Trabalhar o lado psicológico de grande parte dos atletas para que eles possam voltar a render.
Esse será o primeiro desafio do técnico Antônio Lopes frente ao Rubro-Negro.
O tempo é curto para mudanças na forma de jogar, pois o próximo compromisso do Furacão é no domingo, diante do Fluminense – time responsável pela eliminação atleticana da Copa do Brasil.
Se técnica e taticamente muito pouco pode ser feito, a única maneira dos jogadores sem sentirem bem é readquirindo confiança – ingrediente em falta no elenco e também na torcida.
Os jogadores estão bem fisicamente, mas o psicológico tem influenciado o rendimento, principalmente na Baixada. De acordo com o preparador físico do clube, Walter Grassmann, ?na Arena existe uma cobrança um pouco mais intensa da torcida sobre alguns atletas e, no último jogo, três a quatro deles sentiram muito. O resultado foi que seis jogadores tiveram que correr pelos quatro que sentiram, o que é muito complicado?, afirmou.
Para Grassmann, a torcida deveria entender que a equipe é jovem – a média de idade é de 23 anos – que os jogadores têm uma responsabilidade muito grande em representar bem o Atlético, que é um clube grande com torcedores apaixonados.
?O grupo está em evolução, mas há de se ter paciência.
O emocional acaba desestabilizando os atletas, atrapalhando na sua coordenação motora fina, e quem sai perdendo somos todos nós (atleticanos)?, explicou.
Nova postura Com a entrada de um novo comando espera-se uma reformulação na equipe e, principalmente, na postura dos jogadores dentro de campo. Aqueles que não estavam jogando ou nem sendo aproveitados podem ganhar chances de atuar, caso mostrem serviço. Essa nova motivação, devido à briga pela titularidade, pode ser o início da reabilitação atleticana na competição.
?A mudança, por um lado é ruim (interrompe uma linha de trabalho), mas por outro, também traz novas situações que podem ser vantajosas para todos?, analisou. Conforme Grassmann, a equipe de psicologia do Atlético tem feito um acompanhamento individual e diário dos atletas para não deixar que a pressão sofrida nos jogos em casa influencie o desempenho em campo.
Delegado Lopes é traído pelo ?apagão aéreo?
Ainda sem contar com a presença do novo treinador, o elenco rubro-negro realizou testes físicos nos períodos da manhã e tarde, de ontem, sob o comando de Walter Grassmann.
Hoje, o preparador físico se reúne com Antônio Lopes para repassar informações sobre as atividades que estavam sendo realizadas pelo ex-técnico Vadão na parte física, técnica e tática da equipe. Também revelará as condições de cada jogador do elenco.
Antônio Lopes, que completou 66 anos, não dirigiu a equipe no treino de ontem porque deveria chegar a Curitiba somente às 23h. O vôo estava programado para chegar às 19h, mas o Delegado também foi traído pelo ?apagão aéreo?. Antes, ele foi homenageado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde recebeu a medalha do Mérito Desportivo dos Jogos Pan-Americanos. O delegado, que já dirigiu o Atlético em outras duas situações (2000 e 2005), será apresentado à imprensa hoje, em companhia de seu filho -Antônio Lopes Júnior, que ocupará o cargo de auxiliar técnico – para iniciar os trabalhos visando o jogo de domingo contra o tricolor carioca.
Do elenco atual, 11 jogadores já foram treinados por Lopes no Atlético ou em outras equipes. São remanescentes do Furacão 2005, o lateral-direito Jancarlos; o zagueiro Danilo, os volantes Alan Bahia, André Rocha e Cristian, os meias Evandro, Ferreira e Netinho, além do atacante Denis Marques. O zagueiro Rogério Correa trabalhou com Lopes no Goiás e Nei no Corinthians.
Por conhecer grande parte desses atletas, é bem provável que o novo treinador aposte na escalação deles para a sua partida de estréia.