Um apartamento avaliado em mais de US$ 2 milhões, com vista para a Quinta Avenida em Nova York. Esse deve ser o local onde José Maria Marin ficará preso nos Estados Unidos enquanto acompanha seu julgamento. Trata-se de seu próprio imóvel, adquirido ainda nos anos 80 do século passado e que serve de base para a família do ex-cartola todas as vezes que passam pelo território norte-americano.

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Marin, advogado de formação, garantiu a pessoas próximas a ele que vai usar sua extradição para poder “provar sua inocência” diante dos juízes norte-americanos. Enquanto estava preso na Suíça, o processo não havia sequer começado. Mas, enquanto vai se defender, espera que seja autorizado a permanecer em seu apartamento, um local com um quarto, sala e cozinha na Trump Tower.

Sua defesa aposta que a Justiça norte-americana dará a ele esse direito, inclusive com o pagamento de uma fiança inferior à de Jeff Webb, o ex-vice-presidente da Fifa e que deixou US$ 10 milhões como garantia.

A idade de Marin (83 anos) e a natureza de seu suposto crime poderiam amenizar a sua situação e favorecer a um relaxamento de suas condições de prisão. O brasileiro deve passar no máximo 72 horas em uma cadeia de Nova York, tempo necessário para que o acordo seja selado.

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No inquérito norte-americano, Marin aparece como sendo a pessoa que compartilhou a propina recebida para a Copa do Brasil, o torneio anual de clubes organizado pela CBF. As suspeitas do FBI são de que Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira teriam ficado com parte do dinheiro, pago pelos empresários que mantinham acordos comerciais.

Entre aqueles que são apontados como suspeito do pagamento está a Klefer, empresa de Kleber Leite e que teria fechado um acordo com Hawilla para pagar cada uma 50% da propina para os dirigentes da CBF. O pagamento vinha ainda dos anos de Teixeira e, quando Marin entrou na presidência da entidade, os valores tiveram de ser reajustados para atender aos três dirigentes.

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Marin será transferido para os Estados Unidos entre esta sexta e segunda-feira. Um oficial da polícia norte-americana irá à Suíça especialmente para buscá-lo. Ele viajará algemado, em voo comercial, provavelmente em classe econômica.

A colocação de algemas em Marin nada tem a ver com um suposta periculosidade do preso. Faz parte das normas norte-americanas, que determina que pessoas que são extraditadas e viajam junto com agentes do FBI têm de ser algemados por estarem sob custódia.