Após o jogo contra o Palmeiras, Caio pediu árbitro da Fifa

Já ?castigado? por arbitragens tendenciosas ao longo do Brasileirão, o técnico Caio Júnior respirou aliviado ao tomar conhecimento de que Leonardo Gaciba da Silva (Fifa-RS) vai apitar Vasco x Paraná Clube, amanhã, em São Januário. O gaúcho é, na visão do treinador paranista, o melhor árbitro no momento do futebol brasileiro. ?Só queria que fosse um árbitro Fifa, para que tivéssemos mais segurança?, comentou Caio.

Mesmo com uma campanha invejável, os tricolores não se esquecem dos muitos pontos que ficaram pra trás por interferência direta do apito. Foi assim contra Fluminense, Grêmio e recentemente Cruzeiro. Só para citar os deslizes mais grosseiros cometidos por árbitros do segundo escalão da CBF.

A definição de Gaciba ocorreu ontem à tarde, em sorteio na sede da entidade. A outra opção era o também gaúcho Carlos Eugênio Simon.

Sobre questões extra-campo, que sempre envolvem jogos em São Januário, Caio Júnior demonstra tranqüilidade. ?Temos que estar atentos. Mas o Estatuto do Torcedor e o novo Código Disciplinar fizeram com que muita coisa melhorasse. Hoje, as punições são pesadas?, comentou o treinador.

?Lá sempre tem muita gente sem credenciamento em volta do campo, mas não nos deixaremos influenciar por esse tipo de pressão?, garantiu Caio Júnior.

Leonardo está fazendo a diferença

As recentes atuações do Paraná foram marcadas por uma inversão de papéis. Na teoria, todo mundo poderia esperar um toque de Sandro para a finalização de Leonardo. Uma seqüência natural do meia fazendo assistências para o atacante. Pois a dupla paranista subverteu essa ordem e, com passes precisos de Leonardo, Sandro selou a paz com a torcida paranista, marcando quatro gols, que deram novo fôlego ao Tricolor na briga pela Libertadores.

?Não escondo que também quero fazer gols.

Esse jejum me chateia.

Mas vou levando?, disse Leonardo. Com apenas seis gols, o atacante ?perdeu contato? com Cristiano, que agora tem dez e se destaca como o artilheiro do clube neste Brasileirão. Se não é o ?homem-gol? do Tricolor, Leonardo vai brilhando em outro fundamento: a visão de jogo. Em Belo Horizonte, os dois gols da equipe saíram de jogadas armadas pelo atacante, para finalizações precisas de Sandro.

No domingo, na Vila Capanema, Leonardo fez duas assistências de cabeça, literalmente, para gols de Sandro e Gustavo, que selaram a goleada sobre o Palmeiras. ?O importante é que estamos chegando.

Na semana passada, estávamos quatro pontos à frente do Atlético e o pessoal só falava que eles estavam na briga pela Libertadores?, disparou Leonardo. ?Acho que somos mesmo o filho feio da história. Mas seguimos na mesma batida, desde o início, e quem sabe no dia 3 de dezembro comemoramos essa conquista.?

Jogo decisivo em São Januário

Em seu projeto ?Copa do Mundo?, o Paraná Clube faz amanhã – às 19h30, em São Januário – uma finalíssima antecipada. No caso de uma vitória sobre o Vasco da Gama, colocará uma mão na taça (a vaga à Libertadores da América). Mas, mesmo que venha a ser derrotado, o Tricolor se manterá na quinta colocação do Brasileiro. Uma vantagem conquistada a partir dos quatro pontos ganhos nas duas últimas rodadas.

Com o empate frente ao Cruzeiro e a vitória sobre o Palmeiras, o time de Caio Júnior abriu três pontos de seu mais direto concorrente, o Vasco, e elevou para 60% -segundo o matemático Tristão Garcia – as suas chances de disputar pela primeira vez a mais cobiçada competição das Américas. ?Estamos no caminho certo, mas ainda faltam cinco decisões pela frente?, lembra o treinador paranista. Com serenidade e pés-no-chão, o Tricolor segue alimentando o sonho de sua torcida.

Pelas projeções, o clube precisa de mais três vitórias para carimbar seu passaporte. Isso representa um aproveitamento de 60% nesta reta final. ?O grupo está focado e ciente do que quer. Mas só temos pedreira pela frente?, avisa o volante Pierre, um dos destaques da equipe na goleada sobre o Palmeiras (4×2). Além de Vasco, o Paraná encara neste fim de temporada outros três clubes que estão à sua frente: São Paulo, Internacional e Santos, tendo apenas um jogo teoricamente mais fácil diante do São Caetano (que pode chegar à penúltima rodada já rebaixado).

Caio Júnior, confiante, não economizou nos elogios ao grupo pela ótima performance frente ao Palmeiras. Em especial no segundo tempo do jogo. ?Foram apenas seis passes errados. Uma exibição inesquecível?, definiu o treinador. Seu otimismo, porém, não estava relacionado apenas ao rendimento técnico do time, mas ao ambiente do clube. ?Vi um grupo vencedor, antes e depois do jogo. Quem estava no banco, apoiava. Mesmo aqueles que não estavam relacionados deram aquela força e é assim que se obtém vitórias?, destacou.

O zagueiro João Paulo foi citado como exemplo pelo treinador. Substituído ainda no primeiro tempo (aos 37 minutos), o jogador ficou no banco de reservas apoiando os companheiros. ?Foi uma troca estritamente tática, pois o João Paulo estava bem no jogo. Sua reação mostra o quanto o grupo está mobilizado?, destacou Caio Júnior. Apesar da atuação perfeita no segundo tempo -com três volantes, mas apenas dois zagueiros – o técnico não quis dar pistas sobre a formação que irá escalar para a ?batalha? de São Januário.

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