Em meio a uma crise sem precedentes, diante das acusações de irregularidades que já provocaram até a suspensão do patrocínio do Banco do Brasil, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) entrou em conflito com a Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Nesta sexta-feira, a entidade anunciou que está abrindo mão de receber a fase final da Liga Mundial de 2015, que aconteceria no Brasil.

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A decisão da CBV é uma represália à punição imposta pela FIVB a alguns integrantes da seleção brasileira masculina de vôlei por causa de incidentes ocorridos no Mundial da Polônia, realizado em outubro. O técnico Bernardinho e os jogadores Mário Júnior, Murilo e Bruno foram punidos nesta sexta-feira com multas e suspensões, o que revoltou a direção da confederação brasileira.

Os quatro integrantes da seleção brasileira foram punidos por causa de críticas à FIVB após a disputa do Mundial da Polônia. Bernardinho está suspenso por dez jogos e terá de pagar uma multa de US$ 2 mil. O líbero Mário Júnior não poderá atuar por seis partidas, enquanto o ponteiro Murilo ficará fora de uma. E o levantador Bruno, capitão do time, terá de pagar US$ 1 mil como punição.

“A CBV está prestando suporte jurídico aos ídolos brasileiros e vai apresentar recurso em instância superior. Mais do que isso, em solidariedade aos nossos jogadores, ao nosso técnico multicampeão e em respeito ao torcedor brasileiro, a CBV comunica que não realizará em solo brasileiro a fase final da Liga Mundial, prevista para acontecer no Brasil em julho de 2015”, diz a nota da entidade.

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Na visão da direção da entidade, a punição aos quatro integrantes da seleção seria uma retaliação do presidente da FIVB, o brasileiro Ary Graça Filho, que já foi presidente da CBV e está no centro do escândalo envolvendo administração de recursos – segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), seriam irregularidades de até R$ 30 milhões em contratos da confederação.

Ary Graça assumiu a presidência da CBV em 1995, deixando o cargo oficialmente apenas em março deste ano – mas estava licenciado desde que foi eleito presidente da FIVB, em dezembro de 2012. Seu sucessor é Walter Pitombo Larangeiras, que, antes, foi vice-presidente por mais de 30 anos. Agora, os dois parecem estar em clima de guerra, como comprovam os atos desta sexta-feira.

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Apontando a antiga administração como responsável pelas irregularidades na administração dos recursos da entidade, a atual diretoria da CBV prometeu “acionar judicialmente os responsáveis pelos contratos e pagamentos suspeitos na gestão do ex-presidente Ary Graça”. Agora, vai além, ao abrir mão da fase final da Liga Mundial, dizendo que “não compactua com as práticas desenvolvidas pela FIVB”.