Antes do Atletiba, Coxa encara o “asa-negra”

Na frente, olha-se o clássico de sábado contra o Atlético, a estréia na Copa do Brasil contra o Ituano, no dia 19. Mas antes de tudo isso, o Coritiba terá que enfrentar o Iraty, hoje, às 20h30, no Couto Pereira. É mais uma prova para a equipe líder da competição – e com todos os outros números favoráveis: melhor ataque, defesa menos vazada e um dos artilheiros do campeonato.

Mas o técnico Paulo Bonamigo continua com seu estilo. Não aceita que o Coritiba seja favorito, não quer pensar nem no Atlético e muito menos na Copa do Brasil, pelo menos por enquanto. “Todos aqui sabem que o Iraty é um adversário muito difícil, e que pode nos complicar. Se não estivermos focados no jogo, teremos mais dificuldades ainda”, comenta o treinador, que alertou o elenco antes do treino de ontem, realizado no Couto Pereira.

A cautela que o comandante coxa apresenta é plausível. O Cori não enfrenta o atual campeão paranaense há dois anos, e nas duas últimas vezes em que as equipes se encontraram a vitória foi do time do interior. No paranaense de 2001, o Iraty venceu em pleno Alto da Glória por 2 a 0 (com gols de Itamar e Lino, ambos hoje jogando no São Paulo) e no estádio Emílio Gomes por 3 a 1, em uma partida que o Cori não resistiu e apelou para a violência.

Então, assim como o Prudentópolis, o Iraty é um dos “asas negras?? do Coritiba em campeonatos estaduais. Por isso a atenção total pedida por Bonamigo. “Eles têm um time bastante qualificado, com alguns jogadores que estão lá há um bom tempo”, analisa o técnico. “Não há moleza. Todos os jogos são complicados, e só a gente pode facilitar. Para isso, precisamos jogar com muita seriedade”, completa o volante Reginaldo Nascimento.

Além disso, há o tal “favoritismo?? tão recusado pelo treinador coxa. O que o Coritiba sofreu contra o Londrina (semana passada) serviu como “trailer??do que virá. “Ainda temos cinco jogos, e não dá para dizer que as coisas já estão definidas”, diz o zagueiro Fabrício. “As primeiras rodadas provaram que as equipes do interior são boas, e não estão facilitando a vida dos times da capital”, concorda o volante Roberto Brum.

Com essa mobilização, Bonamigo acredita que o Coritiba consiga mais um resultado positivo – fundamental para a planificação alviverde no campeonato. “É muito importante conseguir a primeira colocação nesta primeira fase, pois ela dá a vantagem de decidir em casa todas as outras fases”, explica o treinador, para depois completar. “Cada vitória é decisiva, e contra o Iraty precisamos destes três pontos”.

Preços

Os ingressos para as partida contra o Iraty estão à venda nas bilheterias do Couto Pereira a partir das 9h. Os preços são os seguintes: arquibancada, R$ 15,00; cadeira inferior, R$ 30,00; cadeira superior, R$ 50,00; menores, mulheres e estudantes, R$ 10,00. Mas até o início do jogo podem ser comprados (na sede administrativa) os pacotes promocionais para as três partidas do Cori em casa – Iraty, Atlético e ADAP – na primeira fase do Paranaense. Os valores são: sócios-colaboradores em dia, R$ 27,00; mulheres, R$ 22,00; outros torcedores, R$ 30,00.

Muda a equipe, fica o estilo

O torcedor que estiver hoje no Alto da Glória vai ver um Coritiba diferente. Problemas clínicos tiraram três titulares da partida contra o Iraty e fizeram com que o técnico Paulo Bonamigo quebrasse a cabeça para tentar manter ao máximo o estilo de jogo da equipe. Sem dois dos seus meio-campistas, o treinador muda as peças – e por consequência altera a característica do setor fundamental da equipe.

Bonamigo já sabia que Tcheco não ia jogar – por sinal, o armador está receoso até para o clássico contra o Atlético (a princípio marcado para sábado). “Estou preocupado. Não consigo nem descer escadas direito”, conta o jogador. Entregue ao departamento médico e com uma atadura protetora no tornozelo esquerdo, Tcheco sequer treinou ontem no Couto Pereira.

Mas o pior ainda estava por vir. Ceará e Lima calçaram as chuteiras e partiram para o treino confiantes, mas não resistiram a meia hora de chutes e cruzamentos. Quase que ao mesmo tempo, os dois reclamaram com o médico Walmir Sampaio. “Eu não tenho confiança para correr e para chutar”, confessa o lateral, que estava crente que conseguiria jogar. “Bem que eu tentei, mas não deu. Ainda estou com dores”, diz Lima, que já andava meio reticente quanto as chances de enfrentar o Iraty. O médico vetou-os de imediato. “Eles ainda estão sentindo, e desta forma, não tem jeito. Vamos recuperá-los para as próximas rodadas”, resume Sampaio.

Assim, Bonamigo acabou tendo mais más notícias do que ele esperava. “Eu tinha confiança que o Lima e o Ceará iriam jogar”, diz, chateado. Dois imediatos eram conhecidos – Tesser será o titular da lateral-direita, e Pepo já fora escalado como substituto de Tcheco. “O campeonato vai fazer com que todos os jogadores sejam importantes”, resume o treinador alviverde.

Restava apenas a vaga que Lima ocupa normalmente, mas Bonamigo deve confirmar Almir – que voltaria a ser titular após ter sido sacado no início do Paranaense. A escolha de Almir representaria o pensamento do treinador em tentar repetir ao máximo a tática que está funcionando – apesar de que com Lima o time fica mais rápido, e com Almir mais cadenciado. Tanto é verdade que a primeira opção descartada por ele foi a de começar o jogo com Marco Brito. “Eu perderia o meio de campo, e exigiria demais do Pepo e do Roberto Brum”, avalia.

Melhora

Bonamigo confessa não estar satisfeito. Aproveitando o mote da negação do favoritismo, o treinador coxa segue querendo mais dos jogadores. “Ainda há mais o que melhorar. Os jogadores precisam evoluir, a parte tática precisa evoluir”, resume.

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