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Após 5 anos, governo de São Paulo retoma obras do complexo esportivo Baby Barioni

Após uma interrupção de cinco anos, o governo de São Paulo retomou nesta segunda-feira as obras de reforma e ampliação do complexo desportivo Baby Barioni, na zona oeste da capital paulista. A retomada está dividida em duas etapas. Na primeira serão reabertas para a população (ainda sem prazo definido) as instalações que já foram reformadas na fase inicial do projeto, como o prédio de lutas e a quadra poliesportiva. O segundo estágio das obras, com o restante das estruturas, será concluída em dezembro de 2020. O investimento total do governo estadual é de cerca de R$ 30 milhões.

“A retomada do Baby Barioni é uma ação muito importante. Este equipamento esportivo não pode ficar parado. Nossa intenção é entregar para a população as estruturas que já estão prontas o quanto antes. Para isso, vamos avançar nas instalações hidráulicas e elétricas”, diz Aildo Rodrigues Ferreira, secretário estadual de Esportes.

O Centro Desportivo Baby Barioni foi fechado para reforma e ampliação em julho de 2014. A reforma deveria ter sido realizada entre 25 de junho de 2014 e 12 de agosto de 2016. O plano inicial era que o complexo (pronuncia-se Babi) servisse como legado dos Jogos Olímpicos do Rio, que previam obras de padrão oficial em todo o País.

A reforma inclui restauração, adaptação e acessibilidade de todo o conjunto esportivo, além de adequá-lo para treinamento de modalidades paraolímpicas. O projeto prevê mudanças na rede elétrica, hidráulica e na estrutura do complexo. Apenas 54% das obras foram concluídas na etapa inicial. É o restante das obras, cerca de 46%, que o governo Doria retomou nesta segunda-feira.

A visita que a reportagem do Estado fez ao local nesta segunda-feira mostra que alguns espaços estão prontos, como a quadra, vestiários, salas de atividades, área administrativa, prédio de lutas e a criação da sala de musculação, entre outros. O Centro da Melhor Idade, por exemplo, tem banheiros com itens de acessibilidade para idosos e portadores de necessidades especiais. Os azulejos vermelhos estão impecáveis. O piso de madeira do ginásio está novo, mas nunca foi utilizado.

As obras foram interrompidas em outubro do ano passado. A Caixa Econômica Federal, financiadora do projeto, informou que o “contrato foi revogado por ter extrapolado o prazo de vigência”. Segundo o órgão, não foram encaminhados dois termos aditivos. A atual gestão tentou a retomada do contrato, mas ele foi rescindido.

Antes da reforma, o ginásio oferecia gratuitamente aulas e cursos de 14 modalidades, como natação, hidroginástica, kickboxing, futsal, basquete, musculação, entre outros, para a comunidade. Foram atendidas entre 3.500 e 4 mil pessoas por mês, entre crianças e adultos. O alojamento chegou a ter 500 atletas.

REFERÊNCIA ESPORTIVA – Em 1945, o Complexo Olímpico da Água Branca e o Departamento de Educação Física e Esporte do Estado de São Paulo inauguraram o Complexo Esportivo Baby Barioni, na época chamado de “A Casa da Educação Física”. Criado para formar atletas e acolher aos eventos esportivos, o complexo se transformou em referência esportiva do Estado de São Paulo.

Ao lado do campo de beisebol do Bom Retiro e dos complexos do Ibirapuera, do Pacaembu e do autódromo de Interlagos, o Baby Barioni foi utilizado nos Jogos Pan-Americanos de 1963, que foram realizados na capital paulista. A Casa da Educação Física foi batizada em homenagem a Horácio G. Barioni, jogador e entusiasta do basquete, cronista esportivo e idealizador dos Jogos Abertos do Interior, oficializado em 1936. Seu apelido era “Baby”.

Durante mais de duas décadas, desde 1980, o Baby Barioni foi o palco da “Forja de Campeões”, o mais célebre torneio amador de boxe, responsável pela revelação de diversos atletas, e o “Luvas de Ouro”, outro importante torneio da modalidade. Lutaram no ginásio Acelino “Popó” Freitas, que ganhou quatro títulos mundiais em duas categorias diferentes, e os medalhistas olímpicos Esquiva e Yamaguchi Falcão. Na natação, os também medalhistas olímpicos Gustavo Borges e Thiago Pereira passaram pelas piscinas da Água Branca. O último deles, por sinal, que chegou a lamentar anteriormente a paralisação das obras do local por meio de suas redes sociais.

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