Antônio Carlos pega gancho de 120 dias

Porto Alegre – O zagueiro Antônio Carlos, do Juventude, foi suspenso por 120 dias por agressão (deu uma cotovelada) ao volante Jeovânio, do Grêmio, em jogo disputado no dia 5 de março, em Caxias do Sul, pelo Campeonato Gaúcho. Já a acusação de racismo foi descaracterizada e ele acabou punido com mais quatro jogos de suspensão.

O julgamento de Antônio Carlos aconteceu na tarde de ontem, no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul. Aos 35 anos, o zagueiro, que já foi da seleção brasileira, ainda não sabe qual será seu futuro. Mas ele considerou a pena muito pesada. ?Deram importância demais para uma coisa que não existiu. Agora, vou falar com a diretoria do clube para ver o que vou fazer?, explicou.

No caso da agressão, Antônio Carlos foi condenado pelo artigo 253 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Já na acusação de racismo, ele acabou enquadrado no artigo 258, que julga atitude antidesportiva. Assim que foi expulso do jogo, Antônio Carlos passou os dedos em seus braços, numa suposta referência à cor da pele de Jeovânio. E também teria dito a palavra ?macaco?. ?Não existe no nosso código uma infração relativamente direta ao racismo. O que existe são atitudes inconvenientes, de um jogador ofender um ao outro. Por isso, a punição pela agressão foi bem maior?, explicou o presidente da 2.ª Comissão Disciplinar do TJD/RS, Antônio Dionísio Lopes.

Jeovânio foi ao julgamento de ontem e saiu revoltado do tribunal. ?Eu não vi na hora porque já tinha saído de campo, mas todo mundo viu, que ele (Antônio Carlos) fez aqueles gestos porque é racista. Acho que merecia uma pena maior?, desabafou o jogador do Grêmio.

O advogado do Juventude, Alexandre Borba, pediu a reversão da pena para trabalhos de assistência social junto à comunidade.

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