciado desde que foi eleito presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), em dezembro de 2012. Hoje, continua no comando da entidade internacional.

Walter Pitombo Larangeiras, conhecido como Toroca, que foi vice-presidente da CBV por mais de 30 anos, assumiu o cargo deixado vago por Ary Graça e comanda a entidade desde então.

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