Após derrota na Eurocopa aumenta pressão sobre Donadoni

Após ser eliminado pela Espanha nos pênaltis, em confronto válido pelas quartas-de-final da Eurocopa, o técnico Roberto Donadoni já começa a sentir os efeitos da derrota na seleção italiana. Especula-se a volta de Marcello Lippi, treinador que levou o time ao triunfo na Alemanha. E o presidente da federação admite: "resultado abaixo das nossas possibilidades".

Cesare Maldini, ex-treinador da azurra, foi demitido do cargo após ser eliminado nos pênaltis pelas quartas-de-final de uma Copa do Mundo. Diferente de Donadoni, ele foi derrotado por uma seleção que jogava em casa, a França, e que depois seria campeã do mundo, conduzida pelo craque Zidane. É só um dos tantos precedentes que indica claramente qual é habitualmente, na seleção italiana, o destino de um técnico derrotado. Giovanni Trapattoni ainda recebeu uma segunda chance, após ser eliminado pela Coréia do Sul em 2002, mas tinha como álibi a atuação duvidosa do árbitro Byron Moreno.

Marcello Lippi, treinador que comandou a Itália na última Copa do Mundo, está pronto para retomar o posto há algum tempo. Para que ele voltasse a treinar a equipe, bastaria marcar a data da assinatura do contrato. E para rescindir o de Donadoni, renovado há pouco tempo, seria necessário apenas pagar uma multa de pouco mais de 500 mil euros. Pouco, comparado ao desastre esportivo e econômico que seria enfrentar as eliminatórias para a Copa do Mundo, e possivelmente o próprio Mundial, com um treinador que não tem a confiança de parte da federação.

A afirmação de que "faremos em breve todas as considerações, mas com a cabeça fria, não na onda da emoção", do presidente da federação italiana de futebol, Giancarlo Abete, é apenas um adiamento da decisão. "Eu já tinha falado com o Donadoni", explicou Abete, "concordamos que, quando terminasse a Eurocopa, nos encontraríamos para uma avaliação".

O técnico falou de um "balanço positivo". Abete, respondendo aos jornalistas quando Donadoni já tinha saído da sala de imprensa do Happel Stadion, foi mais duro. "O resultado está abaixo das nossas possibilidades", admitiu o presidente da federação, que havia fixado como objetivo mínimo alcançar as semifinais. "O trabalho de qualidade de Donadoni não está em discussão, pelo grupo, comportamento e coesão que construiu". O dirigente, porém, sabe que se aproximam tempos difíceis. "Devemos entender se as carências apresentadas nesta competição são contingentes ou estruturais. Algumas seleções, como a França, saíram desta Eurocopa com um veredicto: o fim de um ciclo".

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