Dos seis pedidos de voo que a companhia aérea LaMia solicitou à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) recentemente, quatro foram negados. A empresa, responsável por levar o time da Chapecoense para Medellín, tinha apenas uma aeronave funcionando e ela esteve no Brasil duas vezes.

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“O primeiro voo foi solicitado no dia 5/10 para o transporte da seleção boliviana para um jogo, em Natal, no dia 6/10. O segundo voo foi solicitado no dia 6/11 para transportar a seleção da Argentina também para um jogo, em Belo Horizonte”, explicou a Anac. Ou seja, a mesma aeronave que caiu na Colômbia transportou Lionel Messi, Di Maria e Marcelo Moreno, entre outros atletas.

Saiba tudo sobre o trágico acidente com a delegação da Chapecoense

A primeira rota em outubro foi entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, até Brasília, distante aproximadamente 1.626 quilômetros. O avião então reabasteceu e seguiu para Natal, voando por mais 1.777 quilômetros. Pela autonomia da aeronave, seria impossível fazer o trajeto sem parada.

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O outro voo, em novembro, trouxe a delegação da Argentina para Belo Horizonte. O trajeto foi de Santa Cruz de la Sierra até Buenos Aires, só com piloto e comissários de bordo, e aí partiu da capital da Argentina até a capital de Minas Gerais, numa distância de cerca de 2.166 quilômetros em linha reta.

Nas redes sociais, o piloto Miguel Quiroga publicou fotos em vídeos com os jogadores das duas seleções que vieram ao Brasil para a disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Em ambas ocasiões, o avião trazia o emblema das confederações de futebol dos dois países.

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Mas os outros pedidos para viajar ao Brasil feitos por Quiroga foram negados. Em outubro, ele solicitou voar de Belo Horizonte para Barranquilla, na Colômbia, mas a Anac negou porque “nas avaliações iniciais constatamos que a companhia não possuía o trigrama da Icao (autorização da International Civil Aviation Organization) para realizar voos comerciais”.

Já em novembro, a LaMia solicitou operar na rota Santa Cruz de La Sierra, Buenos Aires, Porto Alegre, Chapecó, Foz do Iguaçu e Santa Cruz de la Sierra, mas o voo também foi negado por “falta de infraestrutura aeroportuária disponível no aeroporto de Porto Alegre. O operador aeroportuário declarou à Anac que no horário e dia solicitados pela empresa para operar o voo (3 de novembro, por volta de 12 horas) não haveria disponibilidade de pista e de pátio”.

Os dois últimos pedidos negados, para voos ida e volta entre Brasil e Colômbia, em novembro, foram negados por ferir a 7.ª liberdade do ar, ou seja, a empresa com sede na Bolívia não poderia realizar um trajeto entre dois países diferentes dos seus. Esses dois voos eram os que levariam a equipe da Chapecoense até Santa Cruz de la Sierra e depois a Medellín.