Enquanto o departamento jurídico do Coritiba tenta resolver o problema nos tribunais, o técnico Antônio Lopes se empenha em solucionar os defeitos da equipe para o compromisso contra o São Paulo, domingo, às 18h, no Couto Pereira. Apesar de reconhecer a evolução da equipe, o treinador não nega que o time vem tendo pecados capitais.
“Estamos conseguindo os resultados, mas nem sempre o time está rendendo o que pode”, reconhece Lopes. Por isso mesmo, o treinador comemorou a chegada do mês de maio, que vem diferenciado. Com rodadas apenas nos finais de semana, o técnico está podendo trabalhar as deficiências da equipe.
“Não é só a parte física que fica prejudicada com a sequência de jogos. O lado técnico, com o desgaste, também fica prejudicado”, acredita. O reflexo mais claro fica no excesso de passes errados do time, visível nos primeiros jogos do Brasileirão.O atacante Aristizábal, dono de um passe primoroso, concorda com o treinador e acredita que a partir de agora, com mais tempo para trabalhar, o problema será resolvido. “Estamos tendo treinos específicos desse fundamento e a tendência, com menos desgaste, é que o passe melhore”, acredita.
Dentro da programação, Lopes incluiu treinamentos priorizando o trabalho de passes, cruzamentos e finalizações, com muita cobrança em cima de todos os jogadores, não importando a posição. “Jogador sozinho não pode errar passe. Estamos errando muito”, cobra o treinador.
Outro trabalho exigido por Lopes nos treinamentos tem sido com a defesa, nas jogadas aéreas. A maioria dos gols sofridos pela equipe estão vindo desse tipo de jogada, num reflexo do que aconteceu na final do estadual contra o Atlético, quando os três gols foram tomados pelo alto.
Apesar de prezar a continuidade para o resultado aparecer, a expectativa geral é de que os reflexos dos trabalhos já possam ser sentidos na partida de domingo, contra o forte time do São Paulo. Ainda mais levando-se em conta que uma vitória contra o São Paulo certamente encherá o grupo de moral para a continuidade do campeonato, já que, por ora, o time está na lanterna do campeonato, sem um ponto sequer, em função do julgamento da 1.ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça da CBF.
Ainda não vai ser dessa vez para Adriano
Não vai ser dessa vez que o torcedor coxa-branca vai poder contar com os cruzamentos precisos de Adriano. Dificilmente o habilidoso lateral poderá jogar mais que 20 minutos na partida contra o São Paulo. Apesar do campeonato estar prestes a entrar na quinta rodada, Adriano ainda não teve o gostinho de jogar neste Brasileirão devido a um estiramento na coxa direita, sofrido no segundo Atletiba da decisão, no dia 18 de abril.
De lá para cá, a rotina do jogador dividiu-se entre trabalhos de fisioterapia e tratamento médico. No início da semana, ele finalmente foi liberado para o departamento físico, que está tomando todos os cuidados para deixá-lo “inteiro”. “Ele ficou 17 dias parado e agora está chegando a 60% de sua condição física. Ainda não aguentaria 90 minutos, ainda mais com sua característica de velocidade”, explica o coordenador da preparação física, José Afonso, que está fazendo um trabalho especial com o lateral.
O próprio Adriano confessa que apesar da ansiedade, só pretende voltar a jogar, de fato, quando estiver inteiro, o que deve acontecer na partida contra a Ponte Preta, no dia 16. “Pelo que o professor falou, talvez jogue 20 minutos contra o São Paulo para ir recobrando o ritmo. Mas vou com calma para não ter novo problema”, diz o jogador, que este ano já teve também uma contratura.
As contusões seguidas de um atleta tão jovem – e um dos maiores destaques do time – podem assustar a torcida, mas não acontece o mesmo com a comissão técnica. Como serviu à seleção brasileira pré-olímpica, Adriano emendou o Brasileirão de 2003 com a competição internacional e perdeu todo o trabalho de pré-temporada. Depois das férias, os trabalhos físicos começam de forma gradual, até que os atletas atinjam a condição ideal. “O Adriano não parou e o reflexo acabou sendo problemas musculares”. Além de não ter feito a pré-temporada, Adriano tem uma tendência maior a ter problemas musculares, assim como o atacante Luís Mário, que também sofreu um estiramento e fica de fora desta rodada. “Atletas velozes tem um número maior de fibras brancas, que são mais sensíveis a contusões e levam mais tempo para recuperar”, explicou José Afonso.