A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou nesta sexta-feira o veredicto do longo julgamento de Mercedes e Pirelli, realizado no dia anterior, no Tribunal Internacional da entidade, em Paris, e acabou aplicando uma punição que pode ser considerada leve para a equipe alemã e para a fornecedora única de pneus da Fórmula 1.

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A escuderia e a empresa foram julgadas por causa do teste secreto realizado entre os dias 15 e 17 de maio, no circuito de Barcelona, onde a Mercedes infringiu o regulamento da categoria ao usar o seu carro deste ano para testar compostos disponibilizados pela fabricante italiana. E, nesta sexta, a FIA apenas repreendeu a empresa pelo seu envolvimento no episódio e suspendeu a equipe das Flechas Prateadas do programa de jovens pilotos da F1, que será realizado entre 17 e 19 de julho, em Silverstone, na Inglaterra, com a presença de todos os outros times do grid.

Essa punição pode ser considerada leve para a Mercedes também pelo fato de que foi sugerida pelo próprio representante legal da equipe, Paul Harris, no julgamento da última quinta. Ele propôs a reprimenda e a suspensão do programa de novatos da categoria, já prevendo uma penalização mínima por parte da FIA.

Com a punição branda aplicada, a Mercedes se livrou o risco de ser suspensa de corridas ou perder pontos no Mundial de F1, depois de a Ferrari e a Red Bull terem protestado oficialmente junto à FIA. Elas alegaram que a equipe obteve uma vantagem injusta sobre as outras escuderias ao participar de testes privados de compostos com a Pirelli durante esta temporada usando o seu carro de 2013. O regulamento da categoria só permite a realização deste tipo de teste com modelos de pelo menos dois anos atrás.

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A Mercedes, porém, alegou em sua defesa que, antes de participar do teste, a equipe consultou Charlie Whiting, diretor de provas da FIA, que apenas informalmente disse que não veria irregularidade neste tipo de atividade durante a temporada. A entidade, entretanto, disse que não autorizou oficialmente a realização do mesmo, assim como criticou a Pirelli por não ter convidado outras equipes para o mesmo tipo de teste de pneus durante a temporada.

Apenas repreendida pela FIA, a fabricante italiana argumentou em sua defesa que, como fornecedor único de pneus da Fórmula 1 e não um competidor direto da categoria, não poderia estar sob a jurisdição da FIA para tais questões disciplinares. A empresa ainda chegou a alegar que não teve culpa pelo fato de a Mercedes ter colocado na pista o seu carro deste ano, o W04, nos testes realizados em Barcelona.

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No final das contas, a FIA acabou justificando a sua leve punição após o seu tribunal concluir que a Mercedes e Pirelli agiram com boa-fé neste episódio, e no caso da equipe alemã sem a intenção de obter uma vantagem ilegal sobre os outros competidores. A tribunal também considerou que Charlie Whiting teve apenas o interesse de cooperar com a escuderia e a fornecedora de pneus, também com boa-fé, embora a FIA não tenha dado permissão oficial para o teste privado em Barcelona.

No teste realizado na Espanha, Lewis Hamilton e Nico Rosberg, dupla titular da Mercedes, andaram um total de 1.000 quilômetros com pneus da Pirelli. E a atividade acabou sendo descoberta apenas em 26 de maio, mesmo dia em que foi realizado o GP de Mônaco, vencido por Rosberg e que teve Hamilton como quarto colocado.